Presidente da Comissão de Orçamento confirma votação na próxima semana e desmente adiamento

Política
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O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Júlio Arcoverde (PP-PI), confirmou ao Estadão que o Orçamento de 2025 deve ser votado entre a terça-feira, 18, e a quarta-feira, 19. O posicionamento de Arcoverde desmente um comunicado enviado pela assessoria da CMO em grupos de WhatsApp da Câmara na manhã deste sábado, 15, anunciando um suposto adiamento da votação para abril.

O presidente da CMO desmentiu a nota, dizendo que ela é um "absurdo", e afirmou que o planejamento segue o mesmo definido na última terça-feira, 11. O relator, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), deve enviar o texto final para os congressistas ainda neste domingo, 16.

A equipe de Hugo Motta negou a autoria da nota, e a assessoria da Casa, em um grupo de jornalistas, disse que o comunicado não foi produzido pela equipe. "Todo e qualquer anúncio sobre as atividades da Presidência será confirmada pela assessoria", disse um membro do gabinete do presidente da Casa.

No grupo de WhatsApp em que a equipe da CMO se comunica com a imprensa, a nota foi enviada como se tivesse partido da assessoria da Presidência da Câmara, e afirma que o Orçamento seria adiado por conta de uma viagem do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Japão. Segundo o comunicado, a nova data de votação seria na semana de 31 de março a 4 de abril.

"Não tem comunicado nenhum assinado por mim que fala de adiamento não. Agora mesmo eu estava falando com o (Ângelo) Coronel, o relator. A previsão é dele entregar (o texto) domingo à noite. Eu vou até atrás de saber quem está falando nessa nota aí. É um absurdo", afirmou Arcoverde.

A assessoria de Alcolumbre, por sua vez, afirmou ao Estadão que a nota é falsa.

O Congresso Nacional vem sendo alvo de críticas pela demora na votação. Normalmente, a lei orçamentária é votada em dezembro, mas, por causa de uma sequência de adiamentos, o País ainda segue sem as definições do Orçamento deste ano.

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O Hamas indicou nesta quarta-feira, 2, que está disposto a aceitar um cessar-fogo com Israel, desde que ele leve ao fim definitivo da guerra em Gaza. Ainda não se sabe se a exigência, que inviabilizou acordos anteriores, faz parte da trégua de 60 dias proposta por Donald Trump na terça-feira - com a qual os israelenses teriam concordado.

Taher al-Nunu, porta-voz do Hamas, afirmou que o grupo está levando as negociações a sério e estaria "pronto para aceitar qualquer iniciativa que conduza ao fim completo da guerra". Uma delegação palestina se reuniu ontem com negociadores de Egito e Catar para discutir a proposta.

O fim da guerra é o grande entrave nas negociações. Enquanto o Hamas exige a suspensão total dos combates e a retirada das tropas israelenses, o objetivo de Israel é a aniquilação do grupo terrorista - o que poderia ser feito por meio de um acordo, desde que inclua o desarmamento das milícias e o exílio das lideranças palestinas.

Pressão

Alguns nomes do gabinete israelense já dão sinais de que o governo poderia ceder. O chanceler Gideon Saar afirmou ontem que Israel não deveria perder nenhuma chance de resgatar os reféns ainda presos em Gaza - o que parte da imprensa apontou como uma pressão para que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu aceite os termos que chegarem à sua mesa. "A grande maioria do governo e da população é a favor da libertação dos reféns. Se a oportunidade surgir, não a perca", escreveu Saar, no X.

A manifestação de um integrante da alta cúpula do governo ocorre no momento em que a oposição se organiza para apoiar um eventual acordo fechado por Netanyahu, caso os partidos de extrema direita tentem sabotar as negociações. Yair Lapid e Benny Gantz, dois desafetos do premiê, já teriam formalizado o apoio.

A movimentação da oposição é uma resposta às notícias de que os dois membros mais radicais da coalizão de Netanyahu - os ministros Itamar Ben-Gvir, da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, das Finanças - estariam articulando oposição a qualquer acordo.

Detalhes

Segundo analistas, alguns fatores podem fazer Netanyahu ceder. Impulsionado pelo que muitos israelenses consideram uma bem-sucedida guerra contra o Irã, o premiê tem agora uma popularidade mais alta do que em qualquer outro momento desde o início da guerra.

Os números inflados podem fazer com que o premiê arrisque o fim da coalizão de extrema direita que sustenta seu governo. Ele pode tentar aproveitar o eventual encerramento do conflito para fortalecer os laços diplomáticos de Israel com os países árabes ou até antecipar eleições com o objetivo de obter uma maioria mais contundente no Parlamento.

Embora nada tenha sido divulgado oficialmente, fontes citadas pela imprensa internacional indicam que o plano de Trump não traria grandes mudanças com relação às propostas de trégua já rejeitadas anteriormente.

Viagem marcada

Trata-se de um cessar-fogo de 60 dias, durante o qual seriam libertados 10 reféns e devolvidos os corpos dos israelenses que morreram no cativeiro, em troca de palestinos presos em Israel. Netanyahu tem viagem marcada para os EUA, no sábado, 5, com duração de cinco dias. A previsão é de que os termos da proposta sejam discutidos com Trump. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o comandante do Federal Reserve, Jerome Powell.

"'Está tarde' deveria renunciar imediatamente", afirmou Trump em registro na Truth Social nesta quarta-feira.

"O presidente do Fed deveria ser investigado pelo Congresso, disse o chefe do FHFA", completou o presidente americano, referindo-se ao diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA) e presidente do conselho da Fannie Mae e da Freddie Mac, William Pulte, que pediu nesta quarta-feira que o Congresso investigue o presidente do BC americano.

Em comunicado, Pulte afirmou que Powell demonstrou "viés político" e prestou "testemunho enganoso" ao Senado, o que seria "motivo suficiente para sua destituição 'por justa causa'".

O grupo terrorista Hamas afirmou nesta quarta-feira, 2, que discute as propostas de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza entregues pelos mediadores do conflito. A declaração vem a público um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que Israel havia apoiado uma trégua de 60 dias no território palestino.

Segundo a declaração do Hamas, o grupo realiza consultas para discutir as propostas. "[O objetivo é] alcançar um acordo que garanta o fim da violência, a retirada (de Israel na Faixa de Gaza) e a ajuda urgente ao nosso povo", disse o grupo.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, também tocou no assunto nesta quarta. Sem mencionar Trump, ele afirmou que há sinais positivos para retomar negociações para uma trégua "o mais rápido possível".

Saar declarou que as negociações são uma oportunidade para resgatar 49 reféns que continuam presos pelo Hamas após 21 meses do atual conflito. Eles foram capturados em Israel durante o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, junto com outras 202 pessoas. Acredita-se que dos 49, 27 estejam mortos.

Segundo a imprensa israelense, os dois principais ministros de extrema direita do gabinete de Binyamin Netanyahu - Bezalel Smotrich (Economia) e Itamar Ben Gvir (Segurança Nacional) - expressaram oposição a uma trégua com o Hamas na terça-feira.

Sem o apoio de Smotrich e Ben Gvir, Netanyahu perderia a maioria legislativa que dá apoio ao seu governo.

O esforço em direção a novas negociações para um cessar-fogo ganhou força pouco antes do encontro entre Netanyahu e Trump previsto para a próxima semana, em Washington. Também seguiu a decisão dos EUA de bombardear instalações nucleares do Irã ao lado de Israel, cumprindo uma ambição israelense de longa data.

Trump, que tem expressado crescente frustração com o que rotula de "guerra muito brutal" em Gaza, diz que espera ver um cessar-fogo alcançado já na semana que vem.

Segundo o jornal americano The New York Times, três autoridades de Israel afirmaram sob anonimato que o último esforço dos EUA buscou oferecer ao Hamas garantias mais fortes de que um cessar-fogo temporário, o que pode abrir caminho para um fim permanente do conflito.

Entretanto, os termos exatos do novo esboço dos EUA permanecem desconhecidos e os dois lados precisam de mais negociações para resolver os detalhes de um cessar-fogo de 60 dias - o que torna um o fim do conflito mais distante.

Enquanto algumas autoridades sugeriam que Israel havia suavizado as exigências, Netanyahu prometeu novamente nesta quarta que "eliminaria fundamentalmente" o Hamas. "Estou dizendo a vocês: não haverá mais Hamas", disse. "Não vamos voltar a isso."

Entraves para o fim da guerra

Embora as autoridades israelenses expressem um otimismo cauteloso quanto ao estado das negociações, não está claro se a fórmula mais recente superaria os pontos críticos que têm consistentemente atrapalhado as negociações para encerrar a guerra.

Netanyahu diz estar pronto para um cessar-fogo temporário, mas não interromperá a guerra de forma permanente, a menos que o Hamas abandone o poder em Gaza e seus líderes se exilem - condições que o Hamas rejeita.

Líderes do Hamas dizem que libertarão todos os reféns restantes somente se Israel encerrar a guerra permanentemente.

Segundo analistas, alguns fatores podem fazer Netanyahu ceder. Impulsionado pelo que muitos israelenses consideram a bem-sucedida guerra contra o Irã, o premiê tem agora uma popularidade mais forte nas pesquisas do que em qualquer outro momento desde o início da guerra.

As análises são de que isso pode fazer com que Bibi, como o premiê é conhecido, esteja disposto a arriscar o fim da coalizão que sustenta o governo se puder aproveitar o fim do conflito para fortalecer os laços diplomáticos de Israel com os países árabes vizinhos.

Operações militares em Gaza

Enquanto a trégua não é alcançada, as operações militares de Israel na Faixa de Gaza continuam. A Defesa Civil do território palestino disse que os bombardeios israelenses mataram 33 pessoas somente nesta quarta-feira.

O porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal, disse que sete pessoas morreram em um ataque a um apartamento na Cidade de Gaza, incluindo o diretor do hospital indonésio - uma unidade privada no norte de Gaza - Marwan al-Sultan. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)