Marçal avalia filiação a outros partidos, mas diz que chance de ficar no PRTB é 'maior'

Política
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O influenciador Pablo Marçal, que disputou a Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, avalia propostas de filiação a outras legendas. Apesar das conversas, o empresário afirmou ao Estadão que a chance de permanecer no PRTB é maior.

"Estou ouvindo as propostas dos dirigentes (partidários)", afirmou Marçal ao ser questionado sobre uma possível troca de legenda. Perguntado se já decidiu sair do PRTB ou se existe chance de ficar, respondeu: "(A probabilidade de) ficar é maior".

O ex-coach não revelou os partidos com os quais tem dialogado, mas um aliado próximo afirmou, sob anonimato, que ele mantém conversas com Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil. Procurado, Rueda não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria.

Durante a eleição em São Paulo, Marçal tentou negociar o apoio do União Brasil à sua candidatura, mas as tratativas não avançaram. O ex-coach chegou a afirmar que o partido estaria "cobrando caro" para apoiá-lo. "O que eles estão me pedindo é caro pra mim. É a minha alma e eu não quero entregar isso", disse o influenciador na época, durante sabatina promovida pelo site UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo.

Após não avançar para o segundo turno na capital paulista, Marçal fez acenos à legenda de Rueda, apoiando algumas candidaturas do União Brasil pelo país, como as de Gil Arantes, em Barueri (SP), e Rose Modesto, em Campo Grande (MS). Nenhum dos dois, porém, venceu a eleição.

Marçal turbinou seu capital político neste ano ao conquistar 1,7 milhão de votos e terminar a disputa pela Prefeitura de São Paulo em terceiro lugar, colado no prefeito Ricardo Nunes (MDB) e no candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Diferentemente dos adversários, o influenciador não teve espaço no horário eleitoral de rádio e televisão.

Em seu primeiro pronunciamento após o resultado do primeiro turno, Marçal declarou sua intenção de disputar um cargo no Executivo em 2026, mencionando a possibilidade de concorrer ao governo de um Estado (sem especificar qual) ou à Presidência. Especialistas dizem, porém, que o influenciador poderá ficar inelegível até lá, devido à divulgação de um laudo falso contra o então adversário Boulos.

Nesta sexta-feira, 1°, o ex-coach publicou um vídeo com recados a Jair Bolsonaro (PL), com quem poderá disputar o eleitorado de direita em 2026, caso o ex-presidente consiga reverter sua inelegibilidade. No vídeo, Marçal aconselha Bolsonaro a "tocar a sua vida" e diz que, se o ex-presidente não estiver "em paz", o "pau vai quebrar".

"Bolsonaro, toca a sua vida aí, irmão, seja candidato. Deixa eu em paz aí. Estou falando sério, eu gosto de você, fica tranquilo. Toca a sua vida, eu já vi que tem todos os bolsonaristas querendo se levantar contra mim. Eu estou 'de boa', eu vou fazer o que eu tenho que fazer aqui e em 2026 'nois' vê'", afirmou o ex-coach.

Depois do primeiro turno, o influenciador exigiu uma retratação de Bolsonaro pelas críticas feitas a ele durante a campanha, o que cessou qualquer possibilidade de aproximação entre os dois no curto prazo. No mês passado, quando questionado se atenderia ao pedido do ex-coach, Bolsonaro deu risada.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.