Oposição quer CPMI para investigar contratos do governo Lula com organização

Política
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A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso tenta articular uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com deputados e senadores, para investigar a relação do governo com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

O grupo protocolou um requerimento de CPMI e agora trabalha na coleta de assinaturas em apoio à iniciativa. Como mostrou o Estadão, a OEI multiplicou contratos, convênios e taxas neste governo, que ampliou o poder e os espaços da entidade na Esplanada com decretos sob medida do presidente Lula.

Um levantamento da reportagem apontou R$ 710 milhões em contratos. A maioria está sob o guarda-chuva de ministros do PT.

Para o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), há suspeitas de irregularidades na expansão da influência da organização. Ele puxa a articulação de uma comissão de inquérito.

"Os indicadores de significativas irregularidades a envolver a cúpula do Palácio do Planalto - com potencial transgressão a leis e princípios fundamentais - e a personalidade jurídica sui generis da OEI, poderão, ao fim e ao cabo, gerar danos irreparáveis à ordem constitucional, econômica e social do País, conferindo à investigação postulada inegável relevância", disse.

A estratégia política para desgastar o governo foi discutida em reunião da oposição realizada na manhã desta terça-feira, 8, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A OEI é uma entidade privada internacional que promove cooperação entre países ibero-americanos e desempenha ações em áreas de educação, ciência e cultura. Governos contratam a organização para consultorias e serviços. No Brasil, ela se aproximou da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.

Procurada, a organização informou que porcentuais cobrados são equivalentes aos de outros organismos internacionais, e que não visa "auferir lucros ou benefícios próprios". Também pontuou que as contratações da entidade também seguem regras similares às da lei brasileira, disse a organização. Os ministérios afirmam que contratações cumpriram as regras vigentes.

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As forças armadas de Israel atacaram o principal líder do Hamas em Gaza nesta terça-feira, 13, em um ataque aéreo que, se for bem-sucedido, marcará uma importante vitória militar em um momento em que o país está sob pressão para encerrar a guerra.

Uma autoridade israelense disse que o ataque tinha como alvo Mohammed Sinwar, que efetivamente assumiu o comando do Hamas em Gaza depois que Israel matou seu irmão, Yahya Sinwar, em outubro. Israel pode levar dias para determinar se o ataque foi bem-sucedido, afirmou outra autoridade.

Mohammed Sinwar foi responsável pela construção da ala militar do Hamas e era próximo do principal comandante do grupo terrorista designado pelos EUA, Mohammed Deif, que foi morto por Israel no ano passado.

Se Mohammed Sinwar estiver morto, isso significaria que todos líderes mais importantes do Hamas por trás do ataque de 7 de outubro foram eliminados.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve se encontrar com o novo presidente da Síria, Ahmed Al-Sharaa, quando o sírio viajar para Riad, a capital saudita, na quarta-feira, 14, de acordo com uma autoridade da Casa Branca.

Segundo uma autoridade síria, Sharaa espera garantir o fim das sanções americanas à Síria, que estão prejudicando a economia do país. O líder, um islamita anteriormente alinhado ao Estado Islâmico no Iraque e à Al-Qaeda, que ainda é considerado terrorista por Washington, renunciou a seus laços com o radicalismo e prometeu liderar um governo inclusivo.

Sharaa está tentando obter o apoio dos EUA para reconstruir a Síria após mais de uma década de guerra civil e autoridades do governo dizem que ele quer compartilhar com Trump sua visão de uma reconstrução no estilo do Plano Marshall, na qual empresas americanas e ocidentais venceriam a concorrência da China e de outras potências. Ele está entrando em contato com Israel por meio de intermediários e sinalizando disposição para permitir que empresas americanas de petróleo e gás operem no país.

O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica morreu nesta terça-feira, 13, aos 89 anos. A notícia foi confirmada nas redes sociais pelo atual presidente do país, Yamandú Orsi.

"Com profunda dor, comunicamos que faleceu nosso companheiro Pepe Mujica. Presidente, militante, referência e líder. Vamos sentir muito a sua falta, querido Velho. Obrigado por tudo o que nos deu e por seu profundo amor pelo seu povo", escreveu Orsi.

Ontem, em entrevista à imprensa uruguaia, a ex-vice-presidente e esposa de Mujica, Lucía Topolanski, havia revelado que o ex-mandatário estava em "fase terminal" de um câncer no esôfago e recebia cuidados paliativos para o alívio da dor. Segundo ela, a equipe médica fazia o possível para que Mujica se sentisse "da melhor maneira possível".

A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.