Exército proíbe evento de bolsonaristas em Clube de Sargentos em Curitiba

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Exército vetou a realização de um seminário organizado por um grupo conservador no Clube dos Sargentos e Subtenentes de Curitiba, no Paraná. A organização se estrutura para criar um partido político e planejava um evento com "atividades político-partidárias" no fim deste mês no local.

 

Apesar de não ser diretamente ligado à estrutura das Forças Armadas, o Clube dos Subtenentes e Sargentos arrenda uma área militar sob o comando do Exército. De acordo com o Comando Militar do Sul, o clube "não se trata de uma unidade militar", mas mantém um contrato de arrendamento que prevê a proibição de atividades políticas nas dependências da organização.

 

"O Clube dos Subtenentes e Sargentos é uma entidade civil com CNPJ próprio. Embora arrende uma área militar, não se trata de uma unidade militar. No entanto, no Estatuto do Clube, submetido ao Exército no ato do arrendamento, consta que não podem ser executadas quaisquer atividades político-partidárias no local", informou o Comando Militar do Sul.

 

"Ao tomar conhecimento da intenção da atividade para a qual haviam sido locadas as dependências do Clube, o Comando da Guarnição de Curitiba entrou em contato com a Diretoria solicitando que fosse respeitado o Estatuto, de forma a não ocorrer esse tipo de atividade nas dependências do Clube", completou.

 

O contrato do clube sobre o imóvel da União está vigente até março de 2025. O evento do grupo estava marcado para o dia 24 de janeiro e previa palestras de nomes como o influenciador Marco Antônio Costa e o presidente nacional do Conservador, José Carlos Bernardi.

 

"Nós, conservadores, não temos um partido que nos represente. Nem um ao menos. Diante disso, vamos nos unir e construir o 'Partido Conservador Brasileiro'. O Conservador, como será identificado nosso partido, está em processo de formação", diz o grupo em seu site em busca de apoio.

 

Procurado pelo Estadão, José Carlos Bernardi diz que o grupo avalia outras opções de locais para a realização do evento, que está mantido.

 

De acordo com o site do grupo, o partido em formação é contra o "aborto", "a liberação das drogas", "o comunismo e o socialismo", "a ideologia de gênero", "a dominação ideológica da máquina pública", "o controle das redes sociais", "a invasão de propriedades privadas" e "o ativismo judicial".

 

Bernardi foi alvo de um procedimento no Ministério Público de São Paulo após afirmar que o Brasil enriqueceria "se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles".

 

A declaração ocorreu durante um programa na Jovem Pan. Durante diálogo com a comentarista Amanda Klein, após ela dizer que desejava que o Brasil chegasse ao desenvolvimento econômico da Alemanha, Bernardi afirmou: "É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha pós-guerra".

 

Após as reações, Bernardi divulgou nota pedindo desculpas pelo comentário. "Peço desculpas pelo comentário infeliz que fiz no jornal da manhã, primeira edição, ao usar um triste fato histórico para comparar as economias brasileira e alemã. Fui mal-entendido. Não foi minha intenção ofender a ninguém, a nenhuma comunidade, é só ver o contexto do raciocínio. Mas, de qualquer forma, não quero que sobrem dúvidas sobre o meu respeito ao povo judeu e que, reitero, tudo não passa de um mal-entendido", diz o texto divulgado à época.

Em outra categoria

Nesta terça-feira, 25, a Casa Branca informou que Amy Gleason era a administradora interina do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês). Gleason é ex-funcionária do U.S. Digital Service, que Donald Trump rebatizou como Doge por meio de uma ordem executiva.

Todavia, o Congresso não criou o Doge e não confirmou alguém para dirigi-lo. Em vez disso, Trump disse na semana passada que assinou a ordem que o criou e colocou o bilionário Elon Musk no comando. A cláusula exige que os líderes dos órgãos federais sejam formalmente nomeados pelo presidente e confirmados pelo Senado.

Mais de 20 funcionários públicos se demitiram nesta terça-feira, 25, do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), do bilionário Elon Musk, dizendo que estavam se recusando a usar seus conhecimentos técnicos para "desmantelar serviços públicos essenciais".

"Juramos servir ao povo americano e defender nosso juramento à Constituição em todas as administrações presidenciais", escreveram os 21 funcionários em uma carta de demissão conjunta, cuja cópia foi obtida pela The Associated Press. "No entanto, ficou claro que não podemos mais honrar esses compromissos."

Os funcionários também alertaram que muitos dos que foram recrutados por Musk para ajudá-lo a reduzir o tamanho do governo federal sob a administração do presidente Donald Trump eram ideólogos políticos que não tinham as habilidades ou a experiência necessárias para a tarefa. Fonte: Associated Press

As autoridades de Israel estão cogitando buscar uma extensão da primeira fase do acordo de cessar-fogo conforme as negociações para a próxima etapa continuam estagnadas, segundo a imprensa israelense citada pelo jornal britânico The Guardian e pela Reuters. A primeira fase, que foi acordada em janeiro, termina no sábado, 1º de março, o que traria a retomada das hostilidades com o Hamas na Faixa de Gaza.

De acordo com as publicações, estariam ocorrendo conversas informais dentro do governo israelense para uma extensão de 42 dias na fase atual do acordo. O objetivo seria garantir o retorno dos mais de 60 reféns israelenses restantes em Gaza enquanto os diálogos sobre um cessar-fogo prolongado e a completa retirada de Israel do enclave não avançam.

A primeira fase tratava da devolução de 33 reféns israelenses pelo Hamas em troca de mil presos palestinos, além de uma retirada parcial das forças israelenses do enclave.

Na fase seguinte, em tese, haveria a libertação dos reféns restantes - acredita-se que ainda restam 62 reféns do ataque de 7 de outubro de 2023, sendo metade deles vivos -, a retirada completa de Israel e os termos de um cessar-fogo prolongado.

As duas partes, porém, falharam em avançar nas conversas destes termos.

As tensões aumentaram depois que Israel adiou a libertação de 600 palestinos que deveriam ocorrer no sábado, a maior libertação de palestinos em um único dia. O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu exigiu garantias de que os reféns restantes serão libertados e sem uma cerimônia de exposição como ocorreu nas últimas entregas.

Nas últimas três trocas, os reféns foram colocados em cima de um palco onde exibiram "certificados de libertação" enquanto eram rodeados por terroristas do Hamas portando armas. No último sábado, quando ocorreu a última libertação de israelenses, um dos reféns beijou a cabeça de um terrorista antes de ser entregue à Cruz Vermelha.

Netanyahu exigiu o fim dessas cenas, que foram também foram condenadas pela ONU e pela Cruz Vermelha.

O atraso na libertação dos 600 palestinos lança dúvidas sobre a entrega dos últimos quatro corpos de reféns previstos nesta primeira fase que deveriam ser entregues a Israel na quinta-feira, 27.

Israel prometeu libertar os prisioneiros se o Hamas entregar os corpos sem fazer uma cerimônia com os caixões, como ocorreu a entrega dos restos mortais da família Bibas na semana passada.

O Hamas afirmou que não avançaria com as negociações para a próxima fase sem a entrega dos 600 palestinos. Mas disse estar disposto a uma extensão da fase atual em nome das trocas.

Em um comunicado nesta terça-feira, 25, Bassem Naim, um alto oficial do Hamas, disse que o grupo havia "cumprido integralmente todas as disposições dos acordos" e que a demora de Israel "coloca o acordo em risco de colapso, podendo levar à retomada da guerra".

O Egito, um dos mediadores das conversas de cessar-fogo, também se recusou a discutir uma extensão da primeira fase sem antes avançar nos termos da segunda etapa.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deveria visitar Israel esta semana, mas a viagem foi adiada devido às conversas sobre uma negociação de paz para a guerra na Ucrânia. Uma nova data ainda não foi definida, segundo os jornais israelenses./Com AP