PT vê em empresária o nome do 'capital' para compor chapa

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A empresária Luiza Trajano, de 69 anos, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, se consolidou como uma voz do meio empresarial com forte influência entre dois dos potenciais candidatos ao Palácio do Planalto em 2022: o apresentador de TV Luciano Huck e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ao mesmo tempo, por ter um perfil considerado progressista que atrai partidos como PT e PSB, é vista por líderes petistas como o novo nome do "capital" que poderia compor uma chapa presidencial nos moldes da dobradinha eleita em 2002, entre Luiz Inácio Lula da Silva e José Alencar - que tentou ser repetida na eleição passada com o filho do empresário mineiro, Josué Gomes da Silva.

Luiza Trajano ainda não recebeu convite formal para entrar na vida partidária e nega que tenha pretensões eleitorais, mas, mesmo assim, viu seu nome entrar com força também no radar das articulações que buscam um(a) "outsider" para a próxima disputa presidencial.

Amiga e interlocutora de Huck e Doria, a empresária mantém uma militância múltipla e intensa. Foi fundadora e lidera simultaneamente os movimentos "Mulheres pelo Brasil", com bandeiras feministas e "Unidos pela Vacina", além de atuar no Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), entidade que fundou ao lado do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo.

A empresária é ainda uma ardorosa defensora das cotas e ganhou destaque na mídia no ano passado ao lançar um programa de trainee no Magazine Luiza exclusivo para negros.

Durante a pandemia, Luiza Trajano foi personagem recorrente em debates virtuais e presenciais que discutiram o cenário nacional. Participou de conversas reservadas promovidas por Huck - que é o principal garoto propaganda da rede Magalu - e levou um grupo de 20 mulheres para um almoço no Palácio dos Bandeirantes com o governador paulista, com quem convive desde 2008. Naquele ano ela ajudou a criar o Lide Mulher, braço feminino do Grupo de Líderes Empresariais, organização criada pelo hoje tucano.

'Mercado interno'. As bandeiras de Luiza Trajano contra o racismo estrutural, em defesa das mulheres e pró-vacina conquistaram a simpatia de setores da esquerda que também buscam nomes para uma composição em 2022. Há no PT, por exemplo, quem considere a empresária uma ponte com o setor produtivo como foram José Alencar, vice-presidente de Lula, e seu filho, Josué.

"Precisamos nos reconectar com o empresariado que tem relação com o mercado interno e com o eleitor de centro, para formar maioria, ganhar e governar", disse o vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá. Segundo ele, Luiza Trajano compõem perfeitamente este perfil. "Acho uma super chapa: Haddad/Luiza Trajano."

Durante o governo Dilma, Luiza Trajano - que está à frente de uma das maiores empresas varejistas do País - foi uma conselheira e amiga da presidente, e defendeu publicamente a petista contra o movimento pelo impeachment.

Pelas redes sociais, a empresária afirmou que não é candidata e que não foi procurada por nenhum partido político até o momento. Sua atuação, porém, vem chamando atenção de siglas e causado debates entre atores políticos de diferentes matizes ideológicos.

Carol Dartora (PT), primeira vereadora negra de Curitiba, considera a empresária um quadro de bandeira "progressista" na política. "Eu não chegaria a tanto de dizer que Luiza Trajano é uma progressista, mas é uma humanista e tem uma visão social importante", disse a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP).

"Há um movimento que não é de hoje para tentar convencer a Luiza a disputar a Presidência da República. Ela transita muito bem em todas as áreas e mantém relações da esquerda até a centro-direita", disse a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). A parlamentar afirmou, porém, que para atrair a centro-direita e o que ela chama de "direita inteligente", Luiza Trajano precisaria ajustar o discurso e torná-lo "mais liberal".

Fundador do grupo de renovação política RenovaBR, Eduardo Mufarej avalia que a eleição presidencial de 2022 terá uma pista "mais estreita" para outsiders do que 2018, mas incluiu a dirigente da Magazine Luiza entre os nomes que teriam força para correr por fora da polarização entre bolsonaristas e o PT. "Huck é certamente um nome super preparado que reúne força e respaldo popular, e a Luiza é uma super liderança. Pode ser um nome com muito potencial", disse.

Apesar do anunciado embate interno entre Doria e o governador gaúcho Eduardo Leite pela vaga de candidato do PSDB à Presidência, até os tucanos manifestam interesse em contar com a empresária em 2022. "Tenho admiração pela Luiza. Nunca tive a oportunidade de fazer um convite formal, mas ela seria muito bem-vinda no PSDB", disse Marco Vinholi, presidente do partido em São Paulo.

"As especulações em torno do nome dela aconteceram com uma intensidade muito grande porque o País está carente de lideranças da sociedade civil, mas a política partidária não está no horizonte dela", disse Marcelo Silva, presidente do IDV e vice-presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, que acompanha a empresária desde 2004, quando ele deixou a Pernambucanas.

Procurada pela reportagem, Luiza Trajano não quis se pronunciar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

A Casa Branca manifestou que há progressos no desenrolar das negociações para um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. "Estamos na linha de 10 jardas da paz com a Rússia e a Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, dia 17. No futebol americano, a linha de 10 jardas é uma marcação no campo que separa cada tentativa de avanço do time de ataque. Karoline Leavitt também confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversará na terça-feira, 18, com o homólogo russo, Vladimir Putin.

A Casa Branca refutou a ideia de devolver a Estátua da Liberdade, como sugeriu um político francês, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. "É graças aos EUA que a França não fala alemão hoje", disse a representante em coletiva nesta segunda-feira, 17.

O político de centro-esquerda francês Raphael Glucksmann defendeu o retorno da icônica estátua para a França durante uma convenção de seu movimento de centro-esquerda Place Publique no domingo, 16.

Na visão do político, os EUA não representam mais os valores que levaram a França a oferecer a estátua, que foi inaugurada no porto da cidade de Nova York em 1886 para o centenário da Declaração de Independência americana como um presente do povo francês.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Irã será responsável por "cada tiro disparado" pelos Houthis, em publicação na Truth Social, feita nesta segunda-feira, 17. Na postagem, o republicano alegou que os iranianos são responsáveis por fornecerem "dinheiro, equipamento militar altamente sofisticado e inteligência" ao grupo rebelde.

"Cada tiro disparado pelos Houthis será visto, de agora em diante, como sendo um tiro disparado das armas e da liderança do Irã, e o país será responsabilizado, sofrerá as consequências que serão terríveis", mencionou na postagem.

"As centenas de ataques feitos pelos Houthis, os mafiosos e bandidos sinistros baseados no Iêmen, todos emanam e são criados pelo Irã", disse Trump ao enfatizar que "qualquer ataque ou retaliação adicional dos Houthis será recebido com grande força".