Protestos da extrema direita afetam investigação de outros crimes, alerta polícia britânica

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A polícia do Reino Unido alertou neste domingo, 4, que, devido aos esforços para lidar com a violência que eclodiu em várias cidades e vilas após um ataque de esfaqueamento em uma aula de dança, resultando em três meninas mortas e várias feridas, outros crimes podem não ser investigados completamente.

O alerta vem um dia depois de dezenas de pessoas serem presas quando ativistas de extrema direita se confrontaram com manifestantes antirracistas em várias partes do Reino Unido, incluindo Belfast, Liverpool e Bristol, com violência registrada em diversos locais. A polícia indica que mais prisões podem ocorrer conforme analisam imagens de circuito fechado de televisão, redes sociais e câmeras corporais.

Em apenas um incidente no sábado, a Polícia de Merseyside afirmou que cerca de 300 pessoas estavam envolvidas em ações violentas em Liverpool, que resultaram em um incêndio em uma instalação comunitária.

O Spellow Lane Library Hub, inaugurado no ano passado visando oferecer suporte a uma das comunidades mais carentes do país, sofreu danos severos. A polícia disse que os manifestantes tentaram impedir os bombeiros de acessar o incêndio, lançando um projétil contra o caminhão de bombeiros e quebrando a janela traseira da cabine.

Encontros adicionais estão agendados para este domingo, e a polícia prosseguirá com uma operação de segurança, mobilizando milhares de oficiais para as ruas, incluindo policiais com equipamento de choque. A polícia expandiu o número de celas de prisão e está empregando tecnologia de vigilância e reconhecimento facial.

"Estamos vendo oficiais sendo retirados da polícia do dia a dia", disse Tiffany Lynch da Federação de Polícia da Inglaterra e do País de Gales à BBC. "Mas enquanto isso acontece, as comunidades lá fora que estão tendo incidentes contra elas, sendo vítimas de crimes. Infelizmente, seus crimes não estão sendo investigados."

Este cenário no Reino Unido eclodiu no início desta semana, em protesto a um esfaqueamento contra crianças em uma aula de dança temática em Southport na última segunda-feira, quando um jovem de 17 anos foi preso.

Rumores falsos de que o jovem era muçulmano e imigrante incitaram a ira entre apoiadores da extrema direita. No Reino Unido, é comum não divulgar os nomes de suspeitos menores de 18 anos. Contudo, o juiz Andrew Menary decidiu revelar a identidade de Axel Rudakubana, nascido no País de Gales e filho de pais ruandeses, para cessar a disseminação de informações falsas.

Rudakubana foi acusado de assassinato pelo ataque que matou Alice Dasilva Aguiar, 9, Elsie Dot Stancombe, 7, e Bebe King, 6. Ele também foi acusado de dez tentativas de assassinato, em razão das oito crianças e dois adultos feridos.

Em meio aos rumores, a polícia afirmou que muitas das ações de protesto estão sendo organizadas online por grupos de extrema direita, que estão mobilizando apoio com frases como "chega", "salve nossas crianças" e "parem os barcos", referindo-se à entrada de imigrantes no país.

Manifestantes de extrema direita realizaram várias reuniões violentas desde o esfaqueamento, confrontando a polícia fora de uma mesquita em Southport - perto do local do esfaqueamento - e lançando latas de cerveja, garrafas e sinalizadores perto do escritório do primeiro-ministro em Londres no dia seguinte.

O novo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Keir Starmer, culpou a violência pelo "ódio de extrema direita" e prometeu acabar com o caos. Ele disse que a polícia em todo o Reino Unido receberia mais recursos para impedir "um colapso na lei e ordem em nossas ruas." A ministra da polícia, Diana Johnson, disse à BBC que "não há necessidade" de trazer o exército para ajudar a polícia em seus esforços para enfrentar a violência. Fonte: Associated Press

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O PT disse nesta terça-feira, 14, que a sede do partido em Diadema (SP) foi invadida e vandalizada. Segundo o partido, dois computadores, três CPUs e uma impressora foram levados. Em imagens divulgadas pela sigla, é possível ver portas arrombadas e fotografias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) cobertas por tinta azul.

O partido registrou boletim de ocorrência no início da tarde, ao qual o Estadão teve acesso. A Polícia Civil confirmou que investiga o caso. "Foi requisitada perícia e coleta de impressões digitais no local para auxiliar na identificação dos envolvidos no crime", disse a instituição, em nota.

Segundo Josa Queiroz, vereador e presidente do PT local, a suspeita é que a invasão tenha ocorrido nesta madrugada pois vizinhos relataram que o portão estava trancado na noite de segunda-feira, 13. Não havia nenhum integrante do partido no local no momento do ocorrido.

Ele afirmou que é prematuro afirmar que a motivação foi política, mas acrescentou que as condições em que o diretório foi encontrado indicam que o objetivo da ação não era "um simples roubo".

"O espaço foi totalmente destruído. O cara que entra para roubar algo não vai perder tempo para poder quebrar uma pia. Os vasos sanitários e as louças também foram quebradas. Todos os arquivos foram jogados no chão", declarou Queiroz.

O PT governou Diadema, reduto histórico da sigla, até o final do ano passado com José de Filippi Júnior. O petista tentou se reeleger, mas foi derrotado por Taka Yamauchi (MDB).

A bancada do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo disse, em nota, que o incidente pode estar associado à violência política e cobrou a imediata apuração do caso e punição rigorosa aos envolvidos.

"Nós, deputadas e deputados estaduais do PT na Alesp, manifestamos total solidariedade aos companheiros e companheiras militantes e dirigentes petistas de Diadema e nos somamos à cobrança das autoridades competentes pela elucidação deste atentado", disse a bancada petista.

A Polícia Federal (PF) apontou que o ex-deputado federal Daniel Silveira levou o dobro do tempo previsto para chegar ao Hospital Santa Tereza, em Petrópolis (RJ), quando foi atendido em 21 de dezembro. O relatório, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, 13, detalha que Silveira gastou cerca de 1h30 no deslocamento, que deveria durar 43 minutos, considerando os 25 quilômetros de percurso.

Conforme registrado, Silveira deixou um condomínio às 21h32 e chegou ao hospital às 22h59, onde foi atendido por queixas de dor lombar irradiando para o flanco. Ele relatou ao plantonista histórico de insuficiência renal. Após permanecer no local até 0h37, retornou ao condomínio, trajeto que durou 54 minutos, e ficou no local até 1h55.

A defesa de Silveira sustentou que Silveira "foi buscar a esposa para acompanhá-lo ao hospital e, posteriormente, a deixou no mesmo local e foi para sua casa, onde está registrado no sistema". O advogado, Paulo Faria, afirma que o relatório da PF confirma as justificativas apresentadas anteriormente. "As diligências realizadas pela Polícia Federal, inclusive violando o sigilo médico, são a prova de que tudo que foi relatado é verdade", disse o advogado, que considerou a prisão do ex-deputado desproporcional.

Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por estimular atos antidemocráticos e atacar ministros do STF, acumulou diversas passagens pela prisão desde 2021. Solto em 20 de dezembro sob liberdade condicional, ele deveria cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e permanência em casa entre 22h e 6h.

No entanto, o monitoramento apontou que, no dia seguinte à soltura, Silveira violou as restrições. Embora sua defesa tenha alegado urgência médica, ele passou mais de uma hora em um shopping antes de ir ao hospital. A PF concluiu que o tempo excessivo no trajeto merece explicações adicionais.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa do ex-deputado se manifestem sobre o relatório. A defesa reafirmou que Silveira buscou sua esposa para acompanhá-lo ao hospital e que todas as ações estavam registradas no sistema de monitoramento.

A Advocacia-Geral da União (AGU) fará na próxima semana uma audiência pública para discutir os efeitos da nova política implementada pela Meta. O dia e horário ainda serão definidos pelo órgão. A audiência estava agendada para a próxima quinta-feira, 16, mas a AGU disse em nota que "será necessário um tempo maior para organização e confirmação dos participantes". Poderão participar especialistas, acadêmicos, representantes das agências de checagem de fatos e órgãos do governo.

Na última sexta-feira, 10, a AGU enviou notificação extrajudicial à Meta cobrando explicações após anúncio de novas políticas de moderação de conteúdo pelo CEO da companhia, Mark Zuckerberg. Na resposta apresentada ontem, a Meta salientou que o encerramento do Programa de Verificação de Fatos por agências independentes de checagem de informação para dar lugar à política de "notas da comunidade", como é aplicada atualmente no X, valerá apenas para os Estados Unidos neste primeiro momento.