Cartel mexicano de Sinaloa proíbe produção e tráfico de fentanil, diz jornal

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O cartel de Sinaloa, o principal exportador de fentanil (um potente opioide sintético) para os Estados Unidos, está proibindo a produção e o tráfico dessa substância ilegal em seu território após sofrer pressões crescentes das autoridades policiais dos EUA, segundo membros do cartel. As informações são de reportagem do Wall Street Journal.

A ordem teria vindo do grupo "Chapitos", liderado hoje pelos quatro filhos do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, atualmente preso. Segundo a reportagem, o objetivo é evitar a pressão das autoridades policiais dos EUA.

O governo de Biden está pressionando as autoridades mexicanas a adotarem medidas mais agressivas para desmantelar a organização, considerada pelos EUA como o principal grupo de tráfico de fentanil. O afastamento dos Chapitos do tráfico e produção de fentanil ocorre após uma série de golpes contra o grupo criminoso nos últimos meses.

Ovidio Guzmán, líder dos Chapitos, foi capturado em janeiro durante um tiroteio de um dia inteiro com as forças de segurança do México, que resultou na morte de pelo menos 29 pessoas. Em setembro, Guzmán foi extraditado para os EUA.

Em abril, os EUA indiciaram os quatro irmãos Guzmán e duas dezenas de seus associados. A Administração de Repressão às Drogas também afirmou ter um infiltrado no cartel que mostrou informações sobre a organização.

Um operador que costumava lidar com precursores químicos necessários para produzir o opioide sintético disse à reportagem que os Chapitos estão deixando o negócio também porque queriam que os EUA mudassem seus esforços de repressão para o Cartel Jalisco Nova Geração, o seu principal rival em relação ao fentanil.

As exportações de outras drogas, como cocaína, heroína e metanfetamina, para os EUA devem aumentar em breve para compensar a queda de receita devido à proibição do fentanil, segundo os membros do cartel.

Oficiais dos EUA com conhecimento sobre o cartel compararam a medida a uma manobra de relações públicas. "No geral, não significará nada" em termos de produção total de fentanil, disse um dos oficiais ao Wall Street Journal.

Uma dúzia de banners ordenando a proibição do fentanil foram pendurados em passarelas, outdoors e canteiros de obras em Culiacán, diz a reportagem. "Em Sinaloa, a venda, fabricação, transporte ou qualquer tipo de negócio envolvendo a substância conhecida como fentanil, incluindo a venda de produtos químicos para sua elaboração, está permanentemente proibida", diziam os banners. "Vocês foram avisados. Atenciosamente, os Chapitos."

Banners semelhantes também apareceram em duas cidades do estado vizinho de Sonora, que faz fronteira com os EUA, e na cidade fronteiriça de Tijuana. Líderes de gangues de drogas parecem estar preocupados em serem presos e extraditados para os EUA, como Ovidio Guzmán, disse Eduardo Guerrero, consultor de segurança mexicano, à reportagem do Wall Street Journal.

Cerca de uma dúzia de pessoas em Sinaloa foram sequestradas e desapareceram nos últimos 10 dias. A maioria provavelmente estava envolvida no submundo do fentanil, disse ao Wall Street Journal o ativista de direitos humanos Miguel Ángel Murillo - ele que faz parte da Frente Cívica de Sinaloa, uma organização de base. Um operador do cartel de Sinaloa confirmou que o grupo está matando aqueles que não seguem o novo ditame.

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