Governo Lula e PT devem refletir e investigar sentimento das pessoas, diz Camilo Santana

Política
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O ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), afirmou que o PT e o governo precisam fazer uma reflexão, "com humildade e tranquilidade", principalmente no Sudeste - e particularmente em São Paulo, berço do partido -, para entender a mudança no cenário político e na comunicação com as pessoas. Para ele, é preciso avaliar por que parte da população, especialmente a mais empobrecida, principal beneficiária de programas sociais, não está mais votando no PT e investigar o sentimento das pessoas e quais suas atuais prioridades.

 

Único ministro do partido a eleger um aliado em capital (Evandro Leitão, em Fortaleza), Santana disse, em entrevista ao jornal O Globo, que o PT precisa renovar os quadros. Para ele, a realidade de cada estado é diferente e, nas capitais, há menor dependência do Estado e de políticas públicas. Ele atribuiu a vitória em Fortaleza aos resultados do projeto em desenvolvimento no Ceará nas áreas de educação e economia.

 

Questionado sobre qual deve ser o norte para a construção da aliança de Lula em 2026, ele defendeu a estratégia de "unir e agregar". E disse que seu "estilo é contribuir", ao falar sobre a possibilidade de seu maior protagonismo para discutir os rumos do partido, diante da defesa de ala do PT de um nome do Nordeste para assumir o comando do partido e de comentários de que ele seria a melhor opção para suceder Lula na Presidência.

 

"O meu estilo é de contribuir. Nada é pessoal, tudo é um projeto. Eu aceitei o convite do presidente para vir para cá, porque acredito que o caminho é por meio da educação", disse. "O partido não é do Nordeste, é do Brasil. E, repito: caberá a discussão, sob a liderança da nossa presidente (Gleisi). E sempre respeitando o nosso maior líder, que é o presidente Lula", completou.

 

Santana também afirmou que tem mandato de oito anos (no Senado) e nenhum interesse de ser candidato.

 

Sobre o pacote de corte de gastos em discussão no governo, ele evitou falar sobre potencial impacto no MEC, mas defendeu que responsabilidade fiscal é muito importante. "Você não consegue fazer entrega se não tiver o País sob equilíbrio. E o presidente Lula tem compromisso com a educação."

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O opositor venezuelano Edmundo González Urrutia denunciou nesta terça-feira, 7, o sequestro de seu genro em Caracas. Dos Estados Unidos, González, disse que Rafael Tudares foi sequestrado quando ia deixar os filhos na escola. O regime de Nicolás Maduro, que assume nesta semana seu terceiro mandato após uma eleição que González alega ter sido fraudulenta, não se pronunciou imediatamente sobre o assunto.

"Nesta manhã, meu genro Rafael Tudares foi sequestrado", escreveu González na rede X. "Rafael ia para a escola dos meus netos deixá-los para o início das aulas, quando homens encapuzados e vestidos de preto o interceptaram, colocaram-no em uma caminhonete [...], e o levaram embora. Até agora está desaparecido", acrescentou o diplomata de 75 anos. Ele não disse o que aconteceu com seus netos de 6 e 7 anos.

González, um diplomata aposentado, representou a coalizão de oposição da Plataforma Unitária da Venezuela na eleição presidencial, que ele e Maduro alegam ter vencido. A plataforma, em uma declaração, caracterizou o sequestro de Tudares como um "desaparecimento forçado por razões políticas". As autoridades do regime de Maduro ainda não fizeram declarações sobre o ocorrido.

Maduro tem previsto tomar posse na próxima sexta-feira, 10, perante o Parlamento, controlado pelo chavismo. A oposição convocou para a quinta-feira, 9, protestos em todo o país, que a líder opositora María Corina Machado, na clandestinidade, prometeu liderar.

O opositor está em Washington desde o último domingo, 5, aonde chegou vindo da Argentina e do Uruguai, as duas primeiras escalas de um giro internacional, realizado uma semana antes da posse presidencial na Venezuela. Ele se reuniu na segunda-feira, 6, com o presidente Joe Biden, cujo governo o reconhece como "presidente eleito".

A viagem internacional do opositor inclui escalas em Panamá e República Dominicana. De lá, nove ex-presidentes de direita, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Grupo IDEA), buscam coordenar um voo que os leve à Venezuela.

Horas depois de anunciar o sequestro do genro, González anunciou que continuaria sua turnê por vários países com uma visita ao Panamá. "A caminho do Panamá! Continuamos", ele postou no X.

O presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, alertou, por sua vez, que serão tratados como "invasores" se entrarem sem permissão na Venezuela.

María Corin disse que não está prevista uma posse paralela de González Urrutia fora do país. "Edmundo González será empossado no dia correspondente na Venezuela", disse ela em entrevista à AFP na segunda-feira.

O governo Maduro "está com os dias contados porque essa tirania vai sair e a Venezuela vai ser livre", reiterou, nesta terça, por videoconferência. "Eu não posso garantir o dia ou a hora, pode ser antes, durante ou depois do 10 de janeiro, mas vai acontecer". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Com os números das pesquisas de opinião pública pouco alterados nas últimas semanas, Friedrich Merz continua com grande probabilidade de ser o próximo chanceler da Alemanha, à frente de um governo de coalizão dos democratas-cristãos (CDU/CSU) e do Partido Social Democrata (SPD), segundo relatório da Eurasia.

O próximo governo provavelmente entrará em vigor na primeira quinzena de maio e, com a necessidade imediata de organizar dois orçamentos (para os anos fiscais de 2025 e 2026), encontrará os mesmos problemas que derrubaram o governo anterior.

A empresa de consultoria e pesquisa de risco político diz que os problemas fiscais da Alemanha poderão ser agravados em meados do ano, caso o Tribunal Constitucional rejeite um imposto de reunificação herdado, criando um buraco orçamentário adicional de 12 bilhões de euros somente para 2025.

"As pesquisas quase não se moveram desde que o chanceler Olaf Scholz anunciou a dissolução de sua coalizão em 6 de novembro, indicando que as intenções dos eleitores já estão firmemente definidas há algum tempo. A CDU/CSU está marcando persistentemente acima de 30%, com o SPD (16%-17%) e o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) (18%-19%) agora em uma corrida pelo segundo lugar", aponta a análise.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 7, que não descarta o uso de força militar para tomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia. Em uma entrevista coletiva de 70 minutos em Palm Beach, o republicano apontou que o controle americano sobre ambos é vital para a segurança do país.

"Não vou me comprometer com isso", disse ele, quando perguntado se descartaria o uso de força militar nos dois locais. "Pode ser que você tenha que fazer algo. O Canal do Panamá é vital para o nosso país." Ele acrescentou: "Precisamos da Groenlândia para fins de segurança nacional."

O filho do presidente eleito, Donald Trump Jr, desembarcou nesta terça-feira na Groenlândia. Trump tem promovido a potencial expansão dos Estados Unidos enquanto se prepara para começar seu segundo mandato no final deste mês. Em uma declaração nas redes sociais em dezembro anunciando Ken Howery - um cofundador do PayPal e ex-embaixador dos EUA na Suécia - como sua escolha para embaixador dos EUA na Dinamarca, Trump disse que "o controle da Groenlândia é uma necessidade absoluta".

O republicano também ameaçou a Dinamarca com "tarifas de alto nível" se o país nórdico não ceder a Groenlândia. O presidente eleito indicou que pode aplicar altas tarifas contra outros países aliados como México e Canadá a partir do dia 20 de janeiro.

Trump voltou a mencionar a possibilidade de o Canadá se tornar um Estado americano, mas negou que possibilidade de força militar para conseguir este objetivo. Segundo ele, a "força econômica" dos Estados Unidos poderia convencer o Canadá a se juntar.

Prometendo uma "Era de Ouro da América", Trump também disse que tentaria renomear o Golfo do México como "Golfo da América".

Críticas a Biden

Trump também usou sua coletiva de imprensa para reclamar que o presidente Joe Biden estava prejudicando o processo de transição. O democrata proibiu a perfuração de energia offshore na maioria das águas federais. Ao todo, cerca de 625 milhões de acres de águas federais foram retirados da exploração de energia por Biden em uma ação que pode exigir um ato do Congresso para desfazer.

Trump disse que as medidas de Biden - parte de uma série de ações finais no cargo pela administração do democrata - estava minando seus planos. "Sabe, eles me disseram que fariam todo o possível para tornar essa transição para a nova administração muito tranquila", disse Trump. "Isso não é tranquilo."

O presidente eleito também discursou longamente sobre política externa, criticando a forma como Biden lidou com a guerra na Ucrânia, a retirada do Exército americano do Afeganistão e o conflito em Israel. Ele também repetiu sua ameaça de não proteger os aliados da Otan, uma parte fundamental do pacto militar, se eles não aumentassem a quantia de dinheiro que gastam na defesa de seus próprios países.

Ao ser perguntado sobre os possíveis perdões presidenciais que poderão ser realizados a partir de 20 de janeiro, Trump se recusou a dizer se perdoaria os manifestantes de 6 de janeiro de 2021 e, em vez disso, criticou o FBI.

O presidente eleito também permitiu que seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, falasse brevemente sobre as negociações por um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Trump ressaltou que se os reféns não forem libertados até a sua posse, um "inferno" será instalado na Faixa de Gaza.

"Se eles não voltarem até eu assumir o cargo, o inferno vai se instalar no Oriente Médio", ele disse aos repórteres. "E não será bom para o Hamas, e não será bom, francamente, para ninguém. O inferno vai se instalar. Não preciso dizer mais nada, mas é isso."/com AP