Zema e Jorginho Mello recusam convite de Lula para reunião sobre segurança

Política
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O encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores nesta quinta-feira, 31, para tratar sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende alterar a estrutura da segurança pública terá duas ausências de chefes de Executivos estaduais de direita. Os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, recusaram o convite por não concordarem com o texto proposto pelo governo.

Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Cláudio Castro (PL), do Rio, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, estarão na reunião convocada pelo Planalto. Procurada pelo Estadão, a Presidência afirmou que quer ouvir experiências e somar esforços para combater o crime organizado. O Ministério da Justiça disse que PEC só tramitará após debate com os Estados.

Por nota, Jorginho Mello disse que não comparecerá à reunião porque se manifestou contrário à PEC, "especialmente em relação à criação de uma nova polícia". "Para a reunião com o presidente Lula, marcada para amanhã (quinta), foi convocado o secretário de Segurança Pública, que estará presente para representar os interesses de Santa Catarina", disse.

Zema enviou um ofício à Presidência para justificar a ausência, dizendo que a reunião seria apenas um momento para "discursos políticos". "Aguardo um avanço mais objetivo, com a apresentação de uma proposta de forma prévia aos governadores, para que possamos estudar e nos preparar para uma reunião construtiva com encaminhamentos concretos", disse.

O governador mineiro afirmou ainda que os Estados que integram o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) já debatem o tema e criaram o "Pacto Regional para Segurança Pública e Enfrentamento ao Crime Organizado". Zema reclamou que o grupo apresentou medidas ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mas não houve "uma resposta satisfatória sobre os pontos apresentados".

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que preza pelo diálogo com os entes federativos. "O ministro se colocou à disposição dos governadores para seguir discutindo medidas que possam aprimorar o sistema de segurança pública", informou.

Segundo a pasta, em agosto, Lewandowski participou de um encontro do consórcio onde apresentou os principais pontos da PEC. "(O ministro) afirmou que a próxima etapa seria uma reunião dos governadores, chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva - o que vai acontecer nesta quinta-feira."

O ministério disse que "a PEC da Segurança Pública só será encaminhada ao Congresso Nacional após um debate profundo com os Estados". "É uma reunião para chamar os governadores para compartilharem experiências, discutirem propostas e somarem esforços no combate ao crime organizado e melhora da situação de segurança pública no País", informou, também por nota, a Presidência.

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O líder do grupo libanês Hezbollah, Naim Kassem, disse neste sábado que, se os ataques de Israel ao Líbano continuarem e o governo libanês não agir para detê-los, o grupo acabará recorrendo a outras alternativas. O comentário foi feito um dia depois de Israel lançar um ataque à capital do Líbano pela primeira vez desde que um cessar-fogo encerrou a última guerra entre Israel e o Hezbollah em novembro. O ataque a Beirute ocorreu horas depois de dois foguetes terem sido disparados do Líbano em direção a Israel. O Hezbollah negou tê-los disparado.

"Nós cumprimos totalmente e não temos presença ao sul de Litani, mas Israel não cumpriu. Israel está realizando agressões todos os dias", disse Kassem em discurso televisionado na noite de sábado.

Kassem deveria fazer seu discurso na sexta-feira para marcar o Dia de Jerusalém, que geralmente é realizado na última sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadã. No entanto, foi adiado por causa dos ataques aéreos israelenses em diferentes partes do Líbano, incluindo um subúrbio da capital.

"Esses (ataques israelenses) não são violações. Eles são uma agressão que ultrapassou todos os limites", completou, acrescentando ainda que Israel parece estar pressionando o Líbano a normalizar as relações com ele, um movimento que o Hezbollah rejeita totalmente. "Israel não obterá em tempos de paz o que não foi capaz de obter na guerra", afirmou. "Que todos saibam que esta resistência (Hezbollah) está presente e pronta e, ao mesmo tempo, comprometida com o acordo."

Não houve resposta imediata das autoridades israelenses. Fonte: Associated Press.

O Hamas disse neste sábado que aceitou uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza, feita pelo Egito e pelo Catar. No entanto, Israel afirmou ter feito uma contraproposta em "coordenação total" com o terceiro mediador, os Estados Unidos.

No início da semana, o Egito fez uma proposta para colocar o cessar-fogo de volta no eixo, após Israel retomar os ataques. Não ficou imediatamente claro se a proposta mudou antes de Khalil al-Hayyah, o líder do Hamas em Gaza, anunciar que havia sido aceita.

Segundo uma fonte egípcia ouvida pela Associated Press, o acordo consistiria na libertação de cinco reféns pelo Hamas, incluindo um americano-israelense, de Gaza, em troca de Israel permitir a entrada de ajuda no território e uma pausa de uma semana nos combates. Israel libertaria centenas de prisioneiros palestinos.

No sábado, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não deu detalhes sobre a contraproposta de Israel, que disse ter sido oferecida após Netanyahu ter realizado consultas na sexta-feira. Também no sábado, Israel ampliou suas operações terrestres na cidade de Rafah, no sul de Gaza, perto da fronteira com o Egito. Fonte: Associated Press.

O Governo de Unidade Nacional paralelo de Mianmar (NUG, na sigla em inglês), que coordena a luta popular contra os militares no poder, anunciou hoje um cessar-fogo parcial unilateral para facilitar os esforços de socorro ao terremoto. O anúncio informa que a Força de Defesa do Povo, seu braço armado, fará uma pausa de duas semanas nas operações militares ofensivas a partir de domingo nas áreas afetadas pelo terremoto.

O comunicado afirmou ainda que "colaboraria com a ONU e organizações não governamentais para garantir a segurança, o transporte e o estabelecimento de acampamentos temporários de resgate e médicos" nas áreas que controla. "Apelamos a todos os grupos étnicos e cidadãos para cooperar ativamente com o NUG e as forças revolucionárias no fornecimento de resgate de emergência abrangente e assistência de socorro às vítimas do terremoto", completou o anúncio.

O plano representa um desafio político aos militares, que restringiram fortemente os esforços de ajuda para mais de 3 milhões de pessoas deslocadas pela guerra, mesmo antes do terremoto. Simpatizantes da resistência pediram que os esforços de socorro incorporassem ajuda transportada livremente para áreas sob o controle do Governo de Unidade Nacional.

Não houve comentários imediatos dos militares sobre o anúncio, que foi divulgado pouco antes da meia-noite (no horário local). A mídia independente de Mianmar relatou que os militares continuaram os ataques aéreos em áreas controladas pela resistência, mesmo após o terremoto. Fonte: Associated Press.