Lula defende parceria entre governo federal e prefeituras e rechaça questão ideológica

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a parceria entre o governo federal e os prefeitos independentemente de posições ideológicas, ao discursar na abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, nesta terça-feira, 11, em Brasília.

Na ocasião, ele afirmou que não discriminará prefeitos que não são do PT ou que não tenham votado em sua candidatura ao Palácio do Planalto. "Não haverá, em hipótese alguma, de um banco como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNB ou o BNDES, deixar de atender interesses de um governador, os interesses de uma cidade, por questão ideológica", declarou.

Na sequência, Lula fez uma referência implícita à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, não recebia os governadores e prefeitos da oposição.

"Nós sabemos que, no Brasil, isso sempre aconteceu, nós sabemos como a oposição era tratada neste País, e não faz muito tempo. Muitos governadores passaram quatro anos no governo e não foram recebidos pelo presidente da República, e muito menos o presidente da República visitou as cidades para conversar com o prefeito", afirmou.

O presidente também afirmou que quer estabelecer "uma relação altamente civilizada" com os prefeitos. "Voltei a governar este País com a única responsabilidade de provar mais uma vez que este País tende a ser altamente desenvolvido, e ele só será desenvolvido se a cidade for desenvolvida", declarou. "Não há Estado rico com cidade pobre. É preciso que haja compartilhamento das coisas entre o governo federal e o governo municipal".

Lula também brincou: "Eu atendo tanto os prefeitos que o Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, além de pegar dinheiro todo dia, ele quer que eu devolva ao Rio a capital do País. Aí não é possível, porque a Bahia reivindicou, porque já foi capital primeiro do que o Rio".

O evento teve a participação dos presidentes do Congresso Nacional, de ministros, governadores, presidentes de bancos públicos, entidades municipalistas e demais autoridades. Na ocasião, representantes de municípios reivindicaram um redesenho do pacto federativo, a criação de programas sociais para municípios pequenos com emendas parlamentares e a aprovação de uma proposta que institui novo parcelamento para o pagamento de dívidas municipais.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o Hamas talvez "não cumpra o prazo para liberação de reféns" israelenses, que se encerra no próximo sábado. Durante coletiva de imprensa, o republicano afirmou que, "se o Hamas não soltar os reféns até sábado (15), tudo pode acontecer", sem fornecer mais detalhes. Trump também ressaltou que espera a libertação total dos reféns israelenses, sem liberações graduais e pontuais, como as que vêm sendo feitas atualmente.

O presidente americano também recuou de declarações anteriores e afirmou que os Estados Unidos não irão "comprar" a Faixa de Gaza, como havia sugerido na semana passada. Segundo ele, o país pretende controlar o território "de maneira eficiente" e "assegurar a paz no local". "Não vamos comprar Gaza, pois não há razão para comprá-la", acrescentou. No domingo, 9, Trump havia dito estar "comprometido em comprar e ser dono de Gaza".

Trump garantiu que os Estados Unidos trabalharão para restaurar a paz no Oriente Médio, especialmente por meio do controle da Faixa de Gaza pelos americanos. "Os palestinos vão viver de maneira segura em outro lugar que não seja Gaza. Eles não serão mais mortos pelo Hamas e vamos passá-los para um local lindo em que viverão em paz", afirmou. "Conheço o povo palestino muito bem e eles querem paz."

O republicano também anunciou planos de longo prazo para a região, incluindo a construção de complexos de hotéis e escritórios após o fim do conflito entre Israel e Hamas. "Quando Gaza se desenvolver, muitos empregos serão gerados por lá" para o povo palestino, completou.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deu nesta terça-feira, 11, um ultimato para que o Hamas entregue os reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza até o sábado, 15. Caso contrário, ele afirma que a guerra na Faixa de Gaza será retomada, com combates intensos. A ameaça foi feita um dia depois de o Hamas alegar que Israel descumpriu termos do cessar-fogo e suspender a libertação.

"Se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e o Exército de Israel retomará combates intensos até que o Hamas seja finalmente derrotado", disse Netanyahu em mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.

"À luz do anúncio do Hamas de sua decisão de violar o acordo e não libertar nossos reféns, ontem (segunda, 10) à noite ordenei que a IDF reunisse forças dentro e ao redor da Faixa de Gaza. Essa operação está sendo realizada neste momento. Ela será concluída em um futuro muito próximo", acrescentou o premiê.

Em paralelo, o presidente americano, Donald Trump, que também exigiu que o grupo terrorista liberte os reféns no fim de semana, disse que não acredita que o Hamas cederá à pressão, o que levaria ao colapso da trégua.

No pronunciamento, o primeiro-ministro israelense também saudou o papel de Trump na pressão para libertar os reféns e sua "visão revolucionária do presidente para o futuro de Gaza".

Netanyahu estava ao lado de Trump quando ele sugeriu que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza, deslocando os palestinos de forma

permanente. A ideia foi rechaçada até mesmo por aliados dos EUA.

Na segunda-feira, 10, Trump já tinha dito que o cessar-fogo deveria ser cancelado, caso o Hamas não libertasse o restante dos reféns israelenses até sábado.

Nesta tarde, no entanto, o presidente americano aparentou pessimismo. "Tenho um prazo até sábado, mas não acho que [eles agirão antes] desse prazo", disse ele na Casa Branca ao receber o rei Abdullah II da Jordânia.

O grupo terrorista, que acusa Israel de violar o acordo de cessar-fogo, disse ontem que a próxima liberação de reféns seria adiada por tempo indeterminado. A troca dos israelenses sequestrados no atentado de 7 outubro por prisioneiros palestinos é parte do frágil cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza. Até agora, o Hamas entregou 16 dos 33 reféns que devem ser libertos nesta primeira etapa do acordo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou nesta terça-feira, 11, retomar os combates na Faixa de Gaza, a menos que seus reféns em Gaza sejam libertados.

O cessar-fogo foi questionado, pois o Hamas alega que Israel violou as principais cláusulas, o que o levou a cancelar a libertação de mais três reféns no próximo sábado, dia 15.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encorajou o governo israelense a pedir a libertação dos reféns restantes, em vez dos três programados para serem libertados na próxima troca.