Este ano, o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, tem o tema "Inícios Saudáveis, Futuros Cheios de Esperança" e coloca em destaque a necessidade urgente de melhorias na saúde materna e neonatal. O Brasil, apesar dos avanços, ainda enfrenta desafios significativos, especialmente ligados à mortalidade infantil e à qualidade da assistência médica durante a gestação e o parto. A ginecologista e obstetra Manuela Lago, da Clínica Fares, ressalta que o acompanhamento pré-natal estruturado e iniciado precocemente é essencial para a prevenção de complicações.
"O ideal é que o pré-natal comece antes das 10 semanas de gestação. Isso permite o diagnóstico precoce e o manejo adequado de possíveis problemas, como anemia, doença periodontal, e a identificação de fatores de risco para pré-eclâmpsia e indicação de intervenções simples e eficazes, como a profilaxia e a suplementação de cálcio e uso de aspirina", explica a especialista.
A ginecologista ainda reforça a importância dos exames fundamentais que não devem faltar durante o acompanhamento pré-natal, como glicemia de jejum, hemograma, testes sorológicos, urocultura, ultrassonografias para confirmar a datação da gestação, exame morfológico, teste de tolerância à glicose e rastreamento para infecção por estreptococo do grupo B.
O Ministério da Saúde recomenda ao menos seis consultas de pré-natal para garantir uma gestação segura. "Segundo a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), o ideal para gestações de risco habitual é que tenham uma consulta mensal até 30 semanas e, a partir de então, consultas quinzenais até 34 semanas, quando os encontros passam a ser semanais até o parto. Seguir esse cronograma de consultas reduz significativamente a mortalidade e morbidade materna e neonatal", afirma Manuela Lago.
Saúde mental – Problemas de saúde mental perinatais, como transtornos de humor, são comuns. Por isso, de acordo com Manuela Lago, ter um serviço de saúde multidisciplinar que forneça suporte contínuo a mulheres e seus filhos desde o início da gravidez até depois do parto, com atendimento integrado de saúde pode melhorar a saúde mental das mulheres no período pós-parto, além de ajudá-las a lidar com as mudanças de humor, é mais do que necessário. “A American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) elaborou uma Diretriz de Prática Clínica que inclui recomendações sobre tratamento e gerenciamento de condições de saúde mental perinatal, incluindo depressão, ansiedade, transtornos bipolares e psicose aguda pós-parto, com foco em psicofarmacoterapia. Ou seja, a assistência também pode incluir, quando necessário, a prescrição de medicamentos”, completa.
Além disso, a médica da Clínica Fares destaca que a conscientização pública é fundamental para assegurar melhores condições tanto no pré quanto no pós-natal. "Informar as mulheres sobre seus direitos e sobre a importância do acompanhamento adequado durante a gravidez promove autonomia e também melhores resultados de saúde, reduzindo significativamente riscos para mães e bebês", conclui.
Dia Mundial da Saúde enfatiza importância da saúde materna e neonatal para futuros mais saudáveis
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