Lewandowski diz que 'justiça será feita' em julgamento de Bolsonaro e aliados

Política
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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse nesta quarta-feira, 26, que é preciso "ter a confiança de que a justiça será feita" no julgamento da tentativa de golpe de Estado em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados se tornaram réus. Ex-ministro do Supremo, Lewandowski declarou também que é preciso acreditar no trabalho feito pelos magistrados da Corte da qual ele já foi integrante.

"Os acusados terão um julgamento que se procederá segundo o devido processo legal e terão direito ao contraditório e a ampla defesa. Nós temos que confiar no Supremo Tribunal Federal, que é integrado por juízes altamente preparados, foram indicados pelo Presidência da República, sabatinados pelo Senado Federal e todos têm, pela Constituição, notável saber", afirmou Lewandowski.

Nesta quarta-feira, a Primeira Turma do STF tornou réus, por unanimidade, Bolsonaro e aliados dele por tentativa de golpe de Estado. Quatro ministros acompanharam o voto do relator Alexandre de Moraes pelo recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com a decisão, o ex-presidente e os demais denunciados se tornam réus em um processo penal por cinco crimes - organização criminosa armada, golpe de estado, tentativa de abolição violenta do estado democrático, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União. As penas em caso de condenação podem chegar a 43 anos de prisão.

Além de Bolsonaro, vão responder ao processo: Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

Lewandowski também comentou sobre um motorista que atirou uma carreta contra um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Distrito Federal na madrugada desta quarta. Embriagado e alegando empreender um ato terrorista devido ao julgamento da denúncia contra Bolsonaro, um homem de 42 anos foi preso em flagrante.

"Na medida em que uma carreta se joga contra um posto da Polícia Rodoviária Federal e só não pôde atingi-lo porque havia obstáculos na frente e o autor desse fato diz que praticou um ato terrorista e insurgindo-se contra o julgamento que está sendo realizado no Supremo Tribunal Federal é um fato que preocupa as autoridades", disse Lewandowski.

O motorista ainda tentou subornar os policiais com R$ 14 mil ao ser detido. A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as reais intenções do motorista e a origem do dinheiro. Segundo Lewandowski, as informações iniciais é de que se trata de um caso isolado.

O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, afirmou que o motorista danificou uma estrutura do posto da corporação e duas viaturas. Ele também anunciou que pediu aos superintendentes estaduais que redobrem a fiscalização das rodovias nas madrugas.

O posto onde aconteceu o suposto ato terrorista fica localizado na BR-060, na região administrativa do Recanto das Emas. A estrutura fica a 45 quilômetros da sede do STF, que teve a segurança reforçada devido ao julgamento da denúncia contra Bolsonaro.

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