Putin oferece ajuda à Coreia do Norte após danos causados por inundações

Internacional
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O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu assistência humanitária à Coreia do Norte para ajudá-la com os danos causados pelas recentes inundações. A informação foi confirmada pelos dois países, em mais um sinal do fortalecimento das relações entre as duas nações.

Em uma mensagem ao líder norte-coreano Kim Jong-un no sábado, 3, Putin "expressou profunda simpatia e apoio" e manifestou sua disposição em fornecer ajuda imediata para a recuperação do país, informou a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) neste domingo, 4.

A agência de notícias estatal russa Tass divulgou um relatório semelhante, afirmando que Putin disse a Kim na mensagem: "Você pode sempre contar com nossa assistência e apoio".

As relações entre a Coreia do Norte e a Rússia têm se fortalecido significativamente em meio a crenças generalizadas de que a Coreia do Norte forneceu armas convencionais à Rússia para sua guerra na Ucrânia, em troca de assistência militar e econômica.

Durante um encontro em Pyongyang em junho, Kim e Putin assinaram um pacto que estipula assistência militar mútua se qualquer um dos países for atacado, no que foi considerado o maior acordo de defesa entre as duas nações desde o fim da Guerra Fria.

Kim expressou sua gratidão a Putin pela oferta de ajuda, dizendo que "pôde sentir profundamente a emoção especial em relação a um amigo genuíno no período mais difícil".

No entanto, Kim afirmou que a Coreia do Norte estabeleceu seus próprios planos de reabilitação e solicitará a assistência russa posteriormente, se necessário, conforme relatado pela KCNA.

Chuvas na Coreia do Norte

Chuvas intensas na região noroeste da Coreia do Norte em 27 de julho inundaram 4.100 casas, cerca de 3 mil hectares de campos agrícolas e inúmeros outros edifícios públicos, estradas e ferrovias, segundo a KCNA. A escala das vítimas não é conhecida.

Recentemente, a KCNA citou Kim dizendo que a inundação causou uma "baixa inaceitável", mas não deu mais detalhes.

Na quinta-feira, a rival Coreia do Sul também ofereceu apoio humanitário à Coreia do Norte. Observadores afirmam que a Coreia do Norte provavelmente ignorará ou rejeitará a proposta sul-coreana, já que as animosidades entre os dois países estão em um dos seus pontos mais altos em anos.

Durante uma visita na sexta-feira a uma unidade militar envolvida em operações de evacuação de residentes presos pelas inundações, Kim chamou a Coreia do Sul de "escória" enquanto criticava o que chamou de "mídia lixo" sul-coreana por supostamente manchar a imagem do Norte ao exagerar os números de mortos pelas inundações. Kim não mencionou a oferta de ajuda da Coreia do Sul./AP

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, por unanimidade, a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa no governo Jair Bolsonaro, no inquérito do golpe.

Denunciado como um dos líderes do plano golpista, Braga Netto está preso desde 14 de dezembro. A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes por suspeita de tentar obstruir a investigação da Polícia Federal.

Os ministros rejeitaram um recurso da defesa para revogar a prisão do general. O julgamento ocorreu no plenário virtual do STF. Nessa modalidade, não há debate entre os magistrados, que registram os votos em uma plataforma online.

Como relator, Alexandre de Moraes abriu os votos e defendeu que os requisitos que o levaram a decretar a prisão de Braga Netto permanecem válidos. O posicionamento foi seguido por Cristiano Zanin, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.

O procurador-geral da República Paulo Gonet foi contra a soltura do general. Gonet defendeu em manifestação ao STF que "as tentativas do investigado de embaraçar a investigação em curso denotam a imprescindibilidade da medida extrema".

A defesa, por sua vez, afirma que não há provas concretas de que o general tenha tentado influenciar a investigação.

Braga Netto está detido no quartel da 1.ª Divisão de Exército, na zona oeste do Rio de Janeiro, seção subordinada ao Comando Militar do Leste, órgão que foi chefiado pelo próprio Braga Netto de 2016 a 2019, durante a intervenção federal na segurança pública do Estado.

A União foi condenada a pagar R$ 468 mil de indenização à família de Wesley da Hora dos Santos, de 18 anos, que morreu afogado em abril de 2017 em uma atividade prática do ciclo básico de formação de soldado do Exército em Barueri, na Grande São Paulo.

A irmã e a tia dele vão receber o dinheiro. A indenização corresponde a 500 salários mínimos cotados na época da morte.

A decisão é da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), em São Paulo. O colegiado rejeitou por unanimidade um recurso da União que tentava reverter a condenação e confirmou a sentença da 4.ª Vara Federal de Sorocaba.

A desembargadora Leila Paiva, relatora do processo, afirmou em seu voto que "não há dúvidas" de que a morte "resultou de um conjunto de ações culposas praticadas pelos militares, que agiram com negligência e imprudência".

"Tomando por base as circunstâncias dos fatos, o grau de culpa dos agentes e as condições socioeconômica das partes, mostra-se razoável a condenação fixada na referida sentença (de primeira instância)", concluiu a desembargadora.

Além de Wesley, também morreram afogados Victor da Costa Ferreira, de 18 anos, e Jonathan Turella Cardoso Allah, de 19. Um ex-tenente, um ex-cabo e um ex-soldado foram condenados na esfera penal pela Justiça Militar.

Os recrutas participaram de uma corrida de orientação, em que tinham que localizar pontos demarcados com auxílio de mapa e bússola. A equipe esqueceu de anotar um ponto de pista e, por isso, recebeu um "trote" como penalidade. Foram obrigados a refazer o percurso saindo das margens do lago do quartel do 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, o Grupo Bandeirante. A ordem foi que eles deveriam voltar apenas "com o gorro seco".

Segundo a investigação, um dos soldados escorregou na lama e foi parar na parte mais profunda do lago, arrastando dois outros colegas. Eles não sabiam nadar. Apenas um recruta sobreviveu.

A Justiça do Paraná derrubou a decisão liminar que autorizou o ex-agente penitenciário federal Jorge Guaranho a cumprir pena em regime domiciliar.

O desembargador Gamaliel Seme Scaff, do Tribunal de Justiça do Estado, determinou "imediata condução" dele ao Complexo Médico Penal, em Pinhais, para cumprir a condenação de 20 anos, em regime fechado, pelo assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda. O crime aconteceu em Foz do Iguaçu, em 2022.

Em um primeiro momento, a Justiça autorizou o regime domiciliar até uma avaliação médica do quadro de saúde de Guaranho. A defesa apresentou laudos que atestavam a necessidade de cuidados médicos constantes. O Complexo Médico Penal de Pinhais informou que tem "totais condições de prestar assistência" a ele, o que levou o desembargador a determinar a prisão.

"Considerando que, à luz da lei penal, o referido paciente já se encontra cumprindo pena de prisão na forma domiciliar, revogo-a e determino que seja o ora paciente Jorge José da Rocha Guaranho, conduzido por unidade policial até aquele Complexo Médico Penal, servindo a presente decisão de mandado judicial de condução, com determinação de cumprimento imediato, autorizado inclusive o seu cumprimento no período noturno, dadas as peculiaridades processuais e as repercussões sociais do presente caso", diz a decisão.

Jorge Guaranho foi condenado no Tribunal do Júri por homicídio doloso duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum (quando um número indeterminado de pessoas é colocado em risco). O período de dois anos em que ele ficou preso preventivamente será descontado da pena final.

O crime aconteceu durante a festa de aniversário de 50 anos do petista em um clube de Foz do Iguaçu. O policial penal invadiu a celebração e matou o guarda a tiros na frente de familiares e convidados. O aniversário tinha temática do PT e, segundo o vigilante do local, Guaranho gritou "aqui é Bolsonaro" antes de atirar. Tudo foi registrado por câmeras de segurança.

No julgamento, o ex-policial penal admitiu que chegou de carro na festa com a música da campanha do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que agora considera a iniciativa uma "idiotice". Também alegou que atirou para se defender.

Os jurados reconheceram que o assassinato aconteceu por divergências ideológicas, o que foi considerado motivo fútil, que é uma circunstância "qualificadora", ou seja, um agravante que aumenta a pena.