Juíza suspende decisão do TC-DF que abriu caminho para penduricalho de R$ 5,8 mi

Política
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A Justiça suspendeu nesta segunda-feira, 13, os efeitos da decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal que autorizou o pagamento retroativo da gratificação por excesso de acervo e de função aos conselheiros, ao custo de R$ 5,8 milhões.

 

A decisão é provisória e vale até o julgamento definitivo da ação popular que questiona o bônus. A gratificação já foi paga, mas novos repasses estão proibidos. Além disso, ao final do processo, os conselheiros podem ser obrigados a devolver o dinheiro.

 

A juíza Mara Silda Nunes de Almeida, 8.ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, afirma na decisão que "não é possível permitir a realização dos pagamentos antes que haja decisão de mérito sobre a validade ou não desses".

 

Em nota, o Tribunal de Contas do Distrito Federal informou que não foi oficialmente notificado sobre a decisão e que tem "compromisso com a legalidade e a transparência de seus atos".

 

O pagamento do penduricalho foi aprovado na última sessão administrativa do Tribunal Contas em 2024, no dia 11 de dezembro, a dois dias do início do recesso, em votação que durou menos de um minuto.

 

A gratificação por "acumulação de acervo processual, procedimental ou administrativo" beneficia conselheiros que ocuparem cargos administrativos, como presidente, vice-presidente, corregedor e ouvidor.

 

Quando o benefício foi criado, a previsão era que fossem concedidos até 10 dias de folga por mês aos conselheiros. Em 2023, o Tribunal de Contas do DF autorizou, por meio de uma resolução, a conversão dos dias de descanso em dinheiro, até o limite mensal de um terço dos salários.

 

O Tribunal de Contas do Distrito Federal é composto por sete conselheiros. Como o pagamento foi retroativo, calculado desde 2018, cada conselheiro ganhou, de uma vez, até R$ 1,2 milhão.

 

Magistrados e membros do Ministério Público já têm direito ao mesmo penduricalho. Uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em outubro de 2023, abriu caminho para a implementação da regalia nos tribunais, copiando regras que valiam para promotores e procuradores de Justiça.

 

O Ministério Público do Distrito Federal informou à Justiça ser contra os pagamentos no Tribunal de Contas do DF. O órgão afirma no parecer que a medida causou "graves prejuízos ao patrimônio público" e que, em nenhum outro tribunal, o bônus foi retroativo.

 

Ao ser cobrado a prestar esclarecimentos, o conselheiro Márcio Michel, presidente do Tribunal de Contas do DF, negou que os pagamentos onerem indevidamente os cofres públicos. Segundo ele, não há irregularidade na gratificação.

 

O pagamento está sendo questionado em uma ação popular movida pelos advogados Fábio Henrique de Carvalho Oliva e Elda Mariza Valim Fim. Eles defendem que o extra não poderia ter sido pago porque não há previsão legal específica para isso.

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O incêndio florestal que devasta Los Angeles há seis dias e que já deixou 24 pessoas mortas é um dos mais devastadores do sul da Califórnia em mais de quatro décadas. Os Estados Unidos se encontram em pleno inverno - uma época em que incêndios florestais não costumam ocorrer -, mas a combinação de ventos fortes e plantas secas resultou em dezenas de milhares de hectares consumidos pelas chamas.

Um levantamento divulgado pela agência Associated Press apontou que de 423 incêndios florestais na Califórnia que cresceram para pelo menos 39 quilômetros quadrados desde 1984, apenas quatro ocorreram durante o inverno. Cerca de dois terços desses incêndios maiores ocorreram em junho, julho ou agosto, verão no Hemisfério Norte.

Em menos de uma semana, quatro incêndios na segunda maior cidade dos Estados Unidos queimaram mais de 160 quilômetros quadrados, quase três vezes o tamanho de Manhattan. Veja abaixo por que incêndios tão severos estão acontecendo no inverno.

Ventos chicoteiam as chamas

Os primeiros culpados são os ventos de Santa Ana. Estes fortes ventos ocorrem quando o ar frio se acumula nos estados vizinhos de Nevada e Utah. À medida que esta massa de ar se desloca para o oeste e, depois, às montanhas da Califórnia, ela se aquece e seca.

Na semana passada, estes ventos atingiram uma intensidade não vista desde 2011, com rajadas de até 160 km/h, de acordo com meteorologistas. A velocidade do vento e a velocidade de propagação das chamas estão diretamente relacionadas.

Os incêndios de verão são geralmente maiores, mas não queimam tão rápido. Os incêndios de inverno "são muito mais destrutivos porque acontecem muito mais rápido", disse o cientista de incêndios do US Geological Survey, Jon Keeley, para a Associated Press.

Enquanto os bombeiros continuaram combatendo as chamas, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA previu um "comportamento extremo do fogo", ao ser exposto a ventos de até 110 quilômetros por hora em uma "situação particularmente perigosa (PDS, na sigla em inglês)" desde a manhã da última terça-feira, 7.

"O impacto aumenta exponencialmente conforme a velocidade do vento aumenta", disse o cientista de incêndio Mike Flannigan, da Universidade Thompson Rivers no Canadá, para a AP. Se os bombeiros conseguirem chegar às chamas em 10 minutos ou mais, sua propagação pode ser contida, mas "15 minutos, é tarde demais e já passou. O cavalo saiu do celeiro."

Região vive seca

Há um cenário de condições climáticas cada vez mais atípicas em todo o mundo, graças às mudanças climáticas. Nos últimos dois anos, a Califórnia viveu invernos rigorosos, com muitas chuvas no sul da Califórnia. A enorme quantidade de água na região fez com que muitas plantas crescessem, especialmente as do tipo gramíneas e arbustos, o chamado "combustível fino", conforme explicou o cientista climático da UCLA Daniel Swain em seu blog Weather West.

Os invernos foram seguidos de um calor recorde, entre verão e outono, e um período de seca no momento em que o Estado deveria receber chuva. Há uma ligação clara entre as mudanças climáticas e os outonos e invernos secos mais frequentes, que fornecem combustível para incêndios, dizem especialistas. Há cerca de oito meses, o sul do Estado, onde os incêndios estão sendo registrados, tem estado significativamente seco.

Segundo a emissora americana NBC News, a última vez que Los Angeles registrou mais de um décimo de polegada de chuva (2,54 MM) foi no começo de maio.

Como resultado, as gramíneas e arbustos secaram - "o que preparou o cenário para que a tempestade de vento extrema espalhasse incêndios que se iniciavam na interface urbana-selvagem ou próximo a ela, bem em bairros populosos (e até mesmo em áreas comerciais e centros urbanos) do subúrbio de Los Angeles", escreveu Swain.

Meteorologistas alertaram que as "condições críticas" de vento e seca, embora tenham diminuído, ainda não acabaram. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o acordo entre Israel e Hamas para um cessar-fogo em Gaza está prestes a se concretizar. Ao lado do secretário de Estado, Antony Blinken, o democrata também ressaltou que segue pressionando ambas as partes para que sejam concluídas, em breve, as negociações, que acontecem neste momento no Catar. Nesta segunda-feira, 13, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que um acordo pode ser firmado ainda nesta semana.

Biden ainda afirmou que o presidente russo Vladimir Putin falhou em duas de suas "metas": destruir a união dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e conquistar território ucraniano. Ele comemorou a relação "positiva" dos EUA com a China, e reforçou que as duas potências não chegaram a nenhum conflito em seu governo.

O presidente americano também destacou realizações de seu mandato, que se encerra na próxima semana. Ele celebrou a posição "fundamentalmente mais forte" do país do que há quatro anos, e ressaltou que a economia dos EUA segue em "rápido crescimento".

O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas pode ser firmado ainda nesta semana. "A pressão acumulada sobre o Hamas tem sido realmente considerável. Israel alcançou uma grande parte de seus objetivos militares em Gaza. Há uma possibilidade concreta de que possamos concluir este acordo antes de o presidente Biden deixar o cargo", disse Sullivan em entrevista à Bloomberg.

Ele destacou que, na manhã desta segunda-feira, 13., conversou com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, que sedia as negociações, e avaliou que "o sentimento é de que estão indo na direção certa".

"A questão agora, no curto prazo, é se o Hamas pode ceder, se podemos chegar a um acordo final e, então, começar a implementar nos próximos dias", acrescentou.

Israel e Hamas receberam um "rascunho final" do acordo, e mediadores do Catar e dos EUA têm pressionado ambas as partes para que o texto seja aceito.