Boulos sobre pedido de sua campanha de impugnação de Datafolha: Não se trata de censura

Política
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O candidato Guilherme Boulos (PSOL) afirmou não considerar tentativa de censura o pedido que fez semana passada para interromper a divulgação de pesquisa Datafolha sobre a corrida eleitoral de São Paulo.

"Quando uma pesquisa ocorre não seguindo a legislação eleitoral, por lei a consequência natural é que ela deixe de circular", disse.

O psolista argumentou que foi feita uma ponderação que não estava prevista no registro do levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que isso teria alterado os resultados da pesquisa.

"A pesquisa assim cria na sociedade um sentimento de eleição decidida. Um sentimento de que as coisas já estão resolvidas. Se desanima os eleitores de um lado", afirmou o parlamentar. A pesquisa apontou que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem 51% das intenções de voto, enquanto Boulos tem 33%.

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Com uma vantagem estreita, a Moldávia votou a favor neste domingo, 21, de continuar o processo de adesão à União Europeia. Sob grande influência russa, 50,39% do país votou a favor da adesão e 49,61% contra, de acordo com os resultados divulgados nesta segunda-feira.

O "não" à adesão esteve na frente até os últimos milhares de votos contabilizados, mas o "sim" prevaleceu após a contagem dos votos do exterior. No fim, a vantagem foi de 11,5 mil votos, em um colégio eleitoral de 2,5 milhões de eleitores. O resultado indica a continuidade da polarização no país, uma ex-república soviética que solicitou a adesão à UE após a Rússia invadir a Ucrânia em 2022, mas que conta com grupos favoráveis ao Kremlin.

A vitória do não teria sido um desastre político para o governo da presidente Maia Sandu, que apoia fortemente a campanha pró-UE. Nesta segunda, Sandu acusou a Rússia de tentar boicotar a votação. "Infelizmente, o sistema de justiça não fez o suficiente para evitar fraudes eleitorais e corrupção", afirmou ela.

Sandu afirmou que a Rússia e os grupos pró-Kremlin intensificaram uma campanha nos últimos dias para desestabilizar o país e atrapalhar a adesão à UE. Ela acusa os grupos pró-Kremlin de comprar votos, disseminar desinformação e de se intrometer nas eleições locais. A Rússia disse que as alegações são mentirosas.

Adesão da Moldávia à UE

A Moldávia solicitou a adesão à UE após a invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022 e recebeu o status de candidato junto com a Ucrânia no mesmo ano. As negociações de adesão foram iniciadas em junho.

A Comissão Europeia afirmou que identificou na Moldávia "interferência e intimidação sem precedentes da Rússia e seus representantes, com o objetivo de desestabilizar os processos democráticos". O braço executivo da UE disse que apoia a entrada do país no bloco. "Mesmo diante da guerra híbrida da Rússia, a Moldávia mostra que é independente, forte e quer um futuro europeu", declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após o resultado.

O porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, afirmou que a alegação de compra de votos, transporte de eleitores e a campanha de desinformação são apenas as formas mais recentes de interferência russa, mas que as tentativas de minar a Moldávia e seu apoio à UE acontecem há meses.

Eleição presidencial

O referendo do domingo foi realizado junto com a eleição presidencial do país. Maia Sandu, presidente eleita em 2021, recebeu 42% dos votos e vai disputar o segundo turno contra Alexandr Stoianoglo, ex-procurador-geral com posições pró-Rússia. O candidato recebeu 26% dos votos, acima do que mostravam as pesquisas eleitorais. Mais de 1,5 milhão de eleitores - cerca de 51% dos eleitores registrados - votaram, segundo a Comissão Eleitoral.

Na avaliação do professor de relações internacionais da Moldávia na Universidade de Oakland, Cristian Cantir, o resultado mostra que as pesquisas anteriores "superestimaram" o sentimento pró-UE na Moldávia e que o referendo não seria aprovado sem os votos da diáspora. "Vai ser particularmente problemático porque vai alimentar narrativas que são promovidas pelo Kremlin e pelas forças pró-russas", declarou.

O porta-voz de segurança nacional dos EUA, John Kirby, também acusou a Rússia de interferir no país. "A Rússia está trabalhando ativamente para boicotar a eleição da Moldávia e sua integração europeia", disse em um comunicado.

A polícia moldava declarou no início de outubro ter descoberto um esquema maciço de compra de votos orquestrado por Ilan Shor, um oligarca pró-Kremlin exilado que atualmente vive na Rússia, que pagou 15 milhões de euros (R$ 92 milhões) a 130 mil pessoas para boicotar a eleição.

Shor negou as acusações, dizendo que os pagamentos eram legais e citando o direito à liberdade de expressão. O partido populista de Shor foi declarado inconstitucional no ano passado e banido do país.

No dia 17, as autoridades moldavas prenderam quatro pessoas acusadas de participar de um treinamento em Moscou, na Sérvia e na Bósnia sobre como criar agitação social em torno da eleição.

Faltando pouco mais de duas semanas para a eleição presidencial nos Estados Unidos, pesquisas eleitorais ainda não cravam qual será o lado vencedor do pleito, mas registram que o candidato do Partido Republicano, o ex-presidente Donald Trump, está subindo nas intenções de voto.

Segundo monitoramento do Project 538, que compila os resultados de diferentes pesquisas eleitorais nos EUA com uma metodologia própria, a probabilidade de vitória está em 52% para Donald Trump contra 48% para Kamala Harris. Esta é a primeira vez desde que Harris assumiu a vaga democrata que Trump está à frente segundo o 538. Mesmo assim, o Project 538 mantém sua projeção de que a chance de vitória está "como em um cara ou coroa", e que "algumas boas pesquisas para Harris poderiam facilmente colocá-la de volta na liderança amanhã".

A mudança se deve principalmente por causa da liderança de Trump no Estado-chave da Pensilvânia: antes, Harris liderava com 0,6 ponto porcentual, mas agora Trump tem 0,2 ponto porcentual de vantagem no Estado. Além disso, em Michigan, Harris perdeu margem: antes liderava com 1,8 ponto porcentual de vantagem; agora, tem apenas 0,4 ponto. Enquanto isso, Arizona e Geórgia passaram de disputas acirradas para inclinadas para o lado republicano.

Enquanto isso, o compilado do Real Clean Polling indica que Harris está na frente. O monitoramento utiliza apenas resultados de pesquisas eleitorais. A média das pesquisas mais recentes de 13 institutos diferentes aponta que Harris tem 49,2% de probabilidade, contra 48,3% para Trump. Porém, as pesquisas utilizadas divergem: a mais recente da Atlas Intel diz que Trump tem 51% de probabilidade, contra 48% para Harris; enquanto isso, a mais recente pesquisa da Marist diz que Harris tem 5 pontos porcentuais de vantagem, com 52% de chance contra 47%.

O cenário, porém, é muito mais dividido do que o pleito de 2020, quando faltando o mesmo tempo para a eleição, o atual presidente Joe Biden tinha 7,5 pontos porcentuais de vantagem na análise do Real Clean Polling. Hoje, Harris tem 0,9 ponto.

Cuba entrou nesta segunda-feira, 21, o quarto dia de um dos piores apagões de sua na história. Na capital, Havana, centro do poder do regime castrista, no entanto, quase 90% dos moradores de Havana voltaram a ter energia elétrica. A maioria da população no resto do país ainda está sem luz. Aulas e atividades não essenciais estão suspensas no país até quinta-feira, 24, e protestos foram registrados em algumas localidades.

O restabelecimento quase total da eletricidade na capital, com dois milhões de habitantes, foi anunciado pela empresa de energia de Havana. "De acordo com a Empresa Elétrica de Havana, 769.810 clientes, de 301 circuitos, têm serviço elétrico em Havana, representando 89,3% do total", disse o portal de notícias estatal Cubadebate, citando a companhia.

Grande parte dos habitantes nas províncias cubanas seguia sem luz, informaram as autoridades.

Cuba, declarada pelo governo em "emergência energética", sofreu na última sexta-feira, 18, o desligamento total do seu sistema elétrico, após o colapso da central termelétrica Antonio Guiteras, a mais importante do país.

Durante as madrugadas do fim de semana, houve alguns protestos em bairros populares que não receberam nenhuma eletricidade, como Centro Habana e Santos Suárez. Vários moradores batiam panelas, alguns poucos nas ruas e outros de suas varandas.

O presidente Miguel Díaz-Canel reconheceu na noite de domingo, 20, que as pessoas estavam frustradas com a falta de luz. "Há toda uma capacidade, por parte do partido e de outras organizações, de responder às preocupações da população, desde que de maneira decente, organizada, civilizada e disciplinada", disse o presidente, advertindo que "não vamos permitir que ninguém atue provocando atos de vandalismo, muito menos alterando a tranquilidade do nosso povo".

Tempestade dificulta retomada

Embora a luz tenha retomado na maior parte de Havana, a cidade estava parcialmente paralisada nesta segunda-feira. As autoridades disseram que o transporte seria normal, mas havia poucos ônibus e carros nas ruas. As pessoas faziam fila para comprar pão e alimentos subsidiados, e poucos postos de gasolina estavam abertos.

Em pleno apagão, Cuba também sofreu no domingo com chegada do furacão Oscar à costa leste da ilha. O fenômeno atingiu o território como categoria um, mas foi rebaixado para tempestade tropical algumas horas depois. Na tarde desta segunda-feira, permanecia sobre a parte oriental da ilha, causando ainda fortes chuvas.

Oscar provocou a perda total ou parcial de moradias em Baracoa, onde os ventos fortes levaram telhados e muros das casas, além de derrubarem postes e árvores, segundo informou a televisão oficial, sem mostrar imagens.

O caminho previsto para Oscar passa por várias centrais e plantas de geração de energia, o que dificulta a normalização da rede elétrica, explicou o ministro de Energia e Minas, Vicente de la O. Ele disse a jornalistas no domingo que esperava uma reconexão até segunda ou, no máximo, terça-feira, mas advertiu que o país voltaria ao nível de antes do colapso, com apagões frequentes.

A emergência energética histórica em Cuba se deve principalmente ao aumento da demanda, à falta de combustível para abastecer as usinas e às frequentes falhas nas antigas centrais termelétricas. Os dois últimos fatores são causados pelas sanções dos Estados Unidos, que impedem Cuba de comprar petróleo bruto ou seus derivados, além de peças de reposição.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou na segunda-feira que os Estados Unidos não são responsáveis pelos apagões em Cuba e que avaliariam os próximos passos caso a ilha pedisse ajuda. Jean-Pierre disse que "a má gestão de longo prazo da política econômica e dos recursos pelo governo cubano certamente aumentou as dificuldades do povo cubano".

Este apagão é considerado o pior em Cuba em dois anos, desde que o furacão Ian atingiu o país como uma tempestade de categoria 3 em 2022, danificando instalações energéticas no oeste da ilha e provocando outra desconexão nacional. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)