Queda do País em ranking de percepção da corrupção é 'conversa de boteco', diz ministro da CGU

Política
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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, contestou o resultado do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional nesta terça-feira, 11, que coloca o Brasil na pior posição da série histórica, iniciada em 2012. Para o chefe da CGU, a metodologia da pesquisa se compara à "conversa de boteco".

Em entrevista à GloboNews, o ministro questionou o resultado, que mostra que uma das causas para a percepção da corrupção ter aumentado é o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a pauta anticorrupção.

"A Transparência dizer que a percepção da população sobre corrupção aumenta porque o presidente não fala disso. De onde tiraram? O que tem de sério? É uma correlação, não tem causalidade, não tem nada, é conversa de boteco", disse.

Neste ano, o Brasil ficou na 107ª posição de 180 países, com 34 pontos, empatado com Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia. O relatório menciona o enfraquecimento do combate à corrupção, citando exemplos como a renegociação dos acordos de leniência da Operação Lava Jato, em que réus se comprometeram a pagar multas para ressarcir danos causados por desvios éticos.

Outro exemplo é a manutenção do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no cargo, mesmo após ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa. O caso foi revelado pelo Estadão em janeiro de 2023.

Para Carvalho, a pesquisa não ouviu a população e servidores públicos, se baseando somente na opinião de empresários e executivos. Para ele, trata-se de uma "pesquisa de opinião". O índice atribui notas em uma escala entre 0 e 100, sendo que quanto maior a pontuação, maior é a percepção de integridade daquele País. Em nota publicada na manhã desta terça, a CGU "alertou" para "limitações metodológicas" do índice.

"O IPC mede percepção, não a ocorrência real de corrupção, e seu próprio relatório recomenda cautela na interpretação dos resultados, especialmente em relação a variações ("sutis" ou "estatisticamente irrelevantes") da pontuação. Os países que combatem corrupção podem ser penalizados no IPC, uma vez que a exposição de casos e investigações impacta negativamente a percepção sobre o problema. O combate à corrupção não pode ser tratado como um fator negativo para a avaliação de um país", diz a nota.

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O Canadá nomeou um novo "czar do fentanil" do país, cumprindo a promessa feita ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para ajudar a evitar uma tarifa de 25% sobre as exportações do país com destino ao território americano.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, informou que escolheu Kevin Brosseau, com início imediato. Brosseau era o conselheiro adjunto de segurança nacional de Trudeau, após uma carreira na Polícia Montada Real Canadense e em outros postos.

"Brosseau trabalhará em estreita colaboração com os homólogos dos EUA e agências de aplicação da lei para acelerar o trabalho contínuo do Canadá para detectar, interromper e desmantelar o comércio de fentanil", de acordo com comunicado.

O Canadá está tomando medidas significativas para interromper a produção e o tráfico de fentanil ilegal, ampliando a capacidade de detecção nas entradas de fronteira para encontrar drogas e armas ilegais e reduzir o tempo de processamento de contêineres de carga, diz o governo. O país está ainda construindo um centro canadense de análise de drogas para avaliar amostras de drogas ilegais e identificar onde e como essas drogas são fabricadas.

Trudeau prometeu a Trump que nomearia um czar do fentanil e reforçaria os esforços para conter o fluxo de drogas ilegais para os EUA. Em troca, Trump proporcionou um adiamento temporário da tarifa de 25% que ameaçou impor às importações do Canadá e do México devido ao que ele disse serem medidas frouxas de segurança nas fronteiras dos dois vizinhos da América.

O papa Francisco afirmou nesta terça-feira, 11, que a política de deportações em massa adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma violação à dignidade humana. Em resposta, o chefe do governo americano para a fronteira, Thomas Homan, disse que o pontífice deveria cuidar "dos assuntos da Igreja Católica".

A crítica do papa foi registrada em uma carta aberta enviada aos bispos americanos. "Eu tenho acompanhado de perto a grande crise que está ocorrendo nos EUA com o início de um programa de deportações em massa", escreve Francisco na carta. "O que é baseado na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de cada ser humano, começa mal e terminará mal", acrescenta.

Não foi a primeira vez que o papa Francisco se posicionou em defesa dos migrantes. Em diversas ocasiões, ele falou contra o que considera políticas migratórias não acolhedoras e não cristãs ao redor do mundo. Ele já havia criticado Trump durante as eleições do ano passado, mas esta foi a primeira vez que falou abertamente após o início do governo do republicano.

Após a publicação da carta, o chefe da fronteira de Trump, Thomas Homan, respondeu ao papa em uma coletiva de imprensa concedida na Casa Branca. "Quero que ele cuide dos assuntos do Vaticano e deixe a fiscalização das fronteiras conosco", afirmou.

"Querem nos atacar porque garantimos a segurança de nossas fronteiras? Há um muro ao redor do Vaticano, certo? Não podemos ter um muro ao redor dos Estados Unidos", acrescentou.

Na carta, o papa reconhece "o direito de uma nação de se defender e de manter as suas comunidades a salvo daqueles que cometeram crimes violentos ou graves enquanto estavam no país ou antes de chegarem", mas diz que deportar pessoas em situação de vulnerabilidade "prejudica a dignidade de muitos homens e mulheres, e de famílias inteiras".

Segundo especialistas, o tom adotado pelo pontífice na carta difere de outras críticas do papa aos EUA. "Isso aumenta a intensidade do conflito (de relacionamento entre EUA e Vaticano)", disse Massimo Faggioli, professor de teologia na Universidade Villanova, na Pensilvânia.

Trump promoveu uma abordagem conservadora e religiosa durante a campanha eleitoral e tem membros católicos no seu governo, como o vice-presidente J.D. Vance.

O presidente, que declarou que "Deus salvou" a sua vida quando um homem lhe disparou durante um comício na Pensilvânia em plena campanha eleitoral, ordenou por decreto a abertura de um Gabinete de Fé na Casa Branca, dirigido pela televangelista Paula White, sua conselheira espiritual.

"Isso mudou alguma coisa em mim", confessou o republicano durante um café da manhã de oração no Capitólio na semana passada. "Eu acreditava em Deus, mas agora sinto isso com muito mais força", declarou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciaram sanções, em conjunto, contra uma infraestrutura-chave da Rússia que permite ataques de ransomware, que são estruturas para crimes cibernéticos por meio do roubo de dados dos próprios usuários.

"A ação trilateral de hoje com a Austrália e o Reino Unido ressalta nossa determinação coletiva para proteger nossa segurança nacional", disse o subsecretário interino do Tesouro dos EUA para Terrorismo e Inteligência Financeira, Bradley T. Smith.

Em nota, o Tesouro note-americano que a ação reflete um compromisso de combater o crime cibernético e "degradar as redes de suporte que permitem que os criminosos tenham como alvo as vítimas nos Estados Unidos e em países aliados".

A ação foi tomada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, o Departamento de Negócios Estrangeiros e Comércio da Austrália e o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.