Aliados da Otan enviam primeiros caças F-16 para guerra na Ucrânia

Internacional
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Holanda e Dinamarca, países-membros da Otan, anunciaram ontem que começaram a enviar os primeiros caças F-16 de fabricação americana para a Ucrânia. O envio das aeronaves é pedido por Kiev há muito tempo e considerado uma afronta pela Rússia. O anúncio ocorreu no contexto da cúpula da Otan, em Washington, na qual os líderes fizeram novas promessas de ajuda em defesa para Kiev e disseram que a Ucrânia está em um "caminho irreversível" para se tornar membro da aliança militar. Os líderes também criticaram a China, pela primeira vez, por ajudar a Rússia na guerra.

 

Em um comunicado, a Casa Branca afirmou que os primeiros jatos prontos para voar "estão sendo transferidos" pela Holanda e Dinamarca e estariam "voando nos céus da Ucrânia" ainda neste verão (do Hemisfério Norte). EUA relutaram por mais de um ano em autorizar o envio das aeronaves. O comunicado afirma que, por questões de segurança, não daria mais detalhes nem informaria o número de aeronaves. Segundo a Otan, Bélgica e Noruega também se comprometeram a doar aeronaves.

 

Trata-se do primeiro envio de cerca de 85 caças que foram prometidos a Kiev para enfrentar a Rússia. Os países-membros da Otan têm oferecido, além das próprias aeronaves de combate, uma série de treinamentos de pilotos, armas e apoio logístico. Seis países, incluindo os EUA, estão treinando soldados ucranianos nos F-16, mas as autoridades não divulgaram números de militares envolvidos.

 

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, que está em Washington, afirmou que esses aviões aproximam o país "de uma paz justa e duradoura". Ele disse que a Ucrânia precisava de mais de 100 caças para começar a conter os ataques aéreos russos.

 

PATRIOT. O anúncio de ontem foi feito um dia após o presidente americano, Joe Biden, prometer, junto de aliados da Otan, o envio de sistemas de defesa aérea - incluindo quatro sistemas Patriot - para Kiev. Ontem, os líderes da aliança também se comprometeram com € 40 bilhões (R$ 232 bilhões) em ajuda militar a Kiev no próximo ano.

 

Feitos em conjunto, os anúncios parecem projetados, em parte, para capturar a atenção da Rússia. Após a divulgação do envio de sistemas de defesa aérea, Anatoly Antonov, embaixador de Moscou em Washington, criticou o apoio ocidental à Ucrânia, dizendo que a cúpula da Otan "reafirmou sua natureza agressiva".

 

"Cheios de desespero devido à sua incapacidade de derrotar a Rússia, os Estados-membros da Otan seguem cegamente o caminho da escalada e, de fato, estão preparando o caminho para a 3.ª Guerra", disse Antonov.

 

O envio dos caças F-16 para a Ucrânia deve ser um motivo adicional de irritação à Rússia, que considera a ação uma intromissão direta da Otan na guerra. Em março, o presidente Vladimir Putin disse que os caças seriam alvo legítimo para a Rússia se fossem usados contra tropas russas saindo de campos de aviação em países terceiros.

 

Os F-16 exigem um alto padrão de pistas e hangares reforçados para protegê-los de ataques de bombardeio quando estão no solo. Não estava claro quantas bases ucranianas podem atender a esses requisitos.

 

CHINA

 

Após décadas vendo a China como uma ameaça distante, a Otan acusou Pequim ontem de se tornar "um facilitador decisivo da guerra da Rússia contra a Ucrânia" e exigiu que ela parasse os embarques de componentes de armas e outras tecnologias críticas para a reconstrução do Exército russo.

 

A acusação foi mencionada na declaração dos 32 líderes da aliança ontem à noite e representou uma grande mudança de posição da Otan, que até 2019 nunca tinha mencionado oficialmente a China como uma preocupação e, quando o fez, na época, usou uma linguagem branda. (Com agências internacionais)

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

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Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

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O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.