Engolir é um ato reflexo que mobiliza mais de 50 pares de músculos e nervos em uma coordenação milimétrica. Quando essa sincronia falha, surge a disfagia, uma condição que, além do desconforto, pode levar a complicações pulmonares graves.
A disfagia não é uma doença, mas um sintoma caracterizado pela dificuldade ou desconforto para mover alimentos e líquidos da boca para o estômago. Para quem sofre, a sensação pode variar desde um "travamento" da comida na garganta até a necessidade de um esforço excessivo para completar o processo.
O Que Está Acontecendo no Corpo?
O ato de engolir possui três fases complexas: oral, faríngea e esofágica. A disfagia ocorre quando há um problema em qualquer uma dessas etapas, sendo classificada em dois tipos principais:
Disfagia Orofaringeana: A dificuldade ocorre no início, na boca ou na garganta (faringe). Geralmente causada por problemas neurológicos, como sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Doença de Parkinson ou Esclerose Múltipla, que afetam a coordenação muscular.
Disfagia Esofágica: Ocorre um problema no esôfago (o tubo que leva a comida ao estômago). É comum estar associada a obstruções (como tumores) ou a problemas de motilidade (como o refluxo gastroesofágico crônico).
Riscos Ocultos: A Pneumonia por Aspiração
O maior perigo da disfagia é a aspiração pulmonar. Quando a coordenação dos músculos da garganta falha, o alimento, líquido ou saliva pode, inadvertidamente, seguir pelo caminho errado e entrar nas vias respiratórias e nos pulmões.
A aspiração repetida de partículas de comida ou líquidos pode levar a quadros graves de Pneumonia Aspirativa, uma infecção que exige atenção médica imediata.
Sinais de Alerta a Serem Observados
É fundamental procurar avaliação médica e fonoaudiológica se os seguintes sinais forem notados durante ou após as refeições:
Tosse ou engasgo frequente ao comer ou beber.
Sensação de alimento preso na garganta ou no peito.
Voz molhada ou rouca logo após beber líquidos.
Perda de peso não intencional devido ao medo de comer.
Necessidade de mastigar muito lentamente ou cortar alimentos em pedaços muito pequenos.
O diagnóstico precoce e a intervenção, que pode incluir exercícios de reabilitação e modificação da dieta, são cruciais para garantir a nutrição, a hidratação e, acima de tudo, a segurança respiratória do paciente.
Disfagia: Quando o Simples Ato de Engolir se Torna um Risco para a Saúde
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