Todos os anos, o mês de setembro ganha uma cor especial no calendário da saúde: o amarelo. A campanha, criada para conscientizar sobre a prevenção do suicídio, busca abrir espaço para um tema que ainda é cercado de tabus, mas que precisa ser discutido com clareza e empatia.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. No Brasil, são cerca de 14 mil vidas perdidas anualmente, o que equivale a uma morte a cada 40 minutos. Para além dos números, cada caso representa famílias e comunidades impactadas por uma dor que poderia ser evitada.
Para o psiquiatra Dr. Thiago Lemos de Morais, falar sobre suicídio é um passo essencial. “Ainda existe o mito de que conversar sobre o assunto pode estimular a prática, quando, na realidade, o silêncio é muito mais perigoso. O diálogo aberto e respeitoso é um fator protetor, pois permite que a pessoa em sofrimento seja acolhida e tenha acesso à ajuda necessária”, explica. Afinal, os sinais de que alguém precisa de apoio nem sempre são explícitos.
Mudanças bruscas de comportamento, isolamento social, frases que demonstram desesperança ou a sensação de ser um peso para os outros podem indicar sofrimento psíquico. “É importante que familiares, amigos e colegas estejam atentos e ofereçam escuta sem julgamentos. A simples atitude de perguntar ‘como você está?’ pode fazer a diferença”, acrescenta o especialista.
O tratamento adequado, que pode incluir psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico, associado a uma rede de apoio sólida, reduz significativamente o risco de suicídio. “Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. O sofrimento emocional é real e cada vez mais presente na nossa sociedade. Por esse motivo, merece o mesmo cuidado que qualquer outra condição de saúde”, ressalta o Dr. Thiago Lemos de Morais.
Para além da esfera individual, a saúde mental deve ser vista como um compromisso social. Instituições, empresas, escolas e governos têm papel essencial na construção de ambientes mais saudáveis, inclusivos e que ofereçam suporte para quem precisa. “Setembro Amarelo é um convite à empatia. É lembrar que todos nós podemos ser agentes de cuidado, estendendo a mão e mostrando que a vida importa, e muito”, conclui o psiquiatra.
Setembro Amarelo: prevenção ao suicídio é possível
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