Ministro ucraniano diz que 160 toneladas de grãos foram destruídos na Polônia

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Um total de 160 toneladas de grãos da Ucrânia que estavam em trânsito para o porto de Gdansk, na Polônia, foram destruídos perto da cidade polaca de Bydgoszcz, segundo o ministro de Infraestrutura ucraniano, Oleksandr Kubrakov. "O quarto caso de vandalismo nas estações ferroviárias polonesas. O quarto caso de impunidade e irresponsabilidade", escreveu nas redes sociais, acrescentando que estava em contato com a polícia do país vizinho.

Os produtos agrícolas ucranianos têm sido alvo de protestos na Europa. Na última terça-feira, agricultores poloneses bloquearam passagens da fronteira da Polônia com a Ucrânia, queimando pneus e retirando grãos de vagões de trens, em protesto contra a importação de alimentos ucranianos e as políticas ambientais da União Europeia. Eles alegavam que os produtos da Ucrânia geram excesso de oferta no mercado, reduzindo preços e sua renda.

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O líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), defendeu o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por corrupção. Juscelino é deputado federal pelo partido e integra a Esplanada por ser uma indicação da bancada da sigla.

Na nota divulgada nesta terça-feira, 8, Pedro Lucas Fernandes diz que a bancada "reafirma a confiança" em Juscelino e expressa a confiança de que o ministro "poderá apresentar todos os esclarecimentos no Supremo Tribunal Federal (STF)" com o direito à ampla defesa e ao contraditório.

O líder do União na Câmara também distribuiu elogios para a atuação de Juscelino na Executivo. Segundo Pedro Lucas Fernandes, a bancada vai acompanhar com "serenidade e confiança nas instituições" os desdobramentos da denúncia da PGR.

"A atuação do ministro Juscelino Filho no Ministério das Comunicações tem sido pautada por responsabilidade, competência e resultados concretos, com políticas públicas voltadas à ampliação da conectividade e à inclusão digital de milhões de brasileiros especialmente nas áreas mais remotas do País", afirmou Pedro Lucas Fernandes.

Juscelino foi denunciado pela PGR após a Polícia Federal (PF) indiciá-lo, em junho do ano passado, após investigações baseadas em reportagens do Estadão. A corporação imputou a ele os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti, que representam o ministro, disseram que ele "reafirma sua total inocência" e que o oferecimento da denúncia "não implica em culpa".

"Como deputado federal, no mandato anterior, Juscelino Filho limitou-se a indicar emendas parlamentares para custear a realização de obras em benefício da população. Os processos de licitação, execução e fiscalização dessas obras são de competência exclusiva do Poder Executivo, não sendo responsabilidade do parlamentar que indicou os recursos", diz a nota.

Além de Juscelino, a bancada do União na Câmara também indicou o ministro do Turismo, Celso Sabino, outro deputado federal da sigla. Em outra crise envolvendo Juscelino, os parlamentares do partido fizeram pressão e mantiveram o chefe das Comunicações na pasta.

A crise ocorreu em fevereiro de 2023, quando Juscelino utilizou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir e voltar de São Paulo, onde participou de leilões de cavalos de raça, caso também revelado pelo Estadão. Na ocasião, o Ministério da Defesa calculou as despesas em R$ 130.392,87.

Como mostrou o Estadão, Lula quer que o União Brasil apresente outro nome para substituir Juscelino. O petista, que está em viagem na América Central, quer ter uma conversa reservada com o ministro. A manutenção dele no governo é dada como insustentável por aliados.

Em junho do ano passado, Lula prometeu afastar Juscelino do governo se ele fosse denunciado pela PGR. A declaração do presidente foi após o indiciamento dele pela PF.

"O que eu disse para o Juscelino: a verdade só você sabe. Se o procurador indiciar você, você sabe que tem que mudar de posição. Enquanto não houver indiciamento, você continua como ministro. Tem que ser afastado (se for aceito o indiciamento)", disse Lula em entrevista ao UOL. Questionado diretamente se haveria o afastamento em caso de aceitação do indiciamento, Lula respondeu que sim: "Vai ser afastado. Ele sabe disso."

O pastor Silas Malafaia voltou a criticar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na queda de braço que bolsonaristas travam para que o projeto de lei da anistia aos presos do 8 de Janeiro avance na Casa.

Em vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira, 8, o pastor bolsonarista chamou o presidente da Câmara de "mentiroso", por ter dito que, para não aumentar "uma crise institucional", conduzirá o tema "com a serenidade que ele requer" - se referindo à pressão dos parlamentares bolsonaristas para que o projeto, em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seja pautado.

"Ele falou que é contra a urgência do projeto da anistia porque isso tensiona os Poderes da República. Mentiroso. A anistia pertence ao Congresso Nacional, não pertence ao STF, nem a Lula e seu governo. Ele está enganando o povo brasileiro", disse o pastor, afirmando que o deputado está "a serviço de Alexandre de Moraes e de Lula".

O deputado foi procurado pelo Estadão para comentar as declarações do pastor, mas não se pronunciou.

Malafaia acusou Motta de pautar quatro projetos de lei, propostos pelo Judiciário, sem a assinatura dos líderes e sem pedido de urgência. Todos os projetos, entretanto, possuem requerimento de urgência assinados pelo líder do Republicanos, deputado Gilberto Abramo (MG), partido de Motta, e tramitaram pelas comissões temáticas da Casa. As propostas são relativas a criação de cargos comissionados, criação de Varas e mudança de nomenclatura de cargos.

O requerimento de urgência é um procedimento que acelera a tramitação de uma proposta legislativa, e cabe ao presidente decidir o que será votado no plenário da Casa.

Como os textos dispõem sobre o funcionamento interno de um Poder, é competência da Câmara iniciar a tramitação das propostas. São três projetos de autoria do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um do Supremo Tribunal Federal (STF). No vídeo, o pastor afirmou que Motta está pautando os projetos porque "tem investigação da Polícia Federal contra ele e o pai dele". "Ele quer se proteger", acusou.

Pastor se referiu à Operação Outside, com segunda deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira, 3, que investiga suspeitas de fraude, superfaturamento e desvio de recursos federais destinados a obras em Patos, no sertão da Paraíba. A cidade é administrada por Nabor Wanderley (Republicanos), pai de Motta. A prefeitura informou que nenhum de seus prédios foi alvo de busca e apreensão.

Como mostrou o Estadão, líderes e integrantes do Centrão dizem não acreditar que o projeto da anistia avance na Câmara, e veem os ataques de Malafaia contra Motta como "um tiro no pé".

Na Avenida Paulista, no último domingo, 6, no ato em que Bolsonaro reuniu 44,9 mil apoiadores, o pastor disse que Motta envergonha o "honrado povo da Paraíba" ao não pautar a anistia no plenário da Casa.

O pastor Silas Malafaia e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva e ex-vice-presidente da República, têm trocado farpas públicas desde o ato pró-anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo, 6. Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram adjetivos como "falastrão" e "traíra" numa discussão com idas e vindas no X (antigo Twitter).

Na manifestação, Malafaia criticou os generais do Exército. "Cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem. Não é para dar golpe, não, é para marcar posição", discursou Malafaia, um dos organizadores do ato.

Nesta segunda-feira, 7, Mourão rebateu a declaração, chamando Malafaia de "falastrão". Segundo o senador, o pastor se aproveitou do evento sobre anistia para "ofender os integrantes do Alto Comando do Exército".

O ex-vice-presidente disse ainda que Malafaia mostrou "toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria" com sua manifestação na Paulista.

No mesmo dia, também em publicação na rede social, o pastor disse que o general da reserva nunca foi leal a Bolsonaro, que o "promoveu na vida política".

Malafaia classificou Mourão como "traíra". "Sempre omisso, em cima do muro e fazendo jogo duplo. Não vi você em nenhuma manifestação para defender Bolsonaro e agora na questão da anistia", disse o líder evangélico no X.

O pastor ainda comparou Mourão ao ministro da Defesa do governo Lula, José Múcio, e voltou a usar os termos "frouxos", "covardes" e "omissos". "Você é tão covarde como seus coleguinhas do Alto Comando. O ministro da defesa de Lula, José Múcio, que é civil, é mais corajoso que vocês todos", afirmou.

"Você perdeu uma oportunidade de ficar calado. Está apanhando muito nas redes sociais. Covarde falastrão", finalizou Malafaia.

Em outra publicação, o pastor esclareceu que suas declarações se referiam ao Alto Comando do Exército, e não à instituição. "Minha fala contra os generais covardes do alto comando, não contra o glorioso Exército Brasileiro", escreveu no X.

Bolsonaro concordou com as declarações de Malafaia em entrevista concedida à Revista Oeste na manhã desta terça-feira, 8. "Não vou repetir aqui porque sou capitão do Exército, né? Fiquei muito triste não com o Malafaia, mas com as verdades que ele falou. Realmente é revoltante a gente ouvir isso daí. Ele fala: 'Ninguém quer dar um golpe nenhum, não, mas o que está acontecendo é isso' e se dirigiu aí a algumas autoridades fardadas", disse o ex-presidente.