O livro será lançado nesta quinta-feira (9), às 19h, e apresenta imagens e depoimentos de artistas, jornalistas e intelectuais, como Celso Frateschi, Ignácio de Loyola Brandão, Luis Nassif, Maria Adelaide Amaral e Rudá de Andrade, sobre a vida social e cultural de diversas regiões da cidade, incluindo Vila Buarque, praça Roosevelt, Centro e Vila Madalena nos anos 1960 e 1970
No próximo dia 9 de maio, quinta-feira, às 19h, as Edições Sesc São Paulo realizam o evento de lançamento do livro Eram a Consolação: sociabilidade e cultura em São Paulo nos anos 1960 e 1970, com um bate-papo seguido de sessão de autógrafos com a socióloga Lúcia Helena Gama, autora da obra, e o ator Celso Frateschi, e mediação da jornalista Denize Bacoccina.
Focada nos anos 1960-70, a obra é baseada em pesquisa documental e depoimentos de artistas, jornalistas e intelectuais de como era a vida social e cultural na capital paulista. O livro traça um panorama das alterações que a cidade de São Paulo sofreu durante as décadas de 1960 e 1970 com a criação de novas centralidades e novos espaços de cultura e sociabilidade. O levantamento de informações sobre a cidade e a cultura foi feito por meio de longas entrevistas com estudantes e artistas, depoimentos escritos, entrevistas publicadas na imprensa, publicações acadêmicas e textos literários.
Os anos 1950 e a música que emana das ruas do centro
No final da década de 1950 e início de 1960, o som emana das ruas do Centro Novo: inúmeras casas noturnas se abrem aos grupos musicais que não param de surgir. As boates Stardust, Arpège, Michel L´Amiral, Club de Paris e Cave, na Vila Buarque, e os pianos-bares apresentam as vozes de Claudette Soares, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Maysa, Leny Andrade, Johnny Alf, Dick Farney, entre outros.
São locais musicais, teatrais, de encontro entre jovens, estudantes e profissionais das artes e comunicações. A região central consegue ainda atravessar a década de 1960 com uma agitação bastante intensa. Os festivais de música causam grande trânsito de jovens, mobilizam torcidas que se reúnem na Galeria Metrópole, com seus inúmeros bares e boates. Músicos, críticos e jornalistas iniciam sua carreira por ali.
Até 1968, a promissora fusão entre intelecto, arte e política era delineada pelas dinâmicas da Faculdade de Filosofia e dos núcleos universitários próximos: Mackenzie, Sociologia e Política, FAUUSP e Economia. Vizinhos a essa região, casas noturnas, cineclubes, museus e teatros configuravam os cenários desses encontros.
A cidade resistiu em boa medida ao abrupto corte das liberdades democráticas resultante do AI-5. A expulsão dos estudantes da USP para o outro lado do rio Pinheiros impôs novo ritmo às ruas do centro e fez surgir uma nova geografia cultural. Com espaços mais informais e flexíveis, o circuito boêmio se expandiu da Vila Buarque, praça Roosevelt e do Centro Novo até o núcleo ao redor da Cidade Universitária e a Vila Madalena.
Entre os depoimentos colhidos pela autora estão os de Celso Frateschi, Ignácio de Loyola Brandão, Luis Nassif, Maria Adelaide Amaral, Marika Gidali, Olgária Matos, Rudá de Andrade, Ugo Giorgetti e Walnice Nogueira Galvão.
Edições Sesc realizam evento de lançamento do livro Eram a Consolação, com bate-papo e sessão de autógrafos no Sesc Consolação
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