Lula chega a Santiago para ampliar 'relações de cooperação, comércio e investimentos'

Internacional
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou no período da noite deste domingo, 4, a Santiago, no Chile, onde cumpre nesta segunda-feira, 5, extensa agenda. Lula tem compromissos previstos até a terça-feira, 6.

"Chegando em Santiago, no Chile, onde o governo federal vai trabalhar para ampliar as relações de cooperação, comércio, investimentos e intercâmbio entre nossos países irmãos", afirmou o presidente, no X (antigo Twitter).

Lula começa a viagem nesta segunda com oferenda floral no monumento do libertador general Bernardo O'Higgins.

Depois, tem uma série de reuniões com o presidente do Chile, Gabriel Boric, com assinatura de atos e declaração à imprensa.

Conforme previsto pelo Itamaraty, Lula vai se encontrar com o CEO da Latam, Roberto Alvo, e encerra os compromissos de segunda no encerramento do Fórum Empresarial Chile-Brasil.

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O Exército vetou a realização de um seminário organizado por um grupo conservador no Clube dos Sargentos e Subtenentes de Curitiba, no Paraná. A organização se estrutura para criar um partido político e planejava um evento com "atividades político-partidárias" no fim deste mês no local.

Apesar de não ser diretamente ligado à estrutura das Forças Armadas, o Clube dos Subtenentes e Sargentos arrenda uma área militar sob o comando do Exército. De acordo com o Comando Militar do Sul, o clube "não se trata de uma unidade militar", mas mantém um contrato de arrendamento que prevê a proibição de atividades políticas nas dependências da organização.

"O Clube dos Subtenentes e Sargentos é uma entidade civil com CNPJ próprio. Embora arrende uma área militar, não se trata de uma unidade militar. No entanto, no Estatuto do Clube, submetido ao Exército no ato do arrendamento, consta que não podem ser executadas quaisquer atividades político-partidárias no local", informou o Comando Militar do Sul.

"Ao tomar conhecimento da intenção da atividade para a qual haviam sido locadas as dependências do Clube, o Comando da Guarnição de Curitiba entrou em contato com a Diretoria solicitando que fosse respeitado o Estatuto, de forma a não ocorrer esse tipo de atividade nas dependências do Clube", completou.

O contrato do clube sobre o imóvel da União está vigente até março de 2025. O evento do grupo estava marcado para o dia 24 de janeiro e previa palestras de nomes como o influenciador Marco Antônio Costa e o presidente nacional do Conservador, José Carlos Bernardi.

"Nós, conservadores, não temos um partido que nos represente. Nem um ao menos. Diante disso, vamos nos unir e construir o 'Partido Conservador Brasileiro'. O Conservador, como será identificado nosso partido, está em processo de formação", diz o grupo em seu site em busca de apoio.

Procurado pelo Estadão, José Carlos Bernardi diz que o grupo avalia outras opções de locais para a realização do evento, que está mantido.

De acordo com o site do grupo, o partido em formação é contra o "aborto", "a liberação das drogas", "o comunismo e o socialismo", "a ideologia de gênero", "a dominação ideológica da máquina pública", "o controle das redes sociais", "a invasão de propriedades privadas" e "o ativismo judicial".

Bernardi foi alvo de um procedimento no Ministério Público de São Paulo após afirmar que o Brasil enriqueceria "se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles".

A declaração ocorreu durante um programa na Jovem Pan. Durante diálogo com a comentarista Amanda Klein, após ela dizer que desejava que o Brasil chegasse ao desenvolvimento econômico da Alemanha, Bernardi afirmou: "É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha pós-guerra".

Após as reações, Bernardi divulgou nota pedindo desculpas pelo comentário. "Peço desculpas pelo comentário infeliz que fiz no jornal da manhã, primeira edição, ao usar um triste fato histórico para comparar as economias brasileira e alemã. Fui mal-entendido. Não foi minha intenção ofender a ninguém, a nenhuma comunidade, é só ver o contexto do raciocínio. Mas, de qualquer forma, não quero que sobrem dúvidas sobre o meu respeito ao povo judeu e que, reitero, tudo não passa de um mal-entendido", diz o texto divulgado à época.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 15, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encomendou com muita ênfase um combate "duro" sobre as fake news que circulam em torno do Pix, com mentiras como a que o governo passaria a taxar as transações feitas com o instrumento. Segundo Haddad, a Advocacia-Geral da União (AGU) já está envolvida nos debates para tomar providências cabíveis, inclusive criminais se necessário, contra quem está propagando notícias falsas e até mesmo aplicando golpes com base em informações incorretas.

Haddad explicou, por exemplo, que há pessoas aplicando golpes no comércio, enganando o consumidor de que seria necessário pagar a mais via Pix do que se a compra fosse feita em dinheiro, o que pode caracterizar crime contra a economia popular.

"Há golpes sendo dados no comércio de uma pessoa querer pagar em Pix e se cobrar mais do que quem está pagando em dinheiro, por exemplo", citou o ministro.

Em sua avaliação, quem divulga fake news sobre o assunto está "patrocinando" organizações criminosas pelo País.

Questionado se o governo estaria preparando uma campanha publicitária sobre o assunto, Haddad respondeu que o fortalecimento do sistema financeiro "está sempre na agenda".

"Você fortalecer os instrumentos, o crédito, fortalecer a confiança no sistema bancário, isso é a rotina. Mas o combate à fake news e o combate duro, aqueles que estão se valendo da fake news, patrocinar golpes no comércio junto a consumidores e cidadãos, isso foi encomendado com muita ênfase pelo presidente", disse Haddad.

O ministro ainda afirmou que o Pix não foi menos utilizado até o momento diante do episódio.

Ele argumentou que as transações com a ferramenta costumam cair em janeiro por uma questão de sazonalidade, na comparação com dezembro.

"Estou fazendo monitoramento me baseando em dados do Banco Central", disse Haddad.

A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para apurar a conduta da irmã do tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra Azevedo, "kid preto" indiciado por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em dezembro, durante visita ao Comando Militar do Planalto, em Brasília, onde o militar está em prisão preventiva, a familiar tentou esconder um fone de ouvido e acessórios, como carregador e cartão de memória, dentro de uma embalagem de panetone.

À PF, a irmã de Rodrigo afirmou que levou os equipamentos para que o tenente-coronel pudesse ouvir músicas. Segundo o portal Metrópoles, a irmã do militar, em depoimento, disse que não atendia a um pedido de Bezerra. Ela também afirmou que as mídias do cartão de memória não contém nenhum arquivo além de faixas de músicas.

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa o "kid preto" na Justiça, afirmou que a irmã dele "não adotou a postura e a conduta mais correta", mas atribui a ação a uma situação de "desespero" e diz que, comprovado por perícia que o fone de ouvido não continha dispositivo de telecomunicação, a prática não configura crime. "Não era celular, era um fone de ouvido com cartão de memória com 57 músicas", afirmou o defensor.

Após o episódio, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu as visitas ao tenente-coronel, que é apontado pela PF como um dos envolvidos no plano que pretendia executar Moraes, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin em dezembro de 2022.

A defesa de Bezerra tenta a reversão da suspensão e nega a participação do tenente-coronel em uma trama golpista, alegando "sabotagem" da investigação.

Bezerra possui formação nas Forças Especiais do Exército Brasileiro, tropa conhecida como "kids pretos", e está em prisão preventiva desde 19 de novembro, quando a PF deflagrou a Operação Contragolpe. Ele é um dos 40 indiciados por tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.