Juíza manda procurador de Contas devolver R$ 4,5 mi recebidos por 'nomeação tardia'

Política
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O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua no Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

 

O Estadão tentou contato com o procurador, mas ele não havia se manifestado até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

 

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que o procurador aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

 

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões, considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, o procurador pode recorrer.

 

Carlos Aberto de Souza Almeida só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

 

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/6/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material. O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

 

'Indevida'

 

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirmou na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado". A decisão diz que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas do Estado é "flagrantemente indevida".

 

"A nomeação e posse decorrentes de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas, sim, por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", afirma a sentença.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 15, que os EUA estão próximos de fechar um acordo em que o Irã concorda em evitar armas nucleares, deflagrando liquidação nos preços de petróleo. "Você provavelmente lerá hoje a história sobre como o Irã meio que concordou com os termos", disse o republicano, durante viagem ao Catar. "Quero que eles tenham sucesso. Quero que eles acabem se tornando um ótimo país, francamente, mas eles não podem ter uma arma nuclear."

Trump continuou, afirmando que acredita estar "chegando próximo de um acordo, talvez... Estamos em negociações sérias com o Irã sobre a paz de longo prazo". O presidente acrescentou que esperar conseguir o acordo sem ter que recorrer a violência em níveis "nunca vistos antes".

O republicano não mencionou diretamente as sanções ou o petróleo nesta quinta-feira, mas a perspectiva de o Irã ampliar exportações de petróleo caso consiga o acordo nuclear pressionou os preços da commodity. Autoridades iranianas já afirmaram que estão prontas para cumprir a exigência dos EUA sobre armas nucleares, em troca da remoção de sanções.

Também em comentários a repórteres durante a viagem, Trump comentou que a Índia ofereceu zerar as tarifas sobre bens americanos, conforme os países continuam conversas bilaterais sobre o comércio. "Eles nos ofereceram um acordo em que basicamente estão dispostos a não nos cobrar nenhuma tarifa", disse, sem prover detalhes sobre a oferta ou sobre as negociações em andamento.

*Com informações da Dow Jones Newswires

O presidente russo, Vladimir Putin, não comparecerá às negociações de paz com a Ucrânia em Istambul nesta quinta-feira, 15. Nesta quarta, 14, o Kremlin confirmou o envio de uma equipe de nível inferior para os primeiros contatos diretos entre os dois países após mais de três anos de guerra.

Após cinco dias de suspense, Putin rejeitou a proposta do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, para um encontro presencial entre eles. Além do presidente russo, o chanceler Serguei Lavrov e o assessor de política externa Yuri Ushakov não estarão presentes, apesar de terem liderado rodadas anteriores de negociações com os EUA.

A delegação russa será comandada por Vladimir Medinski, um assessor linha-dura de Putin que liderou a única rodada anterior de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, em 2022.

No sábado, 10, Putin sugeriu a reunião como uma contraproposta ao cessar-fogo de 30 dias proposto por Kiev e seus aliados. Zelenski prometeu comparecer pessoalmente e desafiou Putin a aparecer.

Pressão

As negociações na Turquia serão as primeiras entre russos e ucranianos desde março de 2022, um mês após o início da invasão da Ucrânia. Zelenski alertou que a ausência de Putin seria interpretada como falta de vontade dele de alcançar a paz. "A Ucrânia está pronta para qualquer forma de negociação e não temos medo de reuniões", disse.

Nas últimas semanas, a Ucrânia pediu ao Brasil e à China que tentassem convencer a Rússia a aceitar o cessar-fogo de 30 dias, para então dar início às negociações. Na sua visita a Moscou, no fim de semana, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que Putin viajasse à Turquia para se encontrar com Zelenski.

Ontem, ao voltar da China e fazer escala em Moscou, Lula telefonou para Putin e reforçou o pedido. Em mensagem divulgada ontem, Zelenski acusou a Rússia de prolongar a guerra e agradeceu aos países que estão pressionando para que o Kremlin encerre os bombardeios e comece a negociar.

Na terça-feira, 13, em declaração conjunta em Pequim, Lula e Xi Jinping expressaram apoio às negociações e defenderam o diálogo como "única forma de pôr fim ao conflito". Brasil e China têm laços estreitos com Moscou. O documento, no entanto, não citou o cessar-fogo ou as garantias de segurança para Ucrânia.

Putin e Zelenski se encontraram apenas uma vez, em 2019, e Moscou repetidamente retratou o líder ucraniano como ilegítimo. Se aceitasse negociações diretas com o ucraniano, o presidente russo poderia acabar legitimando seu governo e passar a impressão de ter cedido às exigências de Zelenski.

Impasse

Milhares de pessoas morreram e milhões foram forçadas a fugir de suas casas desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Atualmente, os militares russos controlam cerca de um quinto da ex-república soviética, incluindo a Península da Crimeia, anexada em 2014.

Quando retornou à Casa Branca, em janeiro, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia no primeiro dia de mandato. Desde então, ele vem exercendo intensa pressão, mas nos últimos dias expressou frustração, especialmente depois que a Rússia rejeitou uma proposta de cessar-fogo de 30 dias.

Antes da confirmação de que Putin não participaria do encontro, o presidente americano disse que poderia viajar para a Turquia. Diante da ausência do alto escalão do governo russo, a Casa Branca confirmou ontem que Trump não irá a Istambul. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O funeral do ex-presidente do Uruguai José Mujica foi alterado nesta quarta-feira, 14, para que Luiz Inácio Lula da Silva possa chegar a tempo em Montevidéu. O jornal El Observador disse que o velório, que terminaria às 15 horas desta quinta, 15, foi estendido por mais duas horas para a chegada do brasileiro.

Ontem, milhares de uruguaios se despediram de Mujica em um cortejo fúnebre que percorreu as ruas de Montevidéu - o caixão passou lentamente em uma carroça puxada por cavalos. "Obrigado, Pepe!", gritaram alguns. Outros choraram. Muitos carregavam faixas ou vestiam camisetas pretas com frases célebres do ex-presidente, como "No me voy, estoy llegando" (Não estou indo embora, estou chegando, em tradução livre). Das sacadas dos prédios, aplausos enquanto o cortejo passava.

O ex-guerrilheiro, que se tornou referência da esquerda latino-americana, morreu na terça-feira, 13, aos 89 anos, em decorrência de um câncer no esôfago. O corpo foi levado para o Congresso, onde está sendo realizado o velório aberto ao público. O governo decretou três dias de luto oficial.

Após pouco mais de 24 horas de velório público, Mujica terá seu último desejo atendido: será cremado e enterrado em sua chácara, em Rincón del Cerro, ao lado de sua cachorrinha, Manuela, fiel companheira de entrevistas, que morreu em 2018 aos 22 anos.

Reverência

A partida do "presidente mais pobre do mundo", como era frequentemente descrito em manchetes internacionais, desencadeou uma onda de mensagens de líderes latino-americanos e figuras da esquerda internacional.

Lula, seu grande amigo e aliado regional, destacou "sua grandeza humana" e fez questão de comparecer ao velório. "Pretendo ir ao enterro do Mujica porque acho que o mínimo que a gente tem de fazer é se despedir das pessoas que serviram de referência para a gente com demonstração de muita dignidade e de muito respeito", disse o presidente brasileiro, durante sua visita a Pequim.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.