Rússia veta resolução na ONU que apela à prevenção de corrida armamentista nuclear no espaço

Internacional
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A Rússia vetou nesta quarta-feira, 24, uma resolução da ONU patrocinada pelos Estados Unidos e pelo Japão apelando a todas as nações para evitarem uma perigosa corrida armamentista nuclear no espaço sideral. A votação no Conselho de Segurança de 15 membros foi de 13 a favor, enquanto a Rússia se opôs e a China se absteve.

 

A resolução apela a todos os países para que não desenvolvam ou implantem armas nucleares ou outras armas de destruição maciça no espaço, conforme proibido por um tratado internacional de 1967 que incluía os EUA e a Rússia, e que concordem com a necessidade de verificar o cumprimento.

 

A embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse após a votação na qual o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou não tem intenção de implantar armas nucleares no espaço, que o veto levanta a questão do que o governo pode estar escondendo.

 

O vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyansky, respondeu que a impressão inicial de Moscou era que a resolução era "mais um golpe de propaganda de Washington", sendo "muito politizada" e "divorciada da realidade".

 

O anúncio da resolução seguiu a confirmação da Casa Branca, em fevereiro, de que a Rússia obteve uma capacidade "preocupante" de armamento anti-satélite, embora tal arma ainda não esteja operacional. Fonte: Associated Press

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou mal durante viagem ao Nordeste e foi atendido com urgência em um hospital de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira, 11. A informação é da assessoria do Partido Liberal.

Bolsonaro sentiu fortes dores decorrentes da facada que sofreu em Juiz de Fora (MG) durante a candidatura à Presidência em 2018. Santa Cruz é uma cidade do interior do Rio Grande do Norte de 38.996 habitantes, localizada a 116 quilômetros de Natal, capital estadual.

O ex-presidente está em turnê por Estados do Nordeste, apelidada de "Rota 22". O objetivo é se aproximar do eleitorado da região. Na última eleição presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu Bolsonaro nos nove Estados do Nordeste com uma margem expressiva de votos.

A iniciativa foi idealizada por Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado. O Estado de Marinho foi escolhido como o pontapé da iniciativa.

Jair Bolsonaro foi vítima de uma facada durante um evento da campanha à Presidência da República em 2018 em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais.

Não é a primeira vez que Bolsonaro enfrenta complicações da facada sofrida em 2018. Em novembro de 2022, depois da derrota na eleição presidencial, Bolsonaro foi acometido por um quadro de erisipela, um tipo de infecção bacteriana. À época, o então vice-presidente Hamilton Mourão disse que a condição impedia o então presidente de vestir calças.

Em maio do ano passado, Bolsonaro foi internado às pressas em Manaus, no Amazonas. Ele participava de agendas do PL no Estado. Ele foi transferido para a capital paulista e ficou internado por 13 dias no Hospital Vila Nova Star.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou como "desavisados" os deputados que assinaram o pedido de urgência ao projeto que anistia os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Segundo a ministra, o Congresso Nacional pode discutir a redução de penas aos civis condenados, mas afirmou que uma anistia geral beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros militares.

"Eu confio muito na palavra do presidente [da Câmara] Hugo Motta, de que esse projeto não irá a voto, até porque se for, cria uma crise institucional, como ele mesmo disse", afirmou Gleisi. Quase 100 deputados da base aliada do governo são favoráveis ao perdão aos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro, de acordo com o Placar da Anistia do Estadão. Grande parte deles integra siglas do Centrão e está alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Ao exigir 'anistia ampla, geral e irrestrita', o réu Jair Bolsonaro deixou cair a máscara. É para deixá-lo impune, junto com os comandantes do golpe", escreveu Gleisi em publicação no X (antigo Twitter).

A ministra acrescentou que vê alguns parlamentares interessados em mediar as penas das pessoas que participaram dos atos, que vêm sendo consideradas rigorosas por parte da sociedade. Contudo, destacou que o texto que pode ser levado a votação é "um projeto que dá anistia ao Bolsonaro e aos generais".

"Nunca foi para o pipoqueiro, o sorveteiro nem a moça do batom. É para afrontar o Judiciário que Bolsonaro quer anistia prévia, antes de ser julgado. E quer que os deputados se prestem a esse papel, jogando o país numa crise institucional", completou a ministra.

Gleisi falou com jornalistas depois de participar de reunião no Palácio da Alvorada para a escolha de Pedro Lucas Fernandes (MA) como novo ministro das Comunicações.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), obteve as assinaturas necessárias para pautar o projeto de lei que anistia os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de Janeiro com regime de urgência. Esse modo de tramitação permite que o texto seja remetido ao plenário da Casa, dispensando a apreciação das comissões permanentes. A urgência, na prática, dá ao projeto um rito acelerado.

O projeto de lei de autoria do deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO) pretende anistiar "todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional" desde o dia 30 de outubro de 2022. O requerimento de urgência ao texto precisava de ao menos 257 assinaturas. A petição superou esse índice na noite desta quinta-feira, 10, com a adesão do deputado federal Paulo Azi (União Brasil-BA).

O PL é o partido com o maior número de apoiadores ao requerimento de urgência, com 89 assinaturas. A maior sigla da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é seguida por União Brasil, com 39 apoios, PP, com 34, e Republicanos, com 26. O PSD registra 23 assinaturas e o MDB, 21

A anistia aos réus e condenados no Ataque aos Três Poderes é uma das bandeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A eventual anistia aos envolvidos nos atos de vandalismo pode beneficiar o ex-presidente, réu no STF por tentativa de golpe. A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Bolsonaro foi responsável por uma tentativa de ruptura institucional que teve no 8 de Janeiro seu ato derradeiro.

A assinatura do requerimento não implica em apoio ao mérito do projeto de lei. Como mostrou o Placar da Anistia do Estadão, há 201 deputados federais favoráveis a conceder anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, enquanto 127 parlamentares são contrários e 105 não quiseram responder. O apoio ao mérito do projeto cai se Bolsonaro é inserido no rol de beneficiados com a medida.

Ainda que mais da metade da Câmara apoie a urgência do texto, pautá-lo em plenário ainda é uma atribuição de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa. Como mostrou a Coluna do Estadão, Motta busca um acordo com o Planalto e com o STF antes de pautar a revisão das penas aos condenados no 8 de Janeiro. O objetivo é construir um consenso de pacificação nacional entre os Poderes.