Taiwan busca sobreviventes presos em escombros de terremoto que matou 9

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Equipes de socorro correm contra o tempo para resgatar cerca de 200 sobreviventes e desaparecidos após o terremoto de intensidade 7,4 que matou 9 pessoas em Taiwan, na noite de terça-feira, 2 (no Brasil). O pior tremor registrado na ilha em 25 anos deixou 77 pessoas dentro dos túneis Jinwen e Qingshui, além de outros 64 trabalhadores retidos em uma mina de carvão de Hualien.

 

Autoridades taiwanesas informaram nesta quarta, 3, que ainda buscavam dois alemães presos no túnel de Chongde e 50 funcionários de um hotel que estavam em dois micro-ônibus a caminho do Parque Nacional de Taroko. Ao todo, segundo o governo, o tremor deixou mais de 900 feridos.

 

As equipes de resgate não sabem em que condições estão as pessoas presas nos túneis da Rodovia Suhua, construída nos anos 30, que percorre as encostas montanhosas da costa leste, onde é alto o risco de queda de barreiras. O terremoto e os tremores secundários causaram 24 deslizamentos de terra e danos em 35 estradas, pontes e túneis.

 

Tsunami

 

O terremoto provocou danos em vários edifícios, além de um alerta de tsunami na costa leste da Ásia, suspenso algumas horas depois. Todas as mortes aconteceram no Condado de Hualien, no leste da ilha, de onde vieram as imagens mais dramáticas de edifícios perigosamente inclinados.

 

O terremoto foi sentido em todas as partes da ilha. Na capital, Taipé, a circulação do metrô foi suspensa por quase uma hora, e os moradores receberam a solicitação para verificar eventuais vazamentos de gás. O aeroporto sofreu apenas pequenas avarias.

 

Apesar da intensidade do tremor, o pânico inicial desapareceu rapidamente na ilha, que se prepara para esses eventos com treinamentos e simulações nas escolas e avisos emitidos pela imprensa e pelo telefone celular. Stephen Gao, sismólogo da Universidade de Ciência e Tecnologia do Missouri, disse que o nível de prontidão de Taiwan está entre os mais altos do mundo, com códigos de construção rigorosos e uma rede sismológica de primeiro nível.

 

Fabricação de chips sofre breve interrupção

 

O terremoto de magnitude 7,4 registrado em Taiwan na terça-feira prejudicou a produção de semicondutores, por causa da interrupção da fabricação do componente em algumas partes da ilha. A paralisação parcial pode ter impacto na confecção de chips em algumas das principais fabricantes do mundo e afetaria a economia global, segundo a Bloomberg.

 

Analistas ouvidos pela agência apontam que alguns chips precisam de operações ininterruptas, 24 horas por dia e durante todos os dias da semana. Por isso, a interrupção de algumas operações em Taiwan poderia significar que alguns produtos tenham sido danificados.

 

A produção do material em Taiwan é muito importante para a economia global, porque empresas taiwanesas fabricam e montam cerca de 90% dos chips de ponta necessários para aplicativos avançados, como smartphones e IA, além de carros elétricos. Os taiwaneses representam mais da metade do mercado de laptops e dispositivos de rede.

 

A principal companhia do setor no país, a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.), a maior fabricante de chips do mundo, afirmou que foi obrigada a retirar seus funcionários de alguns centros de distribuição por conta de medidas de segurança relacionadas ao terremoto.

 

Previsões

 

Apesar disso, a TSMC também comunicou que esses funcionários já retornaram ao trabalho ontem. A empresa taiwanesa fornece chips para gigantes do setor, como a Apple e a Nvidia.

 

Em um comunicado enviado ao jornal South China Morning Post, de Hong Kong, a empresa estimou que teria uma diminuição de lucro de US$ 60 milhões por conta do terremoto, de acordo com previsões financeiras para o segundo trimestre.

 

Apesar disso, a TSMC destacou que o impacto seria limitado. De acordo com a agência Reuters, três instalações da TSMC em Taiwan sofreram interrupções e poderão atrasar algumas remessas.

 

Impacto

 

Outras empresas menores do setor, como a United Microelectronics Corporation (UMC), também retiraram os funcionários dos centros de produção de Hsinchu e Tainan, cidades no oeste de Taiwan, e tiveram de interromper a fabricação de componentes por alguns minutos. Jason Chen, presidente e CEO da Acer, terceira maior fabricante de PCs do mundo, disse que não houve impacto significativo nas operações da companhia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Em mensagem de Páscoa, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste domingo, 20, que a data remete à comemoração do renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. Segundo Lula, o momento é de reforçar os laços de união e de solidariedade.

"Hoje é o dia em que milhões de brasileiras e brasileiros, e pessoas em todo o mundo, comemoram o renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. É o momento em que nos encontramos - seja em uma celebração religiosa, seja em um almoço de família - para reforçar nossos laços de união e de solidariedade. E em que relembramos os ensinamentos de Jesus de que devemos sempre amar uns aos outros, construindo um mundo cada vez melhor e mais fraterno", escreveu, Lula em mensagem divulgada pelo governo federal.

Ao fim da publicação, Lula desejou um "feliz domingo de Páscoa".

O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu neste sábado, 19, às críticas feitas em artigo da revista The Economist que diz que o ministro Alexandre de Moraes tem "poderes excessivos" e que o tribunal enfrenta "crescentes questionamentos". Em nota assinada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, o STF defendeu a atuação de Moaes e negou que haja uma crise de confiança na instituição.

"O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais", afirmou o tribunal.

A revista inglesa afirmou que o Supremo poderia agravar sua crise de confiança diante dos brasileiros caso o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguisse na Primeira Turma do tribunal, em vez de ser levado ao plenário. O texto também fez críticas a Barroso, aos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, e apontou que Moraes tem "poderes excessivos" nas decisões da Corte.

Em resposta, o STF afirmou que o julgamento de ações penais contra autoridades segue o rito previsto no procedimento penal, que determina que esses casos sejam analisados pelas turmas, e não pelo plenário. "Mudar isso é que seria excepcional", destacou a nota assinada por Barroso.

Barroso rebateu a sugestão de suspender Moraes do julgamento de Bolsonaro. Segundo ele, o ex-presidente ofendeu quase todos os integrantes do Supremo e, "se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado". Ele ainda classificou Moraes como um juiz que "cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente".

O STF também negou que exista uma crise de confiança na instituição e citou dados do Datafolha, divulgados em março de 2024, para sustentar o argumento. Ao mencionar os dados, no entanto, Barroso usou o percentual atribuído ao Poder Judiciário como um todo, cuja confiança é maior, se comparada à da Corte, com 24% que confiam muito, 44% que confiam um pouco e 30% que não confiam.

Segundo a pesquisa, 21% dos entrevistados disseram confiar muito no Supremo, 44% confiam um pouco e 30% não confiam. Para a Corte, isso demonstra que a maioria da população mantém algum nível de confiança no tribunal.

A nota ainda destacou que decisões monocráticas citadas pela revista foram posteriormente ratificadas pelos demais ministros. Entre elas, a suspensão do X (antigo Twitter), que foi determinada pela ausência de representante legal da empresa no Brasil, e não por algum conteúdo publicado na plataforma. A medida foi revertida após a indicação de um representante.

"Todas as decisões de remoção de conteúdo foram devidamente motivadas e envolviam crime, instigação à prática de crime ou preparação de golpe de Estado. O presidente do Tribunal nunca disse que a Corte 'defeated (derrotou) Bolsonaro'. Foram os eleitores", declarou o STF.

Barroso afirmou ainda que, apesar de a reportagem citar "algumas das ameaças sofridas pela democracia" no País, deixou de mencionar as tentativas de invasão da sede dos três Poderes em Brasília nos ataques de 8 de janeiro por uma "multidão insuflada por extremistas" além das tentativas de explosão de bomba no STF e no aeroporto de capital. A nota cita ainda o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes.

"Foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições, como ocorreu em vários países do mundo, do leste Europeu à América Latina", concluiu Barroso.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na unidade de terapia intensiva (UTI) uma semana depois da cirurgia realizada em 13 de abril. Um novo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star e compartilhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro neste domingo, 20, informa que inda não há previsão de alta da UTI, mas que o ex-presidente apresenta boa evolução clínica.

A nota do hospital ainda diz que Bolsonaro apresenta pressão arterial sob controle, após o episódio de alteração relatado no boletim deste sábado, 19. Ele permanece em jejum oral, ou seja, sem se alimentar pela boca, e tem intensificado a fisioterapia motora e as medidas de reabilitação.

No domingo passado, 13 de abril, Bolsonaro fez uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal.

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