Manifestantes franceses protestam contra extrema-direita antes de eleição legislativa

Internacional
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Grupos antirracismo se juntaram a sindicatos franceses e a uma nova coalizão de partidos de esquerda em protestos pela França neste sábado, 15, contra o crescente avanço da extrema-direita nacionalista, e em meio a uma campanha antes das eleições parlamentares antecipadas. O Ministério do Interior francês informou que 250 mil pessoas participaram dos protestos, sendo 75 mil delas em Paris.

Apesar do tempo chuvoso, os que temem que as eleições resultem no primeiro governo de extrema-direita da França desde a Segunda Guerra Mundial se reuniram na Place de la République, em Paris. Cerca de 21 mil policiais foram mobilizados. Os manifestantes seguravam placas com os dizeres "Liberdade para todos, Igualdade para todos e Fraternidade com todos" e "Vamos quebrar fronteiras, documentos para todos, não ao projeto de lei de imigração". Alguns entoavam cânticos de "Palestina Livre, viva a Palestina".

A polícia de Paris relatou "várias tentativas de danos" por parte dos manifestantes e disse que sete pessoas foram presas. Um jornalista da Associated Press disse que a polícia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes que tentaram vandalizar um ponto de ônibus e painéis de publicidade.

Na cidade de Nice, os manifestantes marcharam pela Avenida Jean Médecin, principal rua comercial da cidade, protestando contra o partido de extrema-direita Reunião Nacional, seu líder Jordan Bardella, e contra o presidente Emmanuel Macron. Os organizadores disseram que 3 mil pessoas participaram, enquanto a polícia estimou em 2,5 mil. Nice é tradicionalmente um reduto conservador, mas nos últimos anos se firmou radicalmente a favor da Reunião Nacional de Marine Le Pen e seu rival de extrema-direita Eric Zemmour.

As multidões têm se reunido diariamente desde que a Reunião Nacional obteve ganhos históricos nas eleições para o Parlamento Europeu no último domingo, levando Macron a dissolver a Assembleia Nacional. Novas eleições para o parlamento foram marcadas para 30 de junho e 7 de julho. Macron permanece na presidência até 2027, mas ficaria enfraquecido se a Reunião Nacional vencesse e assumisse o governo e a política nacional.

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O ministro André Mendonça tomou posse nesta terça-feira, 25, como ministro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Tenho certeza que vai honrar a cadeira e a Justiça Eleitoral, com todos os compromissos democráticos que ela tem", disse a presidente da Corte, Cármen Lúcia. A cerimônia, como de costume, foi protocolar e sem discursos. Mendonça, que já era ministro substituto, passa a ocupar a vaga titular deixada pelo ministro Alexandre de Moraes no mês passado.

Compareceram à cerimônia os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, o advogado-geral da União (AGU) e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vice-presidente da Câmara e membro da bancada evangélica, também compareceram. Mendonça é pastor e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo após a promessa de indicar um ministro "terrivelmente evangélico".

A Polícia Federal (PF) apresentou nesta terça-feira, 25, um relatório parcial no inquérito que investiga se o deputado federal André Janones (Avante-MG) operou um esquema de rachadinha na Câmara.

Uma das primeiras iniciativas da PF na investigação foi submeter ao Instituto Nacional de Criminalística os áudios em que o deputado pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Os peritos concluíram que a voz na gravação é de Janones. Ele já havia reconhecido a autenticidade dos áudios.

A gravação foi comparada com áudios extraídos das redes sociais dos deputados. Os peritos verificam minuciosamente elementos como padrões fonéticos, vícios de pronúncia e expressões recorrentes. O resultado foi uma correspondência quase integral - o penúltimo grau em uma escala que vai de -4 a +4.

O delegado Roberto Santos Costa, responsável pela investigação, finaliza agora a análise do material obtido a partir das quebras de sigilo bancário e fiscal do deputado e de seus assessores parlamentares.

Ele pediu acesso a todas as movimentações financeiras entre janeiro de 2019, quando Janones assumiu o primeiro mandato na Câmara, e janeiro de 2024.

Janones tem reiterado que a investigação do caso pelas autoridades competentes é o único caminho para provar que é inocente. Nas redes sociais, disse que já colocou as contas à disposição dos investigadores.

PF vê contradição em depoimentos de assessores e aponta indícios de rachadinha

O deputado foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que os áudios vieram a público. Para a PF, a gravação já é um indício do crime de corrupção passiva. O objetivo agora é verificar se os repasses de fato aconteceram.

"As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado", afirmou a Polícia Federal no pedido de quebra de sigilo enviado ao STF em fevereiro.

Assessores de Janones já foram ouvidos pela PF. Eles disseram que a gravação está fora de contexto e negaram a devolução dos salários, mas a Polícia Federal viu "inconsistências" e "contradições" nos depoimentos.

Alguns auxiliares relataram, por exemplo, que o deputado pediu doações para uma "caixinha espontânea" que seria usada cobrir despesas de campanha de assessores que viessem a se candidatar. Outros narraram que advogadas aconselharam Janones a abandonar a ideia.

Novos depoimentos serão marcados.

A Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) divulgou, nesta terça-feira, 25, uma carta de retratação à diretoria da sigla após o grupo se desentender com a tesouraria petista sobre o orçamento eleitoral. Na mensagem, a Secretária Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores, Nádia Garcia, afirma que a JPT confia inteiramente nas lideranças internas da legenda e o protesto feito na tarde da última segunda, 24, foi desproporcional.

A diretoria nacional do PT apresentou uma proposta de orçamento eleitoral às alas internas da legenda, que representam movimentos específicos do partido. No plano, a verba destinada a estas secretarias seria reduzida de 3% para 1% - o que desagradou a JPT, que escreveu uma carta à diretoria da sigla reclamando das dificuldades da transição geracional interna.

A redução da verba foi vista como uma tentativa de interditar a sucessão interna do partido no longo prazo e, no curto, inviabilizar as candidaturas que representam os movimentos LGBTIA+, sindical, cultural, da Juventude e da reforma agrária.

A nota de protesto, entretanto, foi mal recebida pela tesoureira do PT, Gleide Andrade, que viu a mensagem como "arrogante" e "desrespeitosa".

"O recado passado com as repetidas ações da Direção Nacional é o expresso objetivo de sufocar e impedir a transição geracional interna, de impedir que emerjam parlamentares pretos/as, LGBTs, ambientalistas, do campo e das periferias, indígenas e quilombolas", dizia a mensagem, veiculada no grupo de WhatsApp da Executiva Nacional do PT na última segunda-feira, 14, segundo a Folha de S. Paulo.

Em resposta, Gleide exigiu um pedido de desculpas pela estratégia da JPT que, nas palavras dela, adota uma "política de queimação baixa, nojenta, imunda". Para a tesoureira, as críticas eram descabidas à medida que nenhuma das secretarias internas apresentou uma contraproposta orçamentária - e limitou-se a criticar a ideia existente.

Após pressão interna por uma retratação pública, Nádia escreveu uma nova carta, a qual o Estadão teve acesso, em que dizia que "a Juventude do PT confia inteiramente na capacidade de formulação, proposição e transição geracional do Partido dos Trabalhadores, que reflete o número de jovens petistas eleitos nos últimos anos para o Legislativo e Executivo em todo o país".

No pedido de desculpas, Nádia negou que o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) ou a Executiva do PT tenham definido a distribuição definitiva dos recursos do Fundo Eleitoral deste ano. Ao todo, o PT deve receber cerca de R$ 604 milhões dos R$ 4,96 bilhões sancionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nádia também admitiu que o tema só será discutido pela Direção Nacional da legenda. Na nota, ela afirma confiar no GTE e disse esperar que seu grupo seja representado na distribuição da verba.