Tarcísio recebe Bolsonaro e governadores antes de ato na Paulista pró-anistia

Política
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O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas se reúne no final da manhã deste domingo, 6, com o ex-presidente Jair Bolsonaro e governadores que participarão à tarde de ato na Avenida Paulista. O encontro será no Palácio dos Bandeirantes. Os opositores ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva organizaram uma manifestação em defesa do projeto de anistia aos condenados por envolvimento nos ataques de 8 de Janeiro.

Segundo os organizadores do protesto, 116 autoridades entre governadores, senadores, deputados e vereadores confirmaram presença. Na lista dos confirmados estão os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Jorginho Melo (Santa Catarina) e Romeu Zema (MG). Tarcísio usou as redes sociais para postar uma foto ao lado de Bolsonaro: "Daqui a pouco, juntos na Paulista!", escreveu.

Veja lista dos governadores que confirmaram presença, segundo os organizadores:

Governador Tarcísio de Freitas - SP

Governador Jorginho Melo - SC

Governador Zema - MG

Governador Wilson Lima - AM

Governador Ratinho Júnior - PR

Governador Ronaldo Caiado - GO

Vice Governadora Celina Leão - DF

O governador do Rio, Cláudio Castro cancelou sua participação e divulgou isso nas redes sociais. Disse que ficaria no Estado por conta das chuvas fortes. "Eu já estava programado, mas por causa de todo o acontecido no Rio, não tenho como sair nesse momento", disse em vídeo. Na gravação, ele defendeu a anistia.

Manifestantes já estão na Paulista

Os manifestantes do ato pró-anistia já começaram a chegar na Avenida Paulista na manhã deste domingo. Eles se aglomeram ao redor do carro de som, posicionado na esquina com a Rua Peixoto Gomite.

Bolsonaristas mostram que o principal mote do protesto é pressionar pela aprovação do projeto de lei que anistia os condenados e presos pelo ato golpista do dia 8 de janeiro de 2023. Cartazes com o rosto de alguns dos detidos foram pendurados pela avenida.

Um dos símbolos mais explorados da manifestação é o batom, presente em faixas de protestos contra a prisão da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que usou o cosmético para pichar "Perdeu, Mané" a estátua da Justiça, em Brasília. Depois de dois anos detida, ela teve a prisão convertida em domiciliar no final de março.

O cosmético também foi trazido por manifestantes e uma representação de um batom inflável foi erguido e posicionado ao lado do carro de som onde os apoiadores bolsonaristas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve discursar mais tarde.

Próximo ao trio principal, há fotos de pessoas que os bolsonaristas consideram perseguidas pelo Judiciário brasileiro, como Oswaldo Eustáquio, Paulo Figueiredo Filho e o ex-deputado Daniel Silveira. O tenente-coronel Mauro Cid, que delatou o papel de Bolsonaro na trama golpista, também está representado: "Arrested and pursued" (preso e perseguido), diz a inscrição abaixo de sua imagem.

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O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenski, revelou que o Exército ucraniano capturou dois cidadãos chineses que lutavam pelo Exército da Rússia na região de Donetsk, em território ucraniano. "Temos informações de que há significativamente mais cidadãos chineses nas unidades do ocupante do que apenas esses dois", acrescentou Zelenski.

Em comunicado, o líder ucraniano informou ainda que instruiu seu ministro das Relações Exteriores a entrar em contato imediato com Pequim para esclarecer "como a China pretende reagir a isso". "O envolvimento da China nesta guerra na Europa é sinal claro de que Putin pretende fazer qualquer coisa, menos encerrar a guerra", completou.

Segundo Zelenski, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "está buscando maneiras de continuar lutando. Isso exige, com certeza, uma reação. Uma reação dos Estados Unidos, da Europa e de todos no mundo que desejam a paz".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda, 7, que seu governo está em "conversas diretas com o Irã" e classificou como "muito importante" uma reunião bilateral prevista para o próximo sábado. "Prefiro que cheguemos a um acordo com o Irã", disse, sem revelar o local do encontro. "Não posso falar mais desse encontro, nem onde será", acrescentou.

O tom, no entanto, foi ambíguo. Apesar de demonstrar otimismo ao afirmar que espera que as "conversas com o Irã sejam muito positivas", Trump foi rígido ao dizer que, se não houver avanços, "será um péssimo dia para eles". Ele também reiterou uma das principais exigências dos EUA na questão nuclear: "Posso falar que o Irã não pode ter armas nucleares."

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. "Eles não podem ter armas nucleares", concordou o premiê, que afirmou ter conversado com Trump sobre tarifas, reféns e Gaza. Segundo ele, os dois países trabalham em "outro acordo sobre Gaza para derrotar o Hamas" e em uma nova troca de reféns. Trump também comentou a situação no território: "Seria ótimo ter uma força americana controlando parte da Faixa de Gaza", disse. "Gaza é um ótimo local, mas que ninguém quer viver ali agora."

Em meio ao alinhamento diplomático, Netanyahu sinalizou disposição para avançar em questões comerciais com Washington. "Reconheço que precisamos ter relações comerciais justas com os EUA. Vamos eliminar o déficit comercial e barreiras comerciais", afirmou. Mesmo com a promessa de Netanyahu, Trump destacou que não deve eliminar as tarifas aplicadas sobre importações de Israel aos EUA.

Em paralelo, o governo dos EUA intensificou a retórica contra os Houthis. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse que "foram três péssimas semanas para os Houthis e isso vai piorar". Segundo ele, Washington foi "muito claro ao Irã para que não apoiem os Houthis ainda mais" e prometeu aumentar a pressão. Trump reforçou a mensagem: "Nosso exército está muito poderoso e continuará assim."

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou pouco depois das 14h30 (pelo horário de Brasília) desta segunda-feira, 7, na Casa Branca, em Washington, para reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Jornalistas presentes no local perguntaram aos líderes sobre as tarifas americanas contra os israelenses, mas não obtiveram respostas.

Pouco antes, Washington cancelou a coletiva de imprensa conjunta de Trump e Netanyahu, segundo informações da repórter do Wall Street Journal Meridith McGraw, em publicação no X. A coletiva estava marcada para esta segunda-feira, às 15h30 (de Brasília).

Segundo o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, os dois líderes "têm muito a discutir" e devem conversar sobre a situação no Oriente Médio.