Selfie na Paulista, batismo de submarino e fotos com Lula: os dias de Macron no Brasil

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O presidente da França, Emmanuel Macron, teve uma agenda agitada em três dias no Brasil, passando por quatro cidades diferentes. Macron desembarcou em Belém na terça-feira, 26, viajou para Rio de Janeiro e São Paulo na quarta-feira, 27, e encerra nesta quinta-feira, 28, a passagem pelo País em Brasília.

Macron conversou com lideranças indígenas, tirou fotos em clima amigável com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou de um batismo de submarino e tirou selfies na Avenida Paulista, principal cartão postal da cidade de São Paulo.

Saiba mais sobre como foram os dias de Macron no Brasil

Fotos com Lula e Cacique Raoni

O presidente francês desembarcou em Belém na terça-feira e foi recebido por Lula. Os dois presidentes visitaram a Ilha do Combu para conhecer a produção artesanal de cacau. Na ilha, Macron condecorou o líder indígena Cacique Raoni, da etnia Kaiapó, com a medalha da Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta condecoração da França e prometeu apoiar a causa indígena.

Macron afirmou que havia se comprometido com Raoni, que há anos mantém estreita colaboração com autoridades francesas e costuma viajar a Paris, "a conhecer esta floresta tão cobiçada" e reconheceu que Raoni "sempre lutou para defendê-la durante décadas". Ele disse que está comprometido em financiar atividades do indígena e lançar um instituto.

O presidente francês apontou que o cacique atua como um embaixador dos direitos dos indígenas e da proteção da Amazônia, interlocutor de governos e um "sentinela do seu território", enquanto Lula clicava fotos de ambos.

Lula e Macron anunciaram também um programa que pretende investir 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul. Os investimentos devem ser direcionados principalmente para ações de conservação e manejo sustentável das florestas e o planejamento e valorização econômica dos ecossistemas e áreas florestais.

Submarino

O presidente da França seguiu para o Rio de Janeiro onde participou da cerimônia de batismo de um dos cinco submarino de uma parceria entre Brasil e França firmada em 2008.

No Porto de Itaguaí, no Rio, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, batizou o submarino Tonelero, que foi construído pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), em 2008. O Tonelero é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil.

O Tonelero é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil pelo Prosub. O programa é uma iniciativa que teve origem em acordo firmado com a França, em 2008, no segundo mandato de Lula na Presidência. Desenvolvido para a construção das embarcações, o Prosub utiliza da transferência de tecnologia entre os países para o desenvolvimento de quatro submarinos convencionais da classe da embarcação francesa Scorpène e a fabricação do primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear.

Na cerimônia, Macron ressaltou a parceria entre Paris e Brasília e afirmou que os dois países tem a mesma visão de mundo. "Rejeitamos o mundo que seja prisioneiro da conflituosidade entre duas grandes potências", ressaltou o presidente francês.

Selfies e eventos em SP

Após o evento no Rio de Janeiro, Macron seguiu para São Paulo para participar do Fórum Econômico Brasil-França, que foi realizado na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) na quarta-feira, 27.

No fórum, Macron afirmou que não é possível avançar no acordo Mercosul-União Europeia da forma que está e que é preciso buscar um novo acordo. "Precisamos deixar de lado noções de algo construído 20 anos atrás e buscar um novo acordo, construído com base em novos objetivos, que tenha a luta contra o desmatamento, as mudanças climáticas e a luta pela biodiversidade no centro das prioridades", afirmou o presidente francês.

Macron participou do evento junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que defendeu as conversações entre os dois blocos. "O Mercosul ampliou mais um país este ano, que é a Bolívia. Fizemos um acordo com Cingapura e houve conversas com a União Europeia. O presidente Lula sempre fala que tem que haver reciprocidade. É o ganha-ganha. Nós conquistamos mercado, nós abrimos o mercado", afirmou em discurso anterior ao de Macron.

Na saída do evento, Macron conversou com o público que o esperava na Avenida Paulista, tirou selfies e agradeceu o carinho dos brasileiros.

Da Fiesp, Macron se dirigiu à Universidade de São Paulo (USP), para cerimônia no Instituto Pasteur. De lá seguiu para o Liceu Pasteur, colégio que fica no bairro paulistano da Vila Mariana, onde se reuniu com o fundador da Fundação Gol de Letra, Raí Oliveira, e membros da comunidade francesa em SP.

A noite terminou com um jantar com artistas e esportistas no Hotel Rosewood, nos arredores da Avenida Paulista. Macron passou a noite no Hotel Tivoli, também nas proximidades da Paulista.

Em outra categoria

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), participa na segunda-feira, 21, Dia de Tiradentes, de eventos em Minas Gerais ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

O dia de Motta vai começar às 9 horas, em Ouro Preto. O presidente da Câmara vai participar da cerimônia da Medalha da Inconfidência 2025, a convite de Zema.

O governador de Minas tenta pavimentar um caminho para a eleição presidencial de 2026 e é a favor da anistia para os condenados do 8 de Janeiro - tema que Motta deve enfrentar nas próximas semanas.

Ainda pela manhã da segunda-feira, Motta vai partir para São João del-Rei, para integrar as homenagens pelo 40º aniversário do falecimento do presidente Tancredo Neves. O deputado foi convidado pelo colega Aécio Neves.

A segunda agenda de Motta contará com três eventos: às 11h45, ele participa da visita ao túmulo do ex-presidente; às 12h30, da reabertura do Memorial Tancredo Neves, e às 13h15 de um almoço no Solar do Presidente.

Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

Ela foi presa por participação nos ataques e ganhou notoriedade após pichar, com batom, a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, imagem que viralizou nas redes sociais. Após dois anos na cadeia, a cabeleireira teve sua prisão convertida em domiciliar no mês passado.

Débora foi condenada a 14 anos de prisão pelos mesmos crimes de outros réus, incluindo tentativa de golpe e dano ao patrimônio público.

A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.

Em mensagem de Páscoa, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste domingo, 20, que a data remete à comemoração do renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. Segundo Lula, o momento é de reforçar os laços de união e de solidariedade.

"Hoje é o dia em que milhões de brasileiras e brasileiros, e pessoas em todo o mundo, comemoram o renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. É o momento em que nos encontramos - seja em uma celebração religiosa, seja em um almoço de família - para reforçar nossos laços de união e de solidariedade. E em que relembramos os ensinamentos de Jesus de que devemos sempre amar uns aos outros, construindo um mundo cada vez melhor e mais fraterno", escreveu, Lula em mensagem divulgada pelo governo federal.

Ao fim da publicação, Lula desejou um "feliz domingo de Páscoa".