CNJ dá aval a projeto que concede gratificação de 35% a analistas de segurança dos tribunais

Política
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Por unanimidade, o Conselho Nacional de Justiça deu parecer favorável a um projeto de lei que prevê a possibilidade de técnicos e analistas do Judiciário da área de segurança institucional receberem gratificação de 35% sobre o salário em acúmulo com cargos em comissão. Segundo o colegiado, o benefício seria pago a 632 servidores em todo o País, a maioria da Justiça do Trabalho (416), resultando em um gasto de R$ 19,1 milhões ao ano.

O PL foi encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal ao Congresso em 2022. Na época, a Corte era presidida pelo ministro Luiz Fux e solicitou um parecer do CNJ sobre o projeto. O Conselho tem de se manifestar sobre proposições legislativas relacionadas ao aumento de gastos com pessoal e encargos sociais dos tribunais.

Inicialmente, foi aventado que as modificações previstas no PL não ensejariam a criação de cargos ou aumento de despesas, mas a Secretaria de Gestão de Pessoas do CNJ indicou o contrário - que haveria aumento da despesa financeira com a aprovação da lei, uma vez que a gratificação em questão - por Atividade de Segurança (GAS) - não é paga a servidores da área de segurança institucional e que exercem função comissionada.

Depois do alerta, o STF estudou o impacto das mudanças e indicou que o reflexo no orçamento da Corte seria de R$ 407 mil anuais, considerando as gratificações que seriam pagas a um analista e doze técnicos.

No CNJ, o impacto anual seria de R$ 24 mil - no Conselho há apenas um servidor que preencheria os requisitos para receber a gratificação.

A Assessoria de Articulação Parlamentar do Supremo pediu, então, um levantamento junto a todos os órgãos da Justiça sobre o impacto orçamentário e financeiro do PL. O órgão requereu o relatório para "demonstrar de maneira inequívoca que o Poder Judiciário dispõe de orçamento próprio para absorção de qualquer impacto, não acarretando necessidade de suplementação orçamentária".

O levantamento revela que a despesa anual será de R$ 19,1 milhões. A maior parte desse valor corresponde ao cálculo sobre o pagamento a servidores da Justiça do Trabalho (416), da Justiça Federal (116) e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Segundo o Departamento de Acompanhamento Orçamentário do CNJ os recursos serão replicados nos dois próximos anos, mantido um cenário em que não haja proposta de reajuste de remuneração dos servidores. A demonstração do impacto anual do projeto, incluindo os dois anos seguintes à sua eventual aprovação, é requisito para a tramitação.

A avaliação do órgão é a de que há orçamento suficiente para comportar tal aumento de gastos com pessoal, inexistindo impedimento à aprovação do projeto de lei sob o aspecto orçamentário/financeiro.

O documento foi apresentado ao conselheiro Caputo Bastos, que, por sua vez, submeteu o parecer ao crivo do Plenário do Conselho Nacional de Justiça. O tema foi analisado em sessão virtual que terminou no último dia 25.

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O promotor distrital da Filadélfia, Larry Krasner, perdeu sua tentativa de suspender a doação de US$ 1 milhão por Elon Musk a eleitores.

O juiz Angelo Foglietta rejeitou o pedido para interromper o sorteio em uma breve ordem por escrito na segunda-feira, 4, emitida poucos minutos após o término de uma audiência na prefeitura. O sorteio organizado pelo America PAC, um comitê pró-Trump liderado por Musk, ofereceu aos eleitores registrados na Pensilvânia e em seis outros estados importantes a chance de ganhar US$ 1 milhão assinando uma petição prometendo apoio aos direitos à liberdade de expressão e ao porte de armas de fogo.

Krasner argumentava que o sorteio era uma loteria ilegal sob a lei da Pensilvânia e que enganava os cidadãos do estado sobre como seus dados seriam usados.

Os advogados de Musk disseram que o processo do promotor público foi um golpe publicitário e que o programa administrado pelo America PAC é legal. Em vez de realizar uma loteria, Musk e o America PAC usaram uma petição para identificar cidadãos comuns que poderiam contratar como porta-vozes do comitê de ação política, argumentaram os advogados de Musk.

Foglietta, um democrata eleito para atuar como juiz do tribunal de primeira instância, disse que explicaria seu raciocínio em um parecer a ser emitido ainda nesta segunda-feira. O Departamento de Justiça enviou anteriormente uma carta ao America PAC alertando-o de que os pagamentos de US$ 1 milhão aos eleitores registrados poderiam violar a lei federal.

Na véspera do dia da eleição, ambos os candidatos presidenciáveis dos Estados Unidos decidiram fazer seus eventos finais de campanha no Estado-pêndulo da Pensilvânia, onde pode ser decidido o futuro presidente. Kamala Harris passou toda esta segunda-feira, 4, no Estado, especialmente em Scranton, cidade natal de Joe Biden. Enquanto Donald Trump se dividiu entre três Estados-chaves: Pensilvânia, Michigan e Carolina do Norte.

A disputa presidencial continua acirrada ao entrar em suas horas finais. A tumultuada campanha de 2024 - na qual o presidente democrata em exercício se retirou semanas antes da convenção de nomeação de seu partido e o indicado republicano sobreviveu a duas tentativas de assassinato - está concluindo em uma atmosfera de extrema incerteza, com um eleitorado profundamente dividido.

O ex-presidente fez um discurso de 90 minutos, cheio de queixas, na Carolina do Norte. Falando com uma voz rouca e parecendo cansado, Trump zombou de perguntas sobre sua idade e capacidade mental, e pediu aos apoiadores que permanecessem fortes, dizendo: "Este será nosso momento final". Da Pensilvânia ele segue para o Michigan, onde encerra a noite de véspera das eleições.

Kamala está concentrando toda a sua energia na Pensilvânia e seus 19 delegados. Ela agradeceu aos trabalhadores da campanha em Scranton, cidade natal do presidente Biden, e fez uma série de aparições pelo Estado com celebridades, incluindo Katy Perry, Lady Gaga e Oprah Winfrey.

As fileiras de assentos vazios eram perceptíveis no comício da Carolina do Norte para Trump, cujas multidões diminuíram nos últimos dias, apesar de sua tendência de se gabar sobre o comparecimento em seus comícios. Em várias de suas aparições recentes em Estados-campo de batalha, os locais não estavam lotados e alguns participantes saíram mais cedo.

Trump subiu ao palco em Raleigh, Carolina do Norte, dizendo que o Estado do sudeste era "nosso". Ele começou criticando o governo Biden em relação à imigração e atacando os democratas, sem apresentar provas, por crimes que ele atribui à imigração ilegal.

O republicano parecia confiante, dizendo ao seu público: "Com a Carolina do Norte, sempre cheguei lá". "Meu único propósito em estar aqui hoje é: saiam e votem", disse Trump, alto, mas com a voz rouca.

Ali ele tentou se redimir dos comentários preconceituosos que fez há duas semanas sobre Porto Rico ao se referir ao local como uma "ilha flutuante de lixo" durante um comício em Nova York. "Quero dizer, Porto Rico é ótimo", disse. "Ajudamos Porto Rico mais do que ninguém".

Já na Pensilvânia, Estado que deu a vitória a Biden em 2020, Trump atraiu milhares de apoiadores para a Santander Arena, mas, mais uma vez, muitos dos 7.200 assentos do local continuavam vazios mais de uma hora depois do horário previsto para sua entrada no palco. A campanha pendurou uma grande bandeira americana perto do fundo da arena, bloqueando a visão das seções posteriores, atrás do palco para a imprensa, que estavam vazias.

Ele disse aos seus apoiadores que estava esperando quatro anos pela eleição e a chamou de "o evento político mais importante da história do nosso país". Trump, que se recusou a reconhecer que perdeu a eleição presidencial há quatro anos. "Apenas um dia. Vocês têm que aparecer", acrescentou. Ele também disse aos seus apoiadores que eles precisam aparecer em massa e "simplesmente inundar as urnas amanhã".

Kamala foca em um Estado

O último dia de campanha de Kamala será sobre um Estado apenas, Pensilvânia, com a candidata democrata cobrindo a comunidade em quatro eventos. Ali as pesquisas mostram os candidatos empatados indo para o dia da eleição.

Ela deu início à véspera da eleição com um evento para incentivar o voto em Scranton, pedindo aos apoiadores que estavam prestes a bater de porta em porta que aproveitassem as últimas 24 horas de sua campanha. "Voces estão prontos para fazer isso?", gritou, com uma grande placa feita à mão "Vote pela Liberdade" atrás dela e uma faixa semelhante "Vote" ao seu lado.

Mesas perto da vice-presidente estavam cheias de materiais de campanha, incluindo cabides de porta que serão deixados nas portas por toda a área de Scranton. Ela pediu aos apoiadores que entendessem que "há uma enorme diferença entre mim e o outro cara", referindo-se a Trump. "Nas próximas 24 horas, vamos aproveitar este momento para bater na porta de um vizinho", disse ela.

"Quando concorri pela primeira vez a um cargo como promotora, comecei com 6% nas pesquisas, então qualquer um que saiba disso é seis em 100. Ninguém pensou que eu poderia vencer. E eu costumava fazer campanha com minha tábua de passar roupa", continuou.

"Eu andava até a frente do mercado, do lado de fora, e colocava minha tábua de passar roupa de pé, porque, veja bem, uma tábua de passar roupa é uma ótima mesa", acrescentou Harris, lembrando como ela colava pôsteres na parte externa do mercado, enchia o topo com panfletos e "exigia que as pessoas falassem comigo enquanto entravam e saíam do mercado".

"É assim que eu amo fazer campanha. Não faço mais tanto, obviamente", disse, soando melancólica. Kamala foi eleito promotora pública de São Francisco em 2003.

O Estado da Pensilvânia foi o mais visitado por ambos os partidos desde março. Foram mais de 80 visitas dos republicanos e democratas. Dos sete Estados considerados campo de batalha, a Pensilvânia é o que tem o maior eleitorado. Os demais Estados visitados foram Michigan (63 vezes), Wisconsin (50), Carolina do Norte (45), Arizona (27), Geórgia (26) e Nevada (25). (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Resultados eleitorais quase completos são esperados na Geórgia, Carolina do Norte e Michigan na noite de terça-feira, 5, mas apenas resultados parciais na Pensilvânia, Wisconsin e Arizona, disse a presidente da campanha Harris-Walz, Jen O'Malley Dillon, a repórteres em um briefing na tarde de segunda-feira, 4.

A campanha também prevê resultados quase completos na terça-feira na Virgínia, Flórida, Ohio e Colorado, disse. Dillon previu que resultados adicionais de Wisconsin e Pensilvânia estarão disponíveis no início da quarta-feira, com Arizona e Nevada concluindo a contagem no resto da semana.

"Continuaremos a ver novos votos sendo apurados por muitos dias após o dia das eleições", disse. "Acreditamos que esta disputa será incrivelmente acirrada, por isso poderemos demorar vários dias para saber os resultados desta eleição."