Usina de dessalinização fecha e agência da ONU teme desidratação

Internacional
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A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) disse nesta terça, 17, que a última usina de dessalinização de Gaza foi fechada, aumentando o risco de mortes e doenças transmitidas pela contaminação da água, como cólera e disenteria. O maior temor, porém, é que parte da população esteja começando a desidratar, segundo a agência. "Gaza está ficando sem água", disse Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA.

O acesso a pelo menos 50 litros de água por pessoa por dia é o nível mínimo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde para realizar tarefas essenciais, incluindo higiene. Acredita-se que a maioria das pessoas em Gaza sobrevive hoje com 3 litros, diz o órgão da ONU. A desidratação causa fadiga, tontura e confusão antes que órgãos vitais, como os rins, parem de funcionar, provocando coma e morte.

De acordo com funcionários da ONU que operam em Gaza, seis poços de água, três estações de bombeamento e um reservatório - que serviam a mais de 1,1 milhão de habitantes do enclave palestino - também estão fora de serviço.

Após os ataques do Hamas, no dia 7, Israel cortou o fornecimento de água para Gaza, juntamente com o de combustível e de eletricidade, que mantinham funcionando as estações de água e esgoto. Mesmo antes do bloqueio israelense, imposto em 2007, a água potável já era uma das maiores preocupações do território.

Sem tratamento

Quase 97% da água do único aquífero de Gaza não é potável. Sem manutenção adequada e com as restrições israelenses, as estações de tratamento ficaram sobrecarregadas. Os resíduos não tratados fluem diretamente para o Mar Mediterrâneo há mais de uma década.

Com o bloqueio total, civis estão sendo obrigados a consumir água da torneira ou cavando novos poços perto do mar, bebendo água suja e salobra. "As pessoas estão tentando buscar água em lugares perigosos, como os poços de mesquitas. Algumas crianças morreram em ataques aéreos enquanto tentavam beber água numa mesquita há uma semana", disse Jamil Meqdad, pesquisador do Instituto de Estudos Palestinos, em Gaza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse entender que o ex-presidente Jair Bolsonaro é "carta fora do baralho". O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira, 25, se aceita a denúncia para abrir ação penal contra o núcleo 1 da trama golpista, que inclui Bolsonaro e outros sete acusados. Ela participa do programa Bom Dia, Ministra, da EBC.

"Se houve tentativa de golpe de Estado, aqueles que realmente estiveram envolvidos têm que ser punidos. A meu ver, Bolsonaro é carta fora do baralho. É carta fora do baralho não só porque acredito que vá sofrer as penalidades da lei, mas carta fora do baralho porque também a sociedade hoje está cansada dessa polarização, mas especialmente percebeu o que ele fez no verão passado", disse, citando o atraso na compra da vacina da covid durante a pandemia como exemplo.

Tebet ainda disse que espera justiça e que confia nas decisões do STF, ainda que possam ser feitas críticas em relação a algum excesso.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que é preciso repensar o modelo das emendas parlamentares em razão do montante que elas representam no Orçamento. Ela participa do programa Bom Dia, Ministra, da EBC.

"Eu acho que a gente tem um grande problema no futuro pro Brasil, a gente tem que repensar esse modelo em relação às emendas parlamentares. Eu sou a favor de emendas parlamentares, sempre fui, mas elas não podem ser de uma ordem tal que muitas vezes vai impedir no futuro que políticas públicas essenciais pro Brasil sejam feitas de forma organizada e planejada", disse.

Ela argumentou que quem tem a visão do todo é o Executivo Federal, enquanto os parlamentares têm uma visão de País muito específica do local pelo qual foram eleitos. "A gente vai demonstrar com muita serenidade para o Congresso Nacional no momento oportuno, quando a gente tem um orçamento onde as despesas livres ou, portanto, um orçamento que pode ser remanejado, ele fica quase que 50% na mão do Congresso Nacional em forma de emendas, e os outros 50% para investimento público na mão do governo federal, a gente vê que a conta não fecha, a gente não consegue atender todas as necessidades dessa forma", disse.

A ministra reforçou que houve um avanço em relação às emendas, com mais transparência e rastreabilidade, e ainda que não esteja no maior nível de transparência possível, não há mais orçamento secreto. "Mas o valor, o montante, hoje, ele é muito pesado. De novo, não é ser contra as emendas parlamentares, mas esse montante realmente inviabiliza que muitas ações necessárias para a população não cheguem lá na ponta por falta de dinheiro, por falta de orçamento público", disse.

Ela defendeu que essa discussão precisa ser feita com honestidade e serenidade, e sem polarização.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, disse que vai reunir parlamentares petistas para assistirem ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) definirá nesta terça-feira, 25, se tornará Bolsonaro e outros sete denunciados réus por tentativa de golpe de Estado.

Lindbergh afirmou que vai instalar uma televisão na liderança do partido para que a bancada acompanhe junto a transmissão. O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que vai transmitir o julgamento através da TVPT - canal do partido no Youtube.

"Amanhã (hoje, terça) o grande fato aqui é esse julgamento. Todos os deputados têm que colocar nas suas redes, ficar acompanhando", afirmou o petista ao Estadão/Broadcast nesta segunda-feira, 24.

O deputado afirmou que um dos temas centrais para o partido em 2025 será a campanha sem anistia. "A gente acha que esse negócio [julgamento] vai ter um impacto muito grande na política de 2025. O ex-presidente tinha um plano para matar quem ganhou a eleição. Isso aqui é muito simbólico, entendeu? Então a gente vai estar aqui amanhã sim. E no outro dia a gente vai estar junto comentando, avaliando", disse.

O projeto de lei que propõe a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro tem dividido parlamentares na Câmara dos Deputados. A proposta que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem apoio de pelo menos um terço (174) dos 513 deputados, segundo o levantamento exclusivo do Placar da Anistia do Estadão.

Os ministros do STF vão decidir que tornam Bolsonaro e outros sete denunciados réus no processo. Além do ex-presidente, serão julgados o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.

Bolsonaro e os outros sete foram denunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.