Terremoto de magnitude 6,2 na China é o mais mortal no país em 9 anos

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Um forte terremoto durante a madrugada desta terça-feira, 19, sacudiu uma região montanhosa no noroeste da China, destruindo casas e deixando moradores na rua em uma noite de inverno abaixo de zero. Pelo menos 126 pessoas morreram, sendo o terremoto mais mortal registrado em nove anos no país.

 

O terremoto de magnitude 6,2 iniciou pouco antes da meia-noite, ferindo mais de 700 pessoas, danificando estradas e cortando energia e linhas de comunicação nas províncias de Gansu e Qinghai, segundo a imprensa estatal chinesa.

 

Enquanto serviços de emergência trabalhavam procurando pessoas desaparecidas em meio a prédios colapsados e pelo menos um deslizamento de terra, pessoas que perderam suas casas estavam se preparando para passar uma noite gelada em tendas apressadamente levantadas.

 

"Eu apenas me sinto ansioso, quais outros sentimentos poderia haver?", disse Ma Dongdong, que teve três quartos em sua casa destruídos e parte da sua cafeteria, completamente rachada. Com medo de voltar para casa por causa dos tremores secundários, ele passou a noite em um campo com a esposa, seus dois filhos e alguns vizinhos, onde acenderam uma fogueira para se manterem aquecidos. No início da manhã, eles foram para um acampamento que Ma disse abrigar cerca de 700 pessoas. No meio da tarde, eles aguardavam a chegada de cobertores e agasalhos.

 

O terremoto aconteceu em uma profundidade de 10 quilômetros no condado de Jishishan, em Gansu, a cerca de 5 quilômetros da fronteira provincial com Qinghai, disse o Centro de Redes Terremotos da China.

 

A emissora de TV estatal CCTV disse que 113 mortos foram confirmados em Gansu e 536 feridos. Treze outros foram mortos e 182 feridos em Qinghai, na área norte do epicentro, disse o Partido Comunista em uma entrevista coletiva.

 

Tremores secundários

 

Houve nove tremores secundários por volta das 10h - cerca de 10 horas depois do terremoto inicial - e o maior deles registrou magnitude de 4,1. As autoridades de emergência em Gansu lançaram um apelo por 300 trabalhadores adicionais para operações de busca e salvamento, e as autoridades de Qinghai relataram o desaparecimento de 20 pessoas num deslizamento de terra, segundo a mídia estatal chinesa.

 

O terremoto foi sentido grande parte da área circundante, incluindo Lanzhou, capital da província de Gansu, cerca de 100 quilômetros a nordeste do epicentro. Fotos e vídeos postados por um estudante da Universidade de Lanzhou mostraram estudantes saindo às pressas de um dormitório. "O terremoto foi muito intenso", disse Wang Xi, o estudante que postou as imagens. "Minhas pernas ficaram fracas, especialmente quando descemos correndo do dormitório."

 

O número de mortos foi o mais alto desde agosto de 2014, quando um terremoto matou 617 pessoas na província de Yunnan, no sudoeste da China. O terremoto mais mortal do país nos últimos anos foi um terremoto de magnitude 7,9 em 2008, que deixou quase 90 mil mortos ou presumivelmente mortos e devastou cidades e escolas na província de Sichuan, levando a um esforço de anos para reconstruir com materiais mais resistentes.

 

Li Haibing, um especialista na Academia Chinesa de Ciências Geológicas, disse que o número relativamente elevado de vítimas no último terremoto foi em parte porque foi superficial. "Portanto, causou maior abalo e destruição, embora a magnitude não fosse grande", disse ele.

 

Outros fatores incluem o movimento principalmente vertical do terremoto, que causa tremores mais violentos; a baixa qualidade dos edifícios em uma área relativamente pobre; e o fato de ter acontecido no meio da noite, quando a maioria das pessoas estava em casa, disse Li.

 

Barracas, camas dobráveis e colchas

 

O epicentro foi a cerca de 1,3 mil quilômetros a sudoeste de Pequim, a capital da China. A área remota e montanhosa é uma região predominante de grupos étnicos muçulmanos e perto de algumas comunidades tibetanas. Geograficamente, fica no centro da China, embora a região seja comumente referida como o noroeste, já que fica no extremo noroeste das planícies mais populosas da China.

 

Barracas, camas dobráveis e colchas estavam sendo enviadas para a área de desastre, de acordo com a CCTV. A emissora citou o líder chinês Xi Jinping pedindo por esforços totais de busca e resgate para minimizar as vítimas.

 

Durante a noite, a região registrou temperaturas de -15ºC a -9ºC. O The Beijing Youth Daily, um jornal do Partido Comunista, citou um coordenador de resgate dizendo que havia necessidade de geradores, casacos e combustível para fornos, entre outros itens.

 

Pelo menos 4 mil bombeiros, soldados e policiais foram acionados nos esforços de resgate. Um vídeo publicado pelo Ministério de Gestão de Emergências mostrou trabalhadores de emergência em uniformes laranja usando varas para tentar mover pedaços pesados do que pareciam ser detritos de concreto à noite. Outros vídeos distribuídos pela mídia estatal mostraram trabalhadores levantando uma vítima e ajudando uma pessoa que tropeçava caminhando em uma área coberta por neve leve.

 

Dois moradores do condado de Jishishan relataram que havia rachaduras em suas paredes, mas seus prédios não desabaram. Eles não tinham certeza se era seguro permanecer em suas casas e estavam tentando descobrir onde passariam a noite.

 

Terremotos são relativamente comuns na área montanhosa do noroeste da China. Em setembro de 2023, 93 pessoas morreram em um terremoto de magnitude 6,8 que chocou a província de Sichuan, no sudoeste do país, provocando deslizamentos de terra e sacudindo edifícios em a capital da província de Chengdu, onde 21 milhões de residentes estavam sob bloqueio devido à covid-19. Fonte: Associated Press.

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

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"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.