Massa pode renunciar ao ministério da Economia após reunião de Milei com Fernández

Internacional
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O ministro da Economia argentino, Sergio Massa, deve renunciar ao cargo após reunião entre o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e o atual mandatário, Alberto Fernández, que deve ocorrer nesta segunda-feira, 20, para iniciar o processo de transição. O presidente eleito assume o cargo no dia 10 de dezembro.

De acordo com a imprensa argentina, citando funcionários do ministério, Sergio Massa espera os resultados dessa reunião para decidir se segue no cargo até o fim do mandato de Fernández. A equipe econômica que participará da transição terá o presidente do Banco Central, Miguel Pesce, e o secretário da Fazenda, Raúl Rigo.

Milei criticou em seu discurso da vitória a postura de Sergio Massa e pediu que ele "assumisse o comando" até o final do mandato. O candidato peronista se desvinculou dos próximos dias de governo em seu discurso assumindo a derrota. "A partir de amanhã (segunda-feira, 20), a tarefa de dar certeza e transmitir garantias sobre o funcionamento político, social e econômico é responsabilidade do presidente eleito. Esperamos que ele o faça", disse Massa durante o discurso. "A partir de amanhã, a responsabilidade pela economia é sua".

Pouco depois, Alberto Fernández se juntou ao apelo de Massa e propôs ao libertário uma reunião nesta segunda-feira. "Espero que amanhã possamos começar a trabalhar com Javier Milei para garantir uma transição ordenada", ele tuitou.

Mas Milei não aceitou a proposta e descartou a possibilidade de assumir o comando do curso econômico a partir de segunda-feira, colocando a transição em crise.

"Queremos pedir ao governo que seja responsável, que entenda que uma nova Argentina chegou e que aja de acordo. Que assumam sua responsabilidade até o final do mandato em 10/12", disse Milei.

O boato mais relevante é o de que Massa tiraria uma licença do Ministério da Economia, uma ideia surpreendente porque implicaria em sua demissão do cargo. Em resumo, a medida seria uma fuga do governo. A comitiva de Massa não confirmou nem negou a versão aos veículos argentinos.

Segundo o site argentino La Politica, o Ministério da Economia está considerando decretar um feriado cambial na terça-feira , 21, para ter uma "margem mínima para chegar a um acordo sobre algumas medidas com Milei". Dessa forma, tentariam adiar uma alta do dólar.

Por enquanto, o pouco que se sabe sobre o governo é que Massa designaria Miguel Pesce e Raúl Rigo como responsáveis pela transição. No La Libertad Avanza, o ativista Iñaki Gutiérrez, que é muito próximo do presidente eleito, disse que a equipe de transição seria liderada por Karina Milei, irmã de Javier.

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Lucas Pavanato (PL) começou seu mandato com movimentações estratégicas na Câmara Municipal de São Paulo. Na quarta-feira, 1º, enquanto a solenidade de posse ainda acontecia, ele já estava coletando assinaturas para a instalação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).

Com foco em temas polêmicos, as propostas de comissões receberam rapidamente o número mínimo de 19 assinaturas exigidas pelo regulamento do Casa, muitas delas de parlamentares alinhados com partidos de direita e centro. A primeira CPI, chamada de "CPI das Invasões", tem como objetivo investigar ocupações de terrenos na capital paulista, frequentemente ligadas a movimentos de esquerda como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Ainda que tenha conseguido apoio inicial, a instalação das CPIs depende de acordos políticos dentro da Câmara. A simples coleta de assinaturas não assegura o funcionamento das comissões.

A segunda proposta, intitulada "CPI das ONGs", visa apurar o papel de organizações que atuam no atendimento de moradores de rua, especialmente no centro da capital. Pavanato afirmou, em uma publicação no X (antigo Twitter) que o trabalho dessas entidades será revisado, focando em possíveis irregularidades no uso de dinheiro público.

"Primeiro dia como vereador de São Paulo. Logo de cara, consegui as assinaturas necessárias para protocolar duas CPIs", comemorou Pavanato na publicação. Ele destacou que a investigação buscará passar "esses movimentos a limpo".

Propostas semelhantes já foram tentadas antes. Em 2023, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) enfrentou resistência ao sugerir uma CPI focada em ONGs, mas que acabou mirando o padre Júlio Lancellotti, conhecido por sua atuação junto à população em situação de rua. Na época, um inquérito foi aberto para apurar se Rubinho cometeu abuso de autoridade contra o pároco. Para evitar problemas semelhantes, Pavanato garantiu que sua proposta não irá individualizar alvos.

Contrariando a orientação da bancada do PL, Pavanato também usou seu primeiro dia de mandato para marcar posição contra adversários políticos. "Votei 'não' para o PT na mesa da Câmara de São Paulo, porque meu maior compromisso, acima dos acordos internos aqui tratados, é com você que votou em mim na urna", afirmou.

Lucas Pavanato (PL) foi o vereador mais votado da cidade de São Paulo. Próximo ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), a quem classifica como "grande amigo", Pavanato disse ao Estadão que planeja reproduzir o estilo do parlamentar mineiro em São Paulo, mobilizando o eleitorado de direita em torno de temas importantes para esse segmento. "Ele é uma grande inspiração para mim."

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), incluiu nesta quinta-feira, 2, o ex-prefeito de Jundiaí Luiz Fernando Machado (PL) em sua equipe de governo como novo secretário executivo de Desestatização e Parcerias. A escolha foi feita após o PL pleitear mais espaço na gestão.

Trata-se da terceira Secretaria cedida ao partido do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

A legenda também comandará as pastas de Projetos Estratégicos e Verde e Meio Ambiente.

Machado foi prefeito de Jundiaí por dois mandatos entre 2017 e 2024, além de eleito deputado federal em 2010 e deputado estadual em 2014, período em que esteve envolvido na elaboração de um conjunto de leis que faziam parte do movimento Escola Sem Partido.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou e empossou os novos secretários executivos e presidentes das empresas públicas da cidade para o seu próximo mandato. O anúncio foi feito durante a primeira reunião com o seu novo secretariado no Palácio do Anhangabaú, nesta quinta-feira, 2.

A Secretaria Executiva de Entregas Prioritárias será comandada por Cibele Molina. Já a secretária executiva de Mananciais, Maria Teresa Fedeli, será mantida no cargo.

Na seara das agências, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos (SP Regula), focada no plano municipal de desestatização, continuará com o diretor atual, o advogado e ex-secretário de Cultura de São Caetano, João Manoel da Costa Neto. O mesmo ocorre com a Agência de Desenvolvimento (ADE Sampa) que permanecerá sob comando do publicitário Renan Vieira.

Em relação às empresas públicas, a nova diretora-presidente da SP Negócios, órgão responsável por investimentos e exportações do município, é Alessandra Andrade. O novo presidente da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação (Prodam) é Alexandre Modozeni, ex-secretário de Subprefeituras de São Paulo.

Já o novo presidente da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) será Diogo Soares. O presidente da São Paulo Turismo (SPTuris) é Gustavo Pires. E o da SP Cine é Lyara Oliveira.

A São Paulo Obras (SP Obras), ligada à Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, continuará sob a gestão de Marco Alessio Antunes. A São Paulo Parcerias (SP Parcerias), ligada à Secretaria de Governo, ficará sob o comando de Paulo Galli. E a SP Urbanismo, ligada à Secretaria de Urbanismo e Licenciatura, será comandada por Pedro Fernandes.