Presidente do Irã diz estar 'pronto' para resolver o impasse nuclear com potências mundiais

Internacional
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Em seu primeiro discurso na Assembleia-Geral da ONU desde que se tornou presidente do Irã, Masoud Pezeshkian disse nesta terça-feira, 24, que Teerã está pronta para "se envolver" no acordo nuclear de 2015 e pediu aos Estados Unidos que iniciem uma nova era nas relações com o Irã. Em seu discurso, Pezeshkian ainda fez duras críticas às ações de Israel em Gaza e no Líbano, a quem acusou de crimes contra a humanidade.

 

Em um aparente tom conciliatório, Pezeshkian fez um apelo para que os países envolvidos no impasse nuclear abandonem políticas de confronto e trabalhem para restaurar a confiança. Ele destacou que o Irã deseja estabilidade e segurança para todos, mas afirmou que "a segurança e os interesses de nenhum país podem ser alcançados à custa da segurança dos outros".

 

"Estamos prontos para nos engajar com os participantes do JCPOA se os compromissos forem implementados integralmente e de boa-fé", afirmou o presidente iraniano, que assumiu o cargo em julho, após a morte de Ebrahim Raisi em maio.

 

Pezeshkian criticou fortemente a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, sob a administração do ex-presidente Donald Trump. Na época, o republicano abandonou o pacto nuclear de Teerã de 2015 com seis potências mundiais e restabeleceu duras sanções ao Irã, o que Pezeshkian classificou como uma "estratégia de coerção". O iraniano ainda ressaltou que as sanções subsequentes atingiram a economia iraniana e a população civil, agravando a crise no país.

 

Ao criticar a presença militar dos EUA na vizinhança do Irã, as sanções impostas ao país e a morte do general iraniano Qassem Soleimani em 2020, Pezeshkian afirmou durante seu discurso que é possível "ir além desses limites e começar uma nova era".

 

"A nova era começa com o reconhecimento das preocupações de segurança do Irã, assim como com o trabalho conjunto em questões comuns", disse Pezeshkian, afirmando que sua mensagem é direcionada a todos os governos que seguem estratégias não construtivas em relação ao Irã.

 

Críticas a Israel

 

Pezeshkian, cujo país é o principal aliado do grupo terrorista Hamas e do Hezbollah, também fez um apelo para que a comunidade internacional interrompa a violência em Gaza e no Líbano e instou um cessar-fogo permanente o mais rápido possível para "parar com a brutalidade insana de Israel no Líbano antes que coloque a região e o mundo em chamas".

 

Ao mencionar os conflitos no Oriente Médio, o líder iraniano acusou Israel de crimes contra a humanidade. Segundo o presidente, o mundo "tem testemunhado a verdadeira natureza do regime israelense" e descreveu as ações de Israel como "genocídio, assassinato de crianças e terrorismo de Estado"

 

Afirmando que a única solução para o conflito no Oriente Médio é "restaurar o direito de todos os palestinos à autodeterminação", o iraniano sugeriu a realização de um referendo em que "todos os palestinos, tanto os que vivem em sua terra natal quanto os que estão na diáspora" pudessem decidir seu futuro.

 

Pezeshkian ainda reiterou que seu país é contra a guerra entre Rússia e Ucrânia e apoia qualquer solução pacífica para acabar com o conflito, acrescentando que o Irã "acredita que esta crise só terminará por meio do diálogo".

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do papa Francisco, morto nesta segunda-feira, 21, e o chamou de representante "do acolhimento, da paz e da esperança" na Igreja Católica. Lula também chamou Francisco de "o mais brasileiro dos argentinos" ao lembrar da paixão dele pelo futebol. O bispo de Roma era torcedor ilustre do San Lorenzo de Almagro, clube de Buenos Aires.

"Embora o dia de hoje seja de muita tristeza, vamos nos lembrar para sempre da alegria do papa Francisco. Do sorriso que iluminava a tudo e a todos, o entusiasmo pela vida, o bom humor, o otimismo e a paixão pelo futebol, qualidade que fazia dele o mais brasileiro dos argentinos", afirmou.

Lula também afirmou que, durante o papado de Francisco, iniciado em 2013, o bispo de Roma teve uma atenção maior com os excluídos. O petista também destacou os alertas feitos por ele sobre a crise climática, as ameaças de destruição do planeta e as recentes guerras.

"Francisco foi o papa de todos, mas principalmente o dos excluídos, os dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não tem voz, das vítimas da fome e do abandono", afirmou Lula.

Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, devem ir ao Vaticano acompanhar o velório do pontífice. Em testamento, Francisco pediu para ser sepultado na Igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma. A comitiva presidencial deve ser definida nesta terça-feira, 22, e a data da viagem depende dos protocolos do Vaticano.

Horas depois do Vaticano anunciar a morte de Francisco - que tinha 88 anos - o governo federal emitiu uma nota de pesar. Lula disse que o bispo de Roma foi uma "voz de respeito e acolhimento ao próximo".

"O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", disse Lula, que também decretou luto oficial no País de sete dias como homenagem ao pontífice.

O Vaticano divulgou que Francisco morreu na madrugada desta segunda devido a um acidente vascular cerebral (AVC) e um colapso cardiocirculatório. O novo papa deve ser definido nos próximos dias após um conclave - eleição interna entre os cardeais da Santa Sé.

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A data da viagem ainda não foi definida, pois, segundo informações de interlocutores de Lula no Palácio do Planalto, depende do protocolo do Vaticano.

Lula deve fechar a comitiva que vai participar do evento nesta terça-feira, 22. Mais cedo, o presidente disse que Francisco foi uma "voz de respeito e acolhimento ao próximo".

"O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", disse Lula, que decretou um luto oficial no País de sete dias como homenagem ao pontífice.

A nota do governo brasileiro elogiou a "simplicidade, coragem e empatia" de Francisco. Lula relembrou no comunicado que ele e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, foram recebidos com "muito carinho" nas vezes em que se encontraram com o religioso.

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O ex-presidente José Sarney está curado da covid-19 e liberado para participar de atividades pela equipe médica dele. O ex-presidente, diagnosticado com a doença na semana passada, vai completar 95 anos na próxima quinta-feira, 24.

Segundo o boletim médico divulgado pela assessoria do ex-presidente, Sarney teve uma boa evolução clínica e um exame realizado nesta quinta-feira, 21, atestou que ele não está mais com coronavírus.

"O ex-presidente José Sarney, diagnosticado com covid-19, apresenta evolução clínica favorável, com melhora importante de seu quadro geral. O exame para detecção do vírus SARS-CoV-2, realizado hoje, apresentou resultado negativo, reforçando a tendência de recuperação. Seguimos acompanhando de perto sua evolução e o liberamos para suas atividades", afirmou a equipe de Sarney.

Sarney foi diagnosticado com covid-19 na última quarta-feira, 16, e teve que cancelar agendas. Nesta segunda, ele participaria de uma cerimônia em Minas Gerais para lembrar os 40 anos da morte do presidente eleito Tancredo Neves, que morreu em 1985, antes de tomar posse do Executivo brasileiro.

Na semana passada, Sarney apresentou sintomas de resfriado e cansaço. Segundo os assessores do ex-presidente, ele também tossia e apresentava coriza.

"O ex-presidente está clinicamente estável, os exames estão dentro da normalidade, não foi necessário interná-lo, ele foi medicado e recomendado repouso por sete dias", dizia o boletim médico divulgado pela cardiologista Núbia Welerson Vieira na última quarta.