Israel apresenta plano de retirada de civis antes de ofensiva final em Rafah

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira, 26, que o Exército já tem um plano para a retirada em massa da população civil das "zonas de combate" perto da cidade de Rafah, alvo da ofensiva final de Israel contra o Hamas em Gaza. Segundo o premiê, cerca de 1,3 milhão de refugiados poderiam ser deslocados para o norte de Rafah, para áreas onde o Exército de Israel já teria terminado as operações militares.

 

A pressão internacional contra o bombardeio de Rafah vem isolando Israel. Mas, embora venha dizendo que a ofensiva é necessária para derrotar o Hamas, Netanyahu também tem demonstrado otimismo nos últimos dias com relação às negociações para um cessar-fogo - e estrategistas militares não descartam a possibilidade de o premiê estar usando a ameaça de invadir Rafah como ferramenta para obter vantagem nas discussões.

 

Negociação

 

Ontem, uma delegação israelense chegou ao Catar para continuar as negociações com mediadores internacionais com o objetivo de garantir um cessar-fogo temporário e a libertação de alguns reféns israelenses.

 

Segundo o jornal New York Times, o governo de Israel já aceitaria libertar importantes líderes palestinos que cumprem longas penas de prisão em troca de alguns reféns mantidos pelo Hamas em Gaza - se confirmada a possibilidade, seria uma mudança radical da política israelense.

 

Os esforços internacionais para se chegar a uma trégua, até então, esbarraram na recusa de Israel em libertar palestinos condenados por assassinato e em se comprometer com um cessar-fogo permanente, duas das exigências do Hamas.

 

Agora, no entanto, segundo o New York Times, os negociadores israelenses teriam concordado com uma proposta dos EUA que prevê a libertação de 5 soldados israelenses em troca de 15 palestinos condenados por acusações graves de terrorismo, de acordo com duas autoridades que participaram da mediação em Paris que envolveu Egito, Catar e EUA, na semana passada.

 

Cautela

 

Até agora, o governo israelense evita esse tipo de concessão, em parte porque a libertação de palestinos condenados por atos de terrorismo, mesmo em troca de reféns israelenses, causaria uma onda de críticas internas ao governo.

 

Outros elementos de um possível acordo - incluindo a duração de um cessar-fogo e a exigência do Hamas de uma retirada completa das forças militares israelenses de Gaza - ainda estão em discussão.

 

A proposta dos EUA permitiria a libertação de cerca de 40 dos mais de 100 reféns que ainda estariam em Gaza. Entre os primeiros da fila estariam 5 mulheres soldado e vários civis, incluindo doentes, feridos e idosos - ficam de fora os soldados homens, cuja libertação seria foco de uma negociação diferente.

 

Troca

 

Israel, segundo os mediadores citados pelo New York Times, estaria disposto a libertar mais palestinos para cada refém, incluindo seis para cada civil acima de 50 anos, e 12 presos para cada israelense doente ou ferido.

 

Para cada uma das cinco mulheres soldado que ainda estão em cativeiro, Israel libertaria três prisioneiros importantes - responsáveis por ataques terroristas - e outros 15 de menor periculosidade. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), participa na segunda-feira, 21, Dia de Tiradentes, de eventos em Minas Gerais ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

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Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

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A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

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Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

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