'Falou verdades', diz Bolsonaro ao comentar fala de Malafaia sobre 'generais frouxos'

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o pastor Silas Malafaia "falou verdades" sobre o Alto Comando do Exército Brasileiro durante o ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, 6. Na ocasião, o líder evangélico afirmou que os generais seriam "uma cambada de frouxos".

Em entrevista à Revista Oeste nesta segunda-feira, 7, Bolsonaro chamou a situação relatada pelo pastor em um "desabafo" de "revoltante".

"Não vou repetir aqui porque sou capitão do Exército, né? Fiquei muito triste não com o Malafaia, mas com as verdades que ele falou. Realmente é revoltante a gente ouvir isso daí. Ele fala: 'Ninguém quer dar um golpe nenhum, não, mas o que está acontecendo é isso' e se dirigiu aí a algumas autoridades fardadas", disse Bolsonaro.

No domingo, Malafaia se dirigiu aos generais "de quatro estrelas", do Alto Comando da força. "Cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem. Não é para dar golpe, não, é para marcar posição", discursou no ato pela anistia dos envolvidos no 8 de janeiro.

Ex-vice-presidente da República durante o governo Bolsonaro, o senador e general da reserva Hamilton Mourão (Republicanos-RS) reagiu à declaração do pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Na segunda-feira, 7, o senador, que é um general de quatro estrelas, chamou Malafaia de "falastrão".

"Ao se aproveitar de um ato em defesa da necessária anistia aos envolvidos no 08/Jan para ofender os integrantes do Alto Comando do Exército, o falastrão que assim o fez demonstrou toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria; a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias", escreveu no X (antigo Twitter).

Na entrevista à revista, o ex-presidente se referiu ao ato na Avenida Paulista como "bastante concorrido", devido à presença de governadores de diversos Estados.

Estiveram no carro de som: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Mauro Mendes (União), de Mato Grosso; Wilson Lima (União), do Amazonas, e Marcos Rocha (União), de Rondônia, que, esclareceu Bolsonaro, "chegou atrasado e não apareceu na foto".

Os quatro primeiros são apontados como nomes viáveis para as eleições de 2026. Sobre o assunto, Bolsonaro afirmou que ninguém será obrigado a apoiar "um ou outro candidato". "Se cada partido tiver um candidato, sem problema. No segundo turno a gente vê com quem se alia", disse.

O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, mas pretende registrar sua candidatura no próximo ano. Ele também é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar organização criminosa que planejou golpe de Estado após perder as eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O governo Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de José 'Pepe' Mujica, ex-presidente do Uruguai e ídolo da esquerda latino-americana, nesta terça-feira, 13.

"Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época", afirma o Itamaraty em nota, estacando o seu "compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária"

Mujica morreu aos 89 anos, após ter sido diagnosticado com um câncer de esôfago, que havia se espalhado. Com a idade avançada, ele não pode se submeter a tratamentos mais invasivos e se mostrou resignado com a morte em entrevista no começo do ano.

O Itamaraty relembrou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve com Pepe Mujica em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, no fim do ano passado. Na ocasião, Lula presenteou o líder uruguaio com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração a cidadãos estrangeiros.

O ministério das Relações Exteriores afirma ainda que o legado de Mujica continuará "guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações".

Por fim, o governo brasileiro se solidarizou com os familiares de Pepe Mujica e com os uruguaios.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-Presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto "Pepe" Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu.

Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas.

Em 5 de dezembro do ano passado, durante visita a Montevidéu, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou "Pepe" Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros. Na ocasião, o Presidente da República referiu-se ao ex-Presidente Mujica como "a pessoa mais extraordinária" entre os presidentes com quem conviveu.

O legado de "Pepe" Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações.

Neste momento de dor, o Governo brasileiro estende à viúva Lucía Topolansky e aos familiares do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo uruguaios, seus mais sentidos pêsames e expressões de solidariedade.

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, apresentou seu novo gabinete nesta terça-feira, 13, semanas após sua vitória eleitoral, apostando em novatos e autoridades-chave nas relações com os Estados Unidos para reconstruir uma economia fragilizada pela política tarifária do presidente Donald Trump.

Carney decidiu manter François-Philippe Champagne como ministro das Finanças. Champagne enfrenta duas grandes tarefas imediatas: receber seus colegas do G7 na próxima semana em Banff, Alberta, para um encontro de três dias que deverá ser dominado por questões comerciais; e apresentar um plano orçamentário, provavelmente no próximo mês, delineando cortes de impostos e investimentos, conforme prometido durante a campanha eleitoral.

A maioria dos 28 integrantes do gabinete são recém-eleitos ou estão assumindo um cargo ministerial pela primeira vez. A mudança reflete a tentativa de Carney de distanciar sua administração da anterior, liderada por Justin Trudeau. Ex-presidente do Banco do Canadá, Carney venceu a eleição em 28 de abril defendendo que sua experiência econômica e capacidade de formulação política são o que o país precisa para enfrentar o atual período de turbulência econômica.

"Este novo gabinete foi construído para entregar as mudanças que os canadenses desejam e merecem," disse o primeiro-ministro.

Antes de assumir a liderança do Partido Liberal, Carney criticou o governo Trudeau por não dar a devida atenção à economia, reconhecendo que o país já estava em uma situação frágil antes mesmo de Trump impor tarifas de até 25% sobre importações canadenses estratégicas, como de automóveis, aço e alumínio.

O comércio com os EUA representava cerca de um quinto do crescimento econômico do Canadá, e Carney alertou que a relação econômica de décadas com o país vizinho - marcada por uma rede de suprimentos altamente integrada - chegou ao fim. Ele tem falado sobre explorar novos laços econômicos e de defesa com a Europa e a Ásia.

"Será que o leste do Canadá poderá se reorientar para o comércio com a Europa e o oeste para o comércio com a Ásia? Não é impossível, mas será caro," disse o economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel, em podcast produzido pelo CIBC Capital Markets.

Entre as mudanças notáveis no gabinete do primeiro-ministro está a nomeação de Anita Anand como ministra das Relações Exteriores. Mélanie Joly, que ocupava esse cargo e fazia parte do círculo próximo de Carney nas negociações com a Casa Branca de Trump, assumiu o Ministério da Indústria, enquanto Dominic LeBlanc manteve a responsabilidade pelo comércio entre os EUA e o Canadá.

David McGuinty será o novo ministro da Defesa do Canadá.

A bancada do PT na Câmara dos Deputados lamentou nesta terça-feira, 13, o falecimento do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica, afirmando que "o mundo perde um líder excepcional, exemplo de integridade e humanidade". Segundo a bancada, Mujica deixa uma "marca indelével", tanto pela passagem pelo governo do Uruguai, como pelo "compromisso com os direitos humanos e os mais desfavorecidos".

Em nota assinada pelo líder da bancada na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), os deputados dizem que o legado de Mujica "se tornou um símbolo global de humildade, solidariedade e coerência política, com seu estilo de vida simples e sua retórica anticonsumista".

"Mujica nos mostrou que é possível lutar por um mundo mais justo, com simplicidade, coerência, tendo sempre em vista as pessoas e a justiça social acima dos interesses individuais", registrou a nota do PT.

A bancada lembrou do discurso do presidente na Organização das Nações Unidas, em 2012. Na ocasião, Mujica "criticou o consumismo desenfreado". "Foi antológico", registraram os parlamentares.

"Como ele disse, 'os homens passam, as causas permanecem'. E as causas de Mujica permanecerão como guia a quem luta pela construção de um mundo mais justo, igualitário, inclusivo e sustentável", completaram.