Gleisi Hoffmann diz que movimento ao centro pode ser 'suicídio' do PT

Política
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A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o partido deve permanecer alinhado à esquerda, sem ceder a pressões para um movimento ao centro, o que ela considera um risco de "suicídio" político. Desde o desempenho ruim da sigla nas eleições municipais, há defesa de uma mudança de rumos do partido, inclusive entre integrantes do PT.

"Já tentaram matar o PT e não conseguiram. Não podem pedir agora que o PT se suicide, rompendo com a base social que nos trouxe até aqui", disse Gleisi, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira, 9.

A deputada federal, no entanto, defendeu as alianças políticas com o centro. "Conduzi o processo eleitoral de 2022 construindo uma aliança ampla, com 11 partidos. Teremos em 2026 um quadro muito semelhante."

Para Gleisi, outro movimento que significaria um rompimento com a base social do PT seria um pacote "de retirada de direitos como o mercado quer", pois isso seria "negar tudo aquilo que nós defendemos historicamente". A dirigente partidária acredita que o Banco Central "tem instrumentos para enfrentar" a alta do dólar e que "não intervir agora é dar um tiro no peito da população".

A candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2026 também foi defendida por Gleisi, que o classificou como "fundamental" para o partido ganhar o pleito. "Não vejo um outro nome com capacidade de disputa na sociedade brasileira."

A presidente do PT ainda rechaçou comparações de Lula com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que, após demonstrar cansaço para um segundo mandato, foi substituído pela vice Kamala Harris na disputa presidencial. "Quem conhece o Lula sabe que não tem nenhuma semelhança com o Biden. O Lula está bem, disposto, é uma pessoa ativa", disse Gleisi. Em 2026, Lula estará com 81 anos, idade atual do ex-presidente norte-americano.

Sobre a avaliação popular dos dois últimos anos do governo Lula, Gleisi diz que é preciso um "empenho maior de comunicação e político". "É preciso uma ofensiva do governo para mostrar o que está fazendo. Tem muita coisa positiva acontecendo, como crescimento do PIB, redução do desemprego, aumento da renda. Mas a sensação da sociedade, ou a construção dessa sensação, não reflete isso", afirmou.

Na sexta-feira, 6, em participação remota no encerramento de seminário do PT, Lula admitiu erros em seu terceiro governo no Executivo federal e responsabilizou a comunicação como um dos principais pilares a serem corrigidos. Em sua avaliação, o governo faz entregas, mas a sociedade não tem informações sobre o que é feito.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, deve assinar uma ordem executiva nesta sexta-feira, 28, designando o inglês como o idioma oficial do país, de acordo com a Casa Branca.

A ordem permitirá que as agências e organizações governamentais que recebem financiamento federal escolham se querem continuar a oferecer documentos e serviços em outro idioma que não o inglês, de acordo com um informativo sobre a ordem iminente.

A ordem executiva rescindirá um mandato do ex-presidente Bill Clinton que exigia que o governo e as organizações que recebiam financiamento federal fornecessem assistência linguística a pessoas que não falavam inglês.

Designar o inglês como idioma nacional "promove a unidade, estabelece eficiência nas operações do governo e cria um caminho para o engajamento cívico", disse a Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. O pronunciamento veio logo após uma discussão entre o americano e o ucraniano no Salão Oval da Casa Branca, onde seria assinado um acordo sobre minerais entre os dois países.

"Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

"É incrível o que se revela por meio da emoção, e determinei que o presidente Zelenski não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos, porque ele acha que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Não quero vantagem, quero PAZ. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu estimado Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz."

Zelenski viajou para Washington nesta sexta-feira, 28, na intenção de assinar um acordo que permitiria que os Estados Unidos tivessem acesso a minerais raros ucranianos, como exigiu Trump, em compensação pela ajuda militar e financeira desembolsada pelo seu país nos últimos três anos.

Mas, durante encontro entre os dois presidentes no Salão Oval, Trump chamou Volodmir Zelenski de "desrespeitoso" e disse que ele deveria ser "mais grato" na frente da imprensa. Depois da discussão, a visita de Zelenski à Casa Branca foi encurtada e entrevista coletiva que estava prevista para esta tarde, cancelada. A assinatura do acordo também foi cancelada.

O SUV blindado de Zelenski parou abruptamente na porta da Ala Oeste momentos depois da postagem de Trump.

O presidente ucraniano viajou para Washington para assinar a resolução sobre extração de minerais na Ucrânia, mas o encontro com Trump terminou em bate-boca.

Tanto o presidente quanto o seu vice, J.D. Vance, esperavam ouvir palavras de agradecimento de Zelenski. "Você já disse 'obrigado' alguma vez?" Vance perguntou a Zelenski. Na plataforma X, o ucraniano expressou gratidão ao povo americano, mas não abordou diretamente seu encontro com Trump e Vance.

"Obrigado, América, obrigado pelo seu apoio, obrigado por esta visita. Obrigado presidente, Congresso e povo americano", escreveu Zelenski. "A Ucrânia precisa de uma paz justa e duradoura, e estamos trabalhando exatamente para isso."

A discussão começou depois de Zelenski ter dito a Trump que não se pode confiar nas promessas de paz de Vladimir Putin, observando o histórico de promessas não cumpridas do líder russo. Trump se irritou e disse que Putin não quebrou acordos com ele.

Em meio à discussão Trump ameaçou Zelenski: "Ou você fecha o acordo ou estamos fora. O seu país está em apuros. Você não está vencendo", disse Trump ao que Zelenski respondeu: "Eu sei". "Você tem uma boa chance de sair bem por nossa causa", interrompeu Trump.

"Nós (os Estados Unidos) demos a você, através do presidente idiota, US$ 350 bilhões", disse referindo-se a Joe Biden e inflando o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia que, na verdade, foi de US$ 114 bilhões. "Nós demos a você equipamento militar... Se você não tivesse nosso equipamento militar, essa guerra teria acabado em duas semanas." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, discutiu ao vivo com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, lideranças da União Europeia e o provável próximo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, foram às redes sociais para dizer que apoiam a Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, disseram que a dignidade de Zelensky "honra a bravura do povo ucraniano". A mesma mensagem foi publicada por ambos na plataforma X. "Seja forte, seja corajoso, seja destemido. Você nunca está só, caro presidente Zelensky. Continuaremos trabalhando com você por uma paz justa e duradoura", acrescentaram.

Friedrich Merz, por sua vez, disse que "nós apoiamos a Ucrânia tanto nos momentos bons quanto nos momentos difíceis". Ele prosseguiu: "Jamais devemos confundir o agressor e a vítima nesta terrível guerra."

Nesta tarde, Trump, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, e Zelensky estavam reunidos no Salão Oval da Casa Branca. Durante a transmissão ao vivo do encontro, eles começaram a discutir e o presidente americano chegou a acusar o líder ucraniano de estar "brincando com a terceira guerra mundial". Após isso, Zelensky deixou o local e um acordo para a exploração de recursos minerais da Ucrânia pelos EUA não foi assinado.