Em turnê pelo país, Bert Jr. lança a distopia humorística "Antes do fim do riso" (editora Oito em Meio) em São Paulo, às 18h
Se o humor se tornasse algo proibido a nível nacional? Novo romance do embaixador brasileiro em Cabo Verde Bert Jr. (@bertjr.escritor), "Antes do fim do riso" (editora Oito e Meio, 222 pág.) parte dessa premissa aparentemente absurda para tecer uma "distopia humorística", que lança luz às intersecções entre a vida social e a política. O livro será lançado no Brasil durante o mês de abril, a partir de uma turnê que percorrerá cidades do Sul, do Sudeste e do Distrito Federal.
O evento de lançamento em São Paulo ocorre no dia 18, quinta-feira, na Livraria da Vila - Fradique (Rua Fradique Coutinho, 915. Pinheiros), às 18h. Haverá uma roda de conversa com o autor, com mediação com a escritora Vanessa Passos e participação da mentora de negócios de alto padrão, Celina Rariessa, seguida de uma sessão de autógrafos.
"Antes do fim do riso" se passa na capital de um país fictício em um momento pós-pandêmico, que, após a perda de 5 milhões de vidas, passa a apontar o riso e o humor como formas letais de contágio do vírus que devem, portanto, serem erradicadas a qualquer custo. Desta forma, passam a ser adotadas medidas formais e informais de disciplina e censura à sua expressão, como a brigada anti-humor, que têm, como líder, o capitão Genus Miliblaster.
Não são todos, porém, que endossam essa narrativa. O protagonista do romance, Risolindo Spaglioleo, cujo próprio nome já revela sua visão e vocação, é encarado pelo governo como um rebelde. Professor de literatura, ele também realiza trabalhos em um hospital importante, onde é reconhecido pela sua capacidade de levantar o humor e a vitalidade de pacientes terminais.
Assim, o leitor acompanha a trajetória pessoal e o desenvolvimento do professor, que perpassa temas como a insegurança quanto à carreira de comediante e uma atribulada vida amorosa, dividida entre figuras femininas cativantes, mas antagônicas. E é justamente nesse núcleo mais pessoal que a distopia se desenrola, apontando para a reflexão acerca da instauração de narrativas governamentais - das quais muitas vezes envolvem coerção, censura e violência - e da importância psíquica e social do humor e do riso.
Segundo Bert, a ideia para "Antes do fim do riso" surgiu em 2021. Observando os desdobramentos do quadro sanitário causado pelo Covid-19, o diplomata se perguntou "e se, num contexto de crise sanitária ainda mais grave, uma corrente política oportunista decidisse acusar o humor de ser o grande responsável pelos problemas nacionais?". Esse questionamento acabou se tornando a espinha dorsal da obra.
O autor conta que o processo de escrita foi trabalhoso, levando dois anos somente para a construção do enredo. Já tendo publicado contos e crônicas, Bert se deu conta de que a escrita de narrativas longas envolvia um processo mais complexo. "O romance requer um planejamento de mais fôlego, porque a estrutura da história possui uma complexidade maior", afirma, relatando ter passado por um período de bloqueio criativo com a obra.
Por esse motivo, a produção de "Antes do fim do riso" contou com uma pesquisa minuciosa, em que Bert procurou ler livros sobre técnicas para a escrita de romances e de roteiros, além de obras que se encaixavam em seu projeto, como romances distópicos e livros sobre o humor.
O autor também participou de uma mentoria de escrita criativa que durou três meses, processo do qual ele afirma ter sido o mais importante na produção e conclusão do romance. "Consegui desbloquear o processo criativo e escrever o livro, que chegou ao fim com 40 capítulos e 220 páginas", conclui.
Embaixador do Brasil em Cabo Verde lança seu primeiro romance em São Paulo, no dia 18, na Livraria da Vila - Fradique
Tipografia
- Pequenina Pequena Media Grande Gigante
- Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo de leitura