Juízes aposentados querem 'auxílio-pijama' por 'excesso de serviço' pago a magistrados da ativa

Política
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Juízes aposentados acionaram o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) para receber o adicional por "excesso de serviço" pago a magistrados da ativa. O penduricalho pleiteado foi batizado de "auxílio-pijama" entre servidores.

Uma resolução aprovada pelo conselho em 2023 autoriza quem estiver sobrecarregado a tirar um dia de folga a cada três trabalhados, até o limite de dez dias de descanso no mês, ou a receber o valor em dinheiro. O benefício - chamado de "licença compensatória" - é pago fora do teto remuneratório.

Podem pedir a licença - ou reembolso - os magistrados que acumularem funções administrativas ou que cumprirem metas de produtividade.

É com base nessa resolução que dirigentes de associações de magistrados da Justiça do Trabalho vêm obtendo o bônus, alegando acúmulo de função, embora se licenciem da jurisdição no período de atividade sindical.

Agora, magistrados aposentados também alegam ter direito ao extra. Eles argumentam que aposentados e pensionistas devem ser tratados em regime de paridade com os juízes em atividade.

Os inativos pedem a criação de uma verba autônoma, "extensível a todos os magistrados aposentados e pensionistas com direito à integralidade e paridade", equivalente ao adicional pago aos juízes da ativa. Também cobram o pagamento retroativo do benefício, desde 2023, quando o penduricalho foi criado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

A Associação Nacional de Magistrados Aposentados do Poder Judiciário da União e de Procuradores Aposentados do Ministério Público da União (Anampa) também acionou o conselho. A entidade afirma que "os magistrados e magistradas aposentados estão sendo diuturnamente prejudicados, haja vista que, a licença compensatória detém natureza jurídica remuneratória e deveria ter sido concedida também aos aposentados".

Os pedidos estão no gabinete do ministro Aloysio Corrêa da Veiga, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. O ministro solicitou um parecer da Secretaria Jurídica, Processual e de Apoio às Sessões.

Em uma análise preliminar, Aloysio afirmou que a extensão automática do adicional aos aposentados parece "extrapolar" a regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que administra o Poder Judiciário, mas deixou claro que o assunto será decidido no colegiado.

"Tal pedido encontra-se em tramitação no CSJT, não cabendo a esta Presidência se antecipar sobre a deliberação a ser exercida pelo Plenário do Conselho", escreveu em despacho em dezembro.

Como mostrou o Estadão, magistrados receberam salários de até R$ 678 mil em 2024. Juízes e desembargadores da Justiça do Trabalho lideram o ranking.

Em decisão nesta segunda-feira, 10, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou a concessão de benefícios a magistrados, fora do teto do funcionalismo público, como "inaceitável vale-tudo".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o Hamas talvez "não cumpra o prazo para liberação de reféns" israelenses, que se encerra no próximo sábado. Durante coletiva de imprensa, o republicano afirmou que, "se o Hamas não soltar os reféns até sábado (15), tudo pode acontecer", sem fornecer mais detalhes. Trump também ressaltou que espera a libertação total dos reféns israelenses, sem liberações graduais e pontuais, como as que vêm sendo feitas atualmente.

O presidente americano também recuou de declarações anteriores e afirmou que os Estados Unidos não irão "comprar" a Faixa de Gaza, como havia sugerido na semana passada. Segundo ele, o país pretende controlar o território "de maneira eficiente" e "assegurar a paz no local". "Não vamos comprar Gaza, pois não há razão para comprá-la", acrescentou. No domingo, 9, Trump havia dito estar "comprometido em comprar e ser dono de Gaza".

Trump garantiu que os Estados Unidos trabalharão para restaurar a paz no Oriente Médio, especialmente por meio do controle da Faixa de Gaza pelos americanos. "Os palestinos vão viver de maneira segura em outro lugar que não seja Gaza. Eles não serão mais mortos pelo Hamas e vamos passá-los para um local lindo em que viverão em paz", afirmou. "Conheço o povo palestino muito bem e eles querem paz."

O republicano também anunciou planos de longo prazo para a região, incluindo a construção de complexos de hotéis e escritórios após o fim do conflito entre Israel e Hamas. "Quando Gaza se desenvolver, muitos empregos serão gerados por lá" para o povo palestino, completou.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deu nesta terça-feira, 11, um ultimato para que o Hamas entregue os reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza até o sábado, 15. Caso contrário, ele afirma que a guerra na Faixa de Gaza será retomada, com combates intensos. A ameaça foi feita um dia depois de o Hamas alegar que Israel descumpriu termos do cessar-fogo e suspender a libertação.

"Se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e o Exército de Israel retomará combates intensos até que o Hamas seja finalmente derrotado", disse Netanyahu em mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.

"À luz do anúncio do Hamas de sua decisão de violar o acordo e não libertar nossos reféns, ontem (segunda, 10) à noite ordenei que a IDF reunisse forças dentro e ao redor da Faixa de Gaza. Essa operação está sendo realizada neste momento. Ela será concluída em um futuro muito próximo", acrescentou o premiê.

Em paralelo, o presidente americano, Donald Trump, que também exigiu que o grupo terrorista liberte os reféns no fim de semana, disse que não acredita que o Hamas cederá à pressão, o que levaria ao colapso da trégua.

No pronunciamento, o primeiro-ministro israelense também saudou o papel de Trump na pressão para libertar os reféns e sua "visão revolucionária do presidente para o futuro de Gaza".

Netanyahu estava ao lado de Trump quando ele sugeriu que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza, deslocando os palestinos de forma

permanente. A ideia foi rechaçada até mesmo por aliados dos EUA.

Na segunda-feira, 10, Trump já tinha dito que o cessar-fogo deveria ser cancelado, caso o Hamas não libertasse o restante dos reféns israelenses até sábado.

Nesta tarde, no entanto, o presidente americano aparentou pessimismo. "Tenho um prazo até sábado, mas não acho que [eles agirão antes] desse prazo", disse ele na Casa Branca ao receber o rei Abdullah II da Jordânia.

O grupo terrorista, que acusa Israel de violar o acordo de cessar-fogo, disse ontem que a próxima liberação de reféns seria adiada por tempo indeterminado. A troca dos israelenses sequestrados no atentado de 7 outubro por prisioneiros palestinos é parte do frágil cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza. Até agora, o Hamas entregou 16 dos 33 reféns que devem ser libertos nesta primeira etapa do acordo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou nesta terça-feira, 11, retomar os combates na Faixa de Gaza, a menos que seus reféns em Gaza sejam libertados.

O cessar-fogo foi questionado, pois o Hamas alega que Israel violou as principais cláusulas, o que o levou a cancelar a libertação de mais três reféns no próximo sábado, dia 15.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encorajou o governo israelense a pedir a libertação dos reféns restantes, em vez dos três programados para serem libertados na próxima troca.