Trump corteja eleitores negros e conservadores em Michigan; Biden vai a Hollywood

Internacional
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Em meio à corrida presidencial, o candidato Donald Trump fará uma viagem ao Estado norte-americano de Michigan neste fim de semana, que incluirá paradas em uma igreja negra e em um encontro de extrema-direita. Enquanto isso, o presidente Joe Biden retornou do encontro com o G7 na Itália e foi para a Califórnia, onde busca fundos para sua campanha de reeleição em um evento em Hollywood apresentado pelos atores George Clooney e Julia Roberts.

Em um dos Estados mais visados para as eleições de novembro, Trump busca atrair o eleitorado negro, uma importante base política de Biden nas eleições de 2020, e que expressa sinais de decepção com o democrata. Neste cenário, em Michigan, Trump participa neste fim de semana de uma mesa-redonda em uma igreja afro-americana no centro de Detroit. Mais tarde, o republicano vai à "Convenção do Povo" da Turning Point Action, grupo ligado a extremistas que emergiu como uma força na política do Partido Republicano na era Trump, especialmente com o movimento "Make America Great Again".

Já o presidente Joe Biden participará na noite deste sábado de um evento com estrelas de Hollywood para arrecadar dinheiro para sua campanha. O ex-presidente Barack Obama deve se juntar aos headliners Clooney e Roberts, e ao apresentador Jimmy Kimmel, que entrevistará todos no palco. Celebridades do mundo do entretenimento têm se alinhado para ajudar a campanha do democrata, na esperança de impulsionar arrecadações e estimular os possíveis apoiadores a comparecerem no dia da eleição contra Trump.

Segundo a campanha de Biden, o evento na Califórnia deve arrecadar pelo menos US$ 28 milhões, mais do que o valor recorde de US$ 26 milhões recebido em março em evento no Radio City Music Hall, em Nova York. Ainda assim, o valor não deve superar as cifras da campanha de Trump. Em abril, o republicano arrecadou US$ 50,5 milhões em uma reunião com doadores na casa do bilionário John Paulson, na Flórida. Além disso, em maio, foram doados US$ 141 milhões para a campanha de Trump, com as arrecadações impulsionadas pelo veredicto que condenou Trump por fraude para esconder suborno.

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O ministro André Mendonça tomou posse nesta terça-feira, 25, como ministro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Tenho certeza que vai honrar a cadeira e a Justiça Eleitoral, com todos os compromissos democráticos que ela tem", disse a presidente da Corte, Cármen Lúcia. A cerimônia, como de costume, foi protocolar e sem discursos. Mendonça, que já era ministro substituto, passa a ocupar a vaga titular deixada pelo ministro Alexandre de Moraes no mês passado.

Compareceram à cerimônia os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, o advogado-geral da União (AGU) e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vice-presidente da Câmara e membro da bancada evangélica, também compareceram. Mendonça é pastor e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo após a promessa de indicar um ministro "terrivelmente evangélico".

A Polícia Federal (PF) apresentou nesta terça-feira, 25, um relatório parcial no inquérito que investiga se o deputado federal André Janones (Avante-MG) operou um esquema de rachadinha na Câmara.

Uma das primeiras iniciativas da PF na investigação foi submeter ao Instituto Nacional de Criminalística os áudios em que o deputado pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Os peritos concluíram que a voz na gravação é de Janones. Ele já havia reconhecido a autenticidade dos áudios.

A gravação foi comparada com áudios extraídos das redes sociais dos deputados. Os peritos verificam minuciosamente elementos como padrões fonéticos, vícios de pronúncia e expressões recorrentes. O resultado foi uma correspondência quase integral - o penúltimo grau em uma escala que vai de -4 a +4.

O delegado Roberto Santos Costa, responsável pela investigação, finaliza agora a análise do material obtido a partir das quebras de sigilo bancário e fiscal do deputado e de seus assessores parlamentares.

Ele pediu acesso a todas as movimentações financeiras entre janeiro de 2019, quando Janones assumiu o primeiro mandato na Câmara, e janeiro de 2024.

Janones tem reiterado que a investigação do caso pelas autoridades competentes é o único caminho para provar que é inocente. Nas redes sociais, disse que já colocou as contas à disposição dos investigadores.

PF vê contradição em depoimentos de assessores e aponta indícios de rachadinha

O deputado foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que os áudios vieram a público. Para a PF, a gravação já é um indício do crime de corrupção passiva. O objetivo agora é verificar se os repasses de fato aconteceram.

"As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado", afirmou a Polícia Federal no pedido de quebra de sigilo enviado ao STF em fevereiro.

Assessores de Janones já foram ouvidos pela PF. Eles disseram que a gravação está fora de contexto e negaram a devolução dos salários, mas a Polícia Federal viu "inconsistências" e "contradições" nos depoimentos.

Alguns auxiliares relataram, por exemplo, que o deputado pediu doações para uma "caixinha espontânea" que seria usada cobrir despesas de campanha de assessores que viessem a se candidatar. Outros narraram que advogadas aconselharam Janones a abandonar a ideia.

Novos depoimentos serão marcados.

A Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) divulgou, nesta terça-feira, 25, uma carta de retratação à diretoria da sigla após o grupo se desentender com a tesouraria petista sobre o orçamento eleitoral. Na mensagem, a Secretária Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores, Nádia Garcia, afirma que a JPT confia inteiramente nas lideranças internas da legenda e o protesto feito na tarde da última segunda, 24, foi desproporcional.

A diretoria nacional do PT apresentou uma proposta de orçamento eleitoral às alas internas da legenda, que representam movimentos específicos do partido. No plano, a verba destinada a estas secretarias seria reduzida de 3% para 1% - o que desagradou a JPT, que escreveu uma carta à diretoria da sigla reclamando das dificuldades da transição geracional interna.

A redução da verba foi vista como uma tentativa de interditar a sucessão interna do partido no longo prazo e, no curto, inviabilizar as candidaturas que representam os movimentos LGBTIA+, sindical, cultural, da Juventude e da reforma agrária.

A nota de protesto, entretanto, foi mal recebida pela tesoureira do PT, Gleide Andrade, que viu a mensagem como "arrogante" e "desrespeitosa".

"O recado passado com as repetidas ações da Direção Nacional é o expresso objetivo de sufocar e impedir a transição geracional interna, de impedir que emerjam parlamentares pretos/as, LGBTs, ambientalistas, do campo e das periferias, indígenas e quilombolas", dizia a mensagem, veiculada no grupo de WhatsApp da Executiva Nacional do PT na última segunda-feira, 14, segundo a Folha de S. Paulo.

Em resposta, Gleide exigiu um pedido de desculpas pela estratégia da JPT que, nas palavras dela, adota uma "política de queimação baixa, nojenta, imunda". Para a tesoureira, as críticas eram descabidas à medida que nenhuma das secretarias internas apresentou uma contraproposta orçamentária - e limitou-se a criticar a ideia existente.

Após pressão interna por uma retratação pública, Nádia escreveu uma nova carta, a qual o Estadão teve acesso, em que dizia que "a Juventude do PT confia inteiramente na capacidade de formulação, proposição e transição geracional do Partido dos Trabalhadores, que reflete o número de jovens petistas eleitos nos últimos anos para o Legislativo e Executivo em todo o país".

No pedido de desculpas, Nádia negou que o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) ou a Executiva do PT tenham definido a distribuição definitiva dos recursos do Fundo Eleitoral deste ano. Ao todo, o PT deve receber cerca de R$ 604 milhões dos R$ 4,96 bilhões sancionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nádia também admitiu que o tema só será discutido pela Direção Nacional da legenda. Na nota, ela afirma confiar no GTE e disse esperar que seu grupo seja representado na distribuição da verba.