Moraes prorroga inquérito das fake news por mais 180 dias

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 180 dias o inquérito das fake news, que investiga um suposto grupo criminoso que teria o objetivo de atacar ministros da Corte. De acordo com a assessoria do STF, a investigação foi prorrogada para "finalizar as investigações sobre a comprovação da existência, o financiamento e modus operandi do 'gabinete do ódio', bem como de todos os seus participantes".

Segundo o STF, também foi determinada a oitiva de mais 20 pessoas e "a complementação da análise das informações obtidas mediante a quebra de sigilo fiscal e bancário e o término das diversas diligências em andamento na Polícia Federal". O inquérito foi aberto em 2019 e tramita em sigilo.

Na semana passada, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, disse que o inquérito das fake news foi "atípico", mas, "necessário e indispensável para enfrentar o extremismo no Brasil". Na avaliação do ministro, a investigação ainda deve se prolongar por 2025 diante das apurações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Brasil e China assinaram em Pequim nesta terça-feira, 13, uma declaração conjunta de apoio à negociação de paz entre Rússia e Ucrânia, prevista para começar nesta quinta, 15, na Turquia, mas sem tocar em um ponto essencial para os ucranianos: a extensão por 30 dias de um cessar-fogo.

Em comunicado, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping defenderam que as conversas diretas "comecem o quanto antes", mas não falaram em garantias para o fim da agressão russa aos ucranianos. "Os governos de Brasil e China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito", diz o documento.

Lula e Xi afirmam ainda que as negociações devem contemplar as preocupações legítimas de todas as partes. Depois de resistir a um cessar-fogo de 30 dias intermediado pelos EUA - aceito por Zelenski -, Putin anunciou no sábado a disposição de iniciar conversas diretas na Turquia, mas "sem precondições", ou seja, sem garantir o fim do avanço russo sobre território ucraniano.

Na semana passada, Zelenski havia pedido a Lula e Xi que intercedessem junto a Putin por uma trégua, o que o brasileiro fez durante sua visita a Moscou. Lula e Xi são vistos pelos ucranianos como interlocutores privilegiados junto ao Kremlin.

Em maio de 2024, os dois países haviam proposto seis princípios para um início de conversas. Putin defendeu a proposta, mas Zelenski rejeitou a ideia por ser muito favorável a Moscou. O plano citava um cessar-fogo, mas não apresentava ações ou etapas para o cumprimento da trégua e nem fazia menção à ocupação ilegal da Rússia dos territórios da Ucrânia.

"Esse tipo de proposta ignora o sofrimento da Ucrânia, ignora a realidade e dá a Putin o espaço político para continuar com a guerra", disse Zelenski, em referência à proposta, durante Assembleia-Geral da ONU, em setembro do ano passado.

Xi disse repetidas vezes que cerca de 110 países endossaram a proposta elaborada pelos conselheiros presidenciais Celso Amorim e Wang Yi. No entanto, somente 13 assinaram uma declaração formal de apoio no ano passado.

Turquia

Zelenski confirmou ontem que irá à Turquia amanhã para se encontrar com Putin. O presidente russo, no entanto, não confirmou presença na mesa de negociações diretas proposta por ele no fim de semana, que será mediada pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Para Zelenski, se Putin faltar às negociações, significa que ele "não quer a paz".

O presidente americano, Donald Trump, tem pressionado Zelenski a participar das negociações na Turquia, apesar dos apelos europeus para que a Rússia concorde primeiro com o cessar-fogo de 30 dias. Na segunda-feira, Trump deu a entender que poderia aparecer em Istambul.

"É possível sair um bom resultado da reunião na Turquia. Acredito que os dois líderes estarão lá. Eu estava pensando em ir, mas não sei onde estarei na quinta-feira (amanhã)", disse Trump. "Mas acho que há uma possibilidade de eu ir, se eu achar que as coisas podem acontecer."

Os europeus acusam Putin de querer ganhar tempo para avançar ainda mais suas posições no campo de batalha. A Europa vem aumentando a pressão para que os EUA imponham ainda mais sanções à Rússia, o que seria mais fácil se ficasse claro para Trump que o presidente russo está atrasando o processo de paz.

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Se Putin não aparecer em Istambul ou passar a impressão de que está deliberadamente emperrando um cessar-fogo ou se as negociações fracassarem na Turquia, o objetivo dos europeus é voltar à carga para pedir que Trump deixe a Rússia ainda mais isolada.

Para Putin, no entanto, comparecer pessoalmente às negociações de paz também tem seus riscos. Ele pode passar a ideia de que capitulou à pressão de Zelenski e da Europa. Além disso, ao sentar na mesma mesa que o presidente ucraniano, Putin pode legitimar um líder que ele nunca reconheceu - os dois se encontraram apenas uma vez, em 2019.

É provável que diplomatas europeus de alto escalão também estejam em Istambul amanhã, para garantir que a equipe de negociação da Ucrânia esteja pronta para as negociações, para as quais houve relativamente pouca preparação. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 14, que ao retornar de viagem da China a Brasília vai emendar com uma ida a Montevidéu para o enterro do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.

Lula disse que ficou muito triste com a notícia da morte de Mujica e que o mínimo que tem de fazer é se despedir. Ele afirmou que conhece muitos políticos, mas que nenhum tem a grandeza da alma de Mujica.

Lula destacou a relevância de Mujica, não somente para a esquerda, mas para os setores democráticos em geral e descreveu o uruguaio como exemplo de dignidade e coragem. "Era um ser humano muito importante para a democracia, para os setores progressistas, para a esquerda", afirmou Lula.

"Ele era efetivamente uma figura excepcional". Segundo Lula, no último encontro entre eles, em março passado na posse do presidente Yamandu Orsi, teve a certeza de que era a última vez que estavam se encontrando em vida.

"Ele mesmo dizia que estava no fim. Ele não escondeu nenhuma vez à evolução da doença", afirmou o presidente. "Ele me disse 'Lula, estou indo embora'. A carne se vai, mas as ideias ficam. Espero que as pessoas tirem proveito das ideias e do ensinamento do Pepe Mujica", afirmou o petista, na manhã desta quarta em Pequim.

Em publicação nas redes sociais, Lula disse que amanheceu com a triste notícia, se solidarizou com os familiares de Pepe Mujica e destacou seu legado.

"Sua vida foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas. E de que a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego", escreveu.

O presidente brasileiro disse ainda que Mujica defendeu a democracia como poucos e nunca deixou de lutar contra desigualdade.

"Sua grandeza humana ultrapassou as fronteiras do Uruguai e de seu mandato presidencial. A sabedoria de suas palavras formou um verdadeiro canto de unidade e fraternidade para a América Latina. E sua forma de compreender e explicar os desafios do mundo atual continuará guiando os movimentos sociais e políticos que buscam construir uma sociedade mais igualitária", disse.

Em 5 de dezembro do ano passado, quando esteve no Uruguai para a Cúpula do Mercosul, Lula visitou Mujica em sua chácara, nos arredores de Montevidéu. E presenteou o amigo com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo chefe de Estado brasileiro a cidadãos estrangeiros.

"Essa medalha que eu estou entregando ao Pepe Mujica não é pelo fato de ele ter sido presidente do Uruguai. É pelo fato de ele ser quem é", disse Lula na época.

Em nota, o ministério das Relações Exteriores também lamentou da morte de Pepe Mujica, descrito como "grande amigo do Brasil".

"O legado de 'Pepe' Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações", diz a nota.

O presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou nesta quarta-feira (14) que seu governo vai levantar sanções impostas à Síria, depois de se reunir com o novo líder sírio, Ahmed Al-Sharaa.

Trump, que falou durante sessão do Conselho de Cooperação do Golfo, no fim de uma visita à Arábia Saudita, afirmou que a Casa Branca deseja dar à Síria "um novo começo" e normalizar relações com o país.

Trump, que iniciou na terça-feira, 13, uma turnê pelo Oriente Médio, afirmou também que os EUA esperam que a região seja "pacífica e próspera".

De Riad, a capital saudita, Trump embarca nesta quarta-feira para Doha, a capital do Catar.