Disfagia: Quando o Simples Ato de Engolir se Torna um Risco para a Saúde

Saúde
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Engolir é um ato reflexo que mobiliza mais de 50 pares de músculos e nervos em uma coordenação milimétrica. Quando essa sincronia falha, surge a disfagia, uma condição que, além do desconforto, pode levar a complicações pulmonares graves.

A disfagia não é uma doença, mas um sintoma caracterizado pela dificuldade ou desconforto para mover alimentos e líquidos da boca para o estômago. Para quem sofre, a sensação pode variar desde um "travamento" da comida na garganta até a necessidade de um esforço excessivo para completar o processo.

 

O Que Está Acontecendo no Corpo?

 

O ato de engolir possui três fases complexas: oral, faríngea e esofágica. A disfagia ocorre quando há um problema em qualquer uma dessas etapas, sendo classificada em dois tipos principais:

  1. Disfagia Orofaringeana: A dificuldade ocorre no início, na boca ou na garganta (faringe). Geralmente causada por problemas neurológicos, como sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Doença de Parkinson ou Esclerose Múltipla, que afetam a coordenação muscular.

  2. Disfagia Esofágica: Ocorre um problema no esôfago (o tubo que leva a comida ao estômago). É comum estar associada a obstruções (como tumores) ou a problemas de motilidade (como o refluxo gastroesofágico crônico).

 

Riscos Ocultos: A Pneumonia por Aspiração

 

O maior perigo da disfagia é a aspiração pulmonar. Quando a coordenação dos músculos da garganta falha, o alimento, líquido ou saliva pode, inadvertidamente, seguir pelo caminho errado e entrar nas vias respiratórias e nos pulmões.

A aspiração repetida de partículas de comida ou líquidos pode levar a quadros graves de Pneumonia Aspirativa, uma infecção que exige atenção médica imediata.

 

Sinais de Alerta a Serem Observados

 

É fundamental procurar avaliação médica e fonoaudiológica se os seguintes sinais forem notados durante ou após as refeições:

  • Tosse ou engasgo frequente ao comer ou beber.

  • Sensação de alimento preso na garganta ou no peito.

  • Voz molhada ou rouca logo após beber líquidos.

  • Perda de peso não intencional devido ao medo de comer.

  • Necessidade de mastigar muito lentamente ou cortar alimentos em pedaços muito pequenos.

O diagnóstico precoce e a intervenção, que pode incluir exercícios de reabilitação e modificação da dieta, são cruciais para garantir a nutrição, a hidratação e, acima de tudo, a segurança respiratória do paciente.