Israel quer acordo de trégua, mas Hamas precisa recuar de 'demandas lunáticas', diz Netanyahu

Internacional
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou em entrevista neste domingo (25) à emissora americana CBS que seu país quer um acordo de trégua e troca de reféns com o Hamas. Segundo ele, porém, o grupo palestino precisa primeiro recuar de "pedidos lunáticos".

Netanyahu reafirmou, além disso, que tem mais três objetivos na guerra: libertar reféns; destruir o Hamas; e garantir que a Faixa de Gaza não mais represente um risco para Israel no futuro. O acordo, caso se confirme, significaria troca de reféns e uma trégua de seis semanas, mas o premiê israelense reafirmou que ainda pretende conseguir cumprir seus objetivos no conflito.

Questionado sobre a pressão de Washington para recuar nos confrontos, Netanyahu argumentou que é crucial mantê-los. Segundo ele, deixar o Hamas com o controle de parte de Gaza seria o equivalente a permitir que o Estado Islâmico fosse poupado e mantivesse um território sob seu comando.

Netanyahu argumentou que, quando Israel lançar uma operação militar em Rafah, estará a semanas de uma vitória na guerra. Aliados e organizações humanitárias, porém, temem uma escalada nas vítimas, diante dos mais de 1 milhão de civis na cidade, já enfrentando grave crise humanitária pelos confrontos na região. O premiê defendeu a estratégia de retirar os civis antes de ataques como positiva, e criticou o Hamas por usar civis como escudo humano. "Os EUA concordam conosco no objetivo de destruir o Hamas", disse.

"Não podemos conseguir a paz se não vencermos a guerra", afirmou Netanyahu. Ele disse ainda ser contra um eventual reconhecimento unilateral da Palestina por outros países. E disse que o Hamas forçou a guerra, com seu ataque contra civis em 7 de outubro passado em território israelense. Ele acusou o Hamas de cometer "duplo crime de guerra", ao atacar civis e ao se esconder atrás deles na hora dos ataques.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um discurso inicial no plenário da Casa nesta terça-feira, 1º, em que pede "equilíbrio" e "desprendimento político", num momento em que cresce a pressão por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos presos do 8 de Janeiro.

"Não é hora de seguirmos ninguém, mas de agirmos com desprendimento político, sem mesquinhez, agirmos com altivez, mas sem falsos heroísmos", disse. É hora de equilíbrio, de pragmatismo, de buscarmos acertar e não nos desviarmos para o erro fácil. O povo nos espera responsabilidade e lealdade. E iremos cumprir o nosso dever."

O pronunciamento foi dado enquanto Motta comentava a reação capitaneada pelo Legislativo contra as tarifas importas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.

Motta ainda está em processo de discussão a possibilidade de definir votação da proposta de anistia com líderes. Alguns desses líderes partidários da Câmara ouvidos pela reportagem afirmam que este não é o momento de tratar o tema.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), deu um ultimato até esta terça-feira para que Motta pautasse colocasse o projeto de lei da anistia na pauta da Casa. Do contrário, o partido iniciaria uma obstrução, procedimento adotado para impedir ou desacelerar o avanço de qualquer proposição legislativa.

Como resultado inicial, o colegiado mais importantante da Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cancelou a sessão marcada para esta terça-feira.

A pressão continua em outras frentes - neste mesmo dia, a Comissão de Segurança Pública aprovou uma subcomissão especial para tratar apenas sobre questões relativas ao 8 de Janeiro. Esse colegiado é dominado pela bancada da bala, sob hegemonia de bolsonaristas.

O próprio Bolsonaro esteve com líderes do PL e da oposição na manhã desta terça-feira para traçar estratégias sobre a anistia. Sóstenes esteve com Motta e saiu do encontro anunciando a obstrução total na Câmara.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) pediu que sua assessoria jurídica avalie se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cometeu irregularidade ao utilizar uma aeronave da Polícia Militar para viajar ao Rio de Janeiro no último dia 16 de março e participar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A agenda do governador informava que ele não tinha compromissos oficiais nessa data.

Procurado, o governo de São Paulo não se posicionou até a publicação deste texto. Tradicionalmente, a justificativa do Palácio dos Bandeirantes é que, independentemente da agenda, os deslocamentos do governador são realizados por meio da aeronave oficial para garantir a segurança do chefe do Executivo.

O TCE-SP respondeu à uma representação da deputada estadual Mônica Seixas (PSOL). Ela pediu que o órgão instaure uma tomada de contas, procedimento utilizado para ressarcimento eventuais de danos aos cofres públicos. O tribunal indicou que só se posicionará sobre o mérito do pedido após o parecer jurídico sobre o assunto.

A parlamentar de oposição argumenta que o governador cometeu desvio de finalidade na utilização de recursos públicos porque o avião é de uso institucional, mas foi utilizado "para fins privados ou político-partidários".

"Determinei parecer do nosso órgão de assessoramento jurídico, adiantando que algumas medidas fogem às nossas competências, tais como a eventual prática de improbidade administrativa e questões de âmbito puramente político, atribuições, respectivamente, do Ministério Público do Estado e da Justiça Eleitoral. Oportunamente será comunicado à Vossa Excelência - após o parecer jurídico referido - as medidas que são de nossa alçada", respondeu Antonio Roque Citadini, presidente do TCE-SP.

Além do anfitrião, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio foi o único governador a discursar no ato em Copacabana que teve como pauta central a defesa da anistia aos condenados pela participação no 8 de Janeiro.

"A gente está aqui para pedir, lutar e mostrar que todos estamos juntos para exigir anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas (...) Quero ver quem vai ter coragem de se opor (ao projeto da anistia)", afirmou o chefe do Executivo paulista na ocasião.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, enviou um ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pedindo a liberação de visitação religiosa aos réus do 8 de Janeiro que cumprem pena em prisão domiciliar.

Cavalcante direcionou o pedido à cabeleireira Débora Rodrigues do Santos, conhecida por ter pichado com batom a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, em frente ao STF, mas estendeu o requerimento a todos os presos. O líder do PL citou a decisão do STF que colocou Débora em prisão domiciliar e disse que ela era uma "prisioneira modelo".

"Diante do exposto, requeiro a concessão do direito à visita de autoridade religiosa à residência da Sra. Débora Rodrigues dos Santos e de todos os demais Réus que estejam em prisão domiciliar por condenação por atos praticados em 08 de janeiro de 2023 por esta Suprema Corte", pediu o parlamentar.

No ofício, o deputado afirmou que acredita que Moraes, "com a consciência humanitária e jurídica que lhe é peculiar, concederá tal pedido em virtude da dignidade da pessoa humana".

O parlamentar citou o artigo 24 da Lei de Execução Penal para embasar o pedido. A legislação permite a assistência religiosa aos presos permitindo a participação e a posse de livros de instrução religiosa.

No último sábado, 29, Cavalcante pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que reavalie as prisões preventivas dos envolvidos nos atos golpistas. O pedido foi feito após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defender a transferência de Débora para prisão domiciliar.