YouTube retira vídeos com desinformação sobre saúde de Lula após notificação do governo

Política
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O YouTube removeu sete vídeos que divulgavam informações falsas sobre o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação da plataforma ocorreu após uma notificação extrajudicial enviada pela Advocacia-Geral da União (AGU) na sexta-feira, 13. O documento solicitava que 12 publicações fossem retiradas em até 24 horas úteis.

Os conteúdos derrubados espalhavam desinformação, chegando a sugerir falsamente o falecimento do presidente. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República identificou os vídeos e encaminhou uma nota técnica à Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), que integra a AGU. Como alternativa à remoção completa, o governo solicitou que os vídeos recebessem marcações com informações verídicas, conforme os boletins médicos divulgados pela equipe que acompanha Lula.

Na semana anterior, o presidente da República foi submetido a uma cirurgia para drenar um hematoma na cabeça, decorrente de uma queda sofrida no mês de outubro. Embora o procedimento tenha transcorrido sem complicações, informações falsas começaram a circular em vídeos no YouTube. Na notificação, a AGU destacou que as postagens infringem o direito à informação e extrapolam os limites da liberdade de expressão. "Além de enganosas e fraudulentas, as postagens configuram-se como ato antijurídico", defendeu a instituição no documento.

A AGU também ressaltou que os vídeos violam os próprios termos de uso do YouTube, que proíbem conteúdos incompatíveis com a legislação ou que possam prejudicar terceiros. Segundo o governo, a plataforma ainda precisa agir sobre os vídeos restantes que permanecem no ar ou adotar as rotulações solicitadas.

Na semana passada, a AGU já havia solicitado a remoção de vídeos da plataforma contendo desinformação sobre o estado de saúde do presidente.

Lula recebeu alta hospitalar no domingo, 15, após realizar dois procedimentos médicos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A primeira intervenção, na terça-feira (10), consistiu em uma craniotomia para drenagem do hematoma. Na quinta-feira (12), o presidente passou por um novo procedimento, desta vez para bloquear o sangramento.

No momento da alta, Lula demonstrou disposição ao falar com a imprensa. "Estou voltando com muita tranquilidade, tenho muito trabalho para fazer, tenho um compromisso com esse país e um compromisso com o povo brasileiro", afirmou. Ele permanecerá em sua residência, em São Paulo, até a próxima quinta-feira, 19, quando deverá retornar ao hospital para realizar novos exames.

Na segunda-feira, 16, Lula recebeu em casa os ministros Fernando Haddad, Alexandre Padilha e Rui Costa. O encontro foi marcado por discussões sobre os principais projetos do governo que tramitam no Congresso Nacional. Mesmo em recuperação, o presidente tem mantido sua agenda ativa, focada na articulação política e na condução das prioridades do Executivo.

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Os republicanos conquistaram as duas cadeiras da Câmara da Flórida uma eleição especial nesta terça-feira, 1, derrotando seus adversários democratas.

Jimmy Patronis venceu no 1º Distrito Congressional da Flórida, apoiado pelo endosso do presidente Donald Trump para preencher a vaga. Patronis, o diretor financeiro do estado, concorreu contra a democrata Gay Valimont. Ele ocupará a vaga no noroeste do estado deixada pelo ex-deputado Matt Gaetz, que foi escolhido para ser o procurador-geral de Trump, mas desistiu de concorrer em meio a alegações de má conduta sexual.

Mais cedo, o senador estadual republicano Randy Fine conseguiu o assento no 6º Distrito Congressional do estado, derrotando o democrata Josh Weil.

"As duas cadeiras da Câmara da Flórida foram conquistadas, em grande escala, pelos candidatos republicanos. O apoio de Trump, como sempre, provou ser muito maior do que as forças do mal dos democratas. Parabéns América!!!", escreveu o presidente no Truth Social.

*Com informações da Associated Press

O governo de Donald Trump iniciou amplos cortes de pessoal no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, deixando alguns funcionários fora dos prédios federais e transferindo outros para novas agências, incluindo o Serviço de Saúde Indígena.

Os e-mails notificando os funcionários sobre os cortes e remanejamentos inundaram as caixas de entrada na noite de segunda-feira e na manhã de hoje. A medida faz parte da estratégia do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., de reduzir e remodelar os órgãos de saúde do país.

Os cortes se estendem por toda parte, desde a Administração de Alimentos e Medicamentos e os Institutos Nacionais de Saúde até os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Na plataforma de mídia social X, Kennedy disse que o que o governo anterior vinha fazendo não estava funcionando: "Precisamos mudar de rumo. Essas mudanças não afetarão o Medicare, o Medicaid ou outros serviços essenciais de saúde".

O senador democrata de Nova Jersey Cory Booker ocupou o plenário do Senado americano com um discurso de quase um dia inteiro, em uma demonstração de resistência para evidenciar o que ele chamou de "crise" enfrentada pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

Booker foi ao plenário do Senado na noite de segunda-feira, 31, e começou a falar às 19h. Mais de 22 horas depois, no começo da noite desta terça-feira, o senador, claramente exausto, continuava falando, criticando os cortes do governo Trump nos serviços governamentais e sua repressão aos imigrantes.

O discurso foi parte de um esforço dos democratas para retomar a iniciativa e se opor mais assertivamente ao presidente Trump. Booker dividiu seus comentários em seções focadas em um aspecto das políticas da administração, incluindo assistência médica, educação, imigração e segurança nacional.

"Estes não são tempos normais em nossa nação", disse ao iniciar seu discurso. "E eles não devem ser tratados como tal no Senado dos Estados Unidos. As ameaças ao povo americano e à democracia americana são graves e urgentes, e todos nós devemos fazer mais para enfrentá-las."

Na tarde de terça-feira, Booker parecia estar determinado a quebrar um recorde estabelecido pelo senador Strom Thurmond, que em 1957 falou por 24 horas e 18 minutos se opondo a uma parte da legislação de direitos civis.

Às 16h20 no horário local, o discurso já havia ultrapassado a memorável arenga do senador Ted Cruz sobre a Lei de Assistência Médica Acessível do presidente Barack Obama em 2013, que durou 21 horas e 19 minutos.

Sem pausas para ir ao banheiro, mas fazendo pausas ocasionais para perguntas de seus colegas democratas, Booker leu um fichário de notas e acenou com uma pequena cópia da Constituição dos EUA. Com o passar das horas, sua voz ficou rouca. Não ficou claro se ele se alimentou ao longo da maratona, e apenas alguns copos de água foram vistos no púlpito.

Andando de um lado para o outro, às vezes se inclinando, Booker protestou por horas contra os cortes nos escritórios da Previdência Social liderados pelo Departamento de Eficiência Governamental do conselheiro de Trump, Elon Musk.

Ele listou os impactos das ordens iniciais de Trump e falou sobre as preocupações de que cortes mais amplos na rede de segurança social poderiam estar chegando, embora os legisladores republicanos digam que o programa não será tocado.

Musk estava ativo no X ativo nesta terça-feira, mas não fez menção a Booker ou seu discurso a noite toda. Nem Trump no Truth Social.

Booker está no seu segundo mandato no Senado. Ele tentou se candidatar à presidência em 2020, mas desistiu e perdeu a nomeação para Joe Biden. (Com agências internacionais)