Dia Mundial de Combate ao HTLV é celebrado em 10 de novembro como alerta para uma doença pouco conhecida, embora de importante impacto na saúde pública. A infecção ocorre de forma silenciosa, caracterizando-se, muitas vezes, como negligenciada. O Ministério da Saúde tem atuado de maneira prioritária junto aos estados e municípios na melhoria do atendimento dedicado às pessoas vivendo com o HTLV.
Em 2021, a Pasta atualizou e disponibilizou a terceira edição do Guia de Manejo Clínico da Infecção pelo HTLV para pessoas assintomáticas ou que já apresentam sintomas de doenças associadas. O trabalho incluiu inovações acadêmicas, tecnológicas, laboratoriais e terapêuticas. Já em 2024, o MS incorporou o teste para rastreio de HTLV em gestantes no pré-natal. No mesmo ano, foram incorporados à lista de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, o HTLV, HLTV em gestantes, parturientes e puérperas, e em crianças expostas ao vírus.
Em alusão à data, o MS realizou, neste dia 10 de novembro, das 17h30 às 19h, o webinário “HTLV no Brasil: da Invisibilidade à Ação”. O evento teve como objetivo promover a conscientização sobre o vírus para fortalecer a resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) na prevenção e no diagnóstico da infecção, e pelo cuidado integral e garantia dos direitos humanos das pessoas vivendo com HTLV. O público incluiu profissionais de saúde, gestores estaduais e municipais, pesquisadores, estudantes e sociedade civil.
O vírus
A infecção é causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV) e atinge as células de defesa do organismo, os linfócitos T. Os sinais e sintomas são específicos para cada tipo de infecção. No caso do HTLV-1, pode ocorrer processo de formação de cânceres e doenças inflamatórias crônicas, tais como leucemia, linfoma e mielopatia, além de outras infecções associadas. No ATLL ocorre a neoplasia de células e apresenta uma forma mais agressiva, atingindo de 3 a 5% das pessoas infectadas. A HAM, por sua vez é uma doença inflamatória crônica que atinge a medula espinhal e é clinicamente caracterizada por paraparesia espástica, incontinência urinária e distúrbios sensitivos que dificultam a realização das atividades diárias da pessoa afetada.
A transmissão se dá por contato direto de célula para célula. Para que esse processo ocorra, diferente de outras infecções virais, o tempo de exposição e quantidade de células infectadas é crucial para que aconteça a infecção. Para se proteger da doença, recomenda-se o uso de preservativo (disponível gratuitamente na rede pública de saúde) em todas as relações sexuais, não compartilhar seringas, agulhas ou outros objetos perfurocortantes. Da mesma forma, para a prevenção da transmissão vertical, a amamentação por pessoas vivendo com HTLV está contraindicada. O SUS fornece inibidores de lactação no momento do parto e fórmulas lácteas infantis para as crianças expostas ao vírus.
O cuidado é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas.
No Dia Mundial de Combate ao HTLV, Ministério da Saúde reforça a importância da conscientização sobre o vírus
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