Presidente do Novo afirma que Zema será candidato ao Planalto em cenário sem Bolsonaro

Política
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O presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, disse que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, será candidato à Presidência nas eleições de 2026 em um cenário em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não consiga reverter a inelegibilidade. Viabilizar a pré-candidatura de Zema está entre as prioridades da sigla.

A declaração foi dada em entrevista ao Poder 360 que teve trecho divulgado nesta terça-feira, 8. Ribeiro afirmou que ter Zema em uma chapa da direita em 2026 ajudaria a definir o voto em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País. Em 2022, ele foi reeleito no primeiro turno.

O presidente do Novo considera que o pleito de 2026 terá um cenário "difícil". "Eu tenho defendido, dentro do partido e fora do partido, que para vencer o PT, acredito que vai ser uma eleição difícil, apesar da baixa aprovação do Lula nesse momento. Se eventualmente o Bolsonaro conseguir recuperar os seus direitos políticos, eu defendo uma frente ampla com o nome dele", afirmou, acrescentando que o atual governo é "moribundo, que as pessoas estão esperando acabar".

Romeu Zema tem se posicionado no ataque ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao contrário do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, que adota um tom cordial ao encontrar Lula, Zema e o presidente já trocaram farpas em mais de uma ocasião, sobre decisões econômicas do governo federal e o pagamento da dívida do estado de Minas Gerais com a União.

Na segunda-feira, 7, Zema anunciou que o estado pagou mais uma parcela da dívida, avaliada em mais de R$ 170 bilhões. "Já tá na conta da União: R$ 396,65 milhões de mais uma parcela da dívida de quase 30 anos que nós mineiros temos que pagar", disse.

O Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que já foi criticado por Zema, busca renegociar mais de R$ 760 bilhões em dívidas das unidades federativas com a União, com pagamento em até 30 anos. Aproximadamente 90% do valor corresponde aos débitos de quatro Estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Também na segunda-feira, Lula esteve em Montes Claros (MG) para a inauguração da nova fábrica da empresa Novo Nordisk. O governador não compareceu à agenda.

Nas últimas semanas, Zema, que usa as redes sociais para falar sobre temas como o preço dos alimentos e criminalidade, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelas penas dos condenados pelo ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

No domingo, 6, ele foi um dos governadores que esteve ao lado de Bolsonaro no ato em defesa da anistia a essas pessoas. Ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Ronaldo Caiado (União) de Goiás; e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, também considerados presidenciáveis, ele posou para fotos com o ex-presidente. Também estavam presentes Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Mauro Mendes (União), de Mato Grosso, e Wilson Lima (União), do Amazonas.

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O Brasil e a China assinaram nesta terça-feira, 13, uma declaração conjunta especial de apoio ao processo de negociação de paz entre Rússia e Ucrânia, previsto para começar na quinta-feira, 15, na Turquia, mas sem sequer tocar em um ponto essencial para os ucranianos: a extensão por 30 dias de um cessar-fogo.

No comunicado, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping defenderam que as conversas diretas "comecem o quanto antes", mas não falam em garantias para o fim da agressão russa aos ucranianos, nem aos ataques de Kiev em territórios russos próximo da fronteira com a Ucrânia.

"Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito", afirma o documento.

No documento, os líderes de Brasil e China dizem que as negociações devem contemplar as preocupações legítimas de todas as partes. "Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final", diz o comunicado.

A reportagem apurou que a nova declaração foi emitida depois que interlocutores de Volodmir Zelenski e Vladimir Putin pediram apoio político ao processo.

Depois de resistir a um cessar-fogo de 30 dias intermediado pelos Estados Unidos, e aceito por Zelenski, Putin anunciou no sábado, dia 10, disposição de iniciar conversas diretas na Turquia, mas "sem pré-condições", ou seja, sem garantir o fim do avanço russo sobre território ucraniano, ou estabelecer uma pausa nos ataques de Kiev.

Trégua

Como o Estadão revelou, Zelenski havia pedido a Lula e Xi para intercederem junto a Putin por uma trégua nos ataques, o que o brasileiro fez. O presidente brasileiro e o líder chinês são vistos por ucranianos e seus parceiros ocidentais como interlocutores privilegiados junto ao Kremlin.

Em maio de 2024, os dois países haviam proposto em conjunto um plano com seis princípios que seria "a base" para um início de conversas. Putin e o governo russo defenderam a proposta, mas Zelenski e os ucranianos rejeitaram a ideia por ser muito favorável a Moscou. "Este tipo de proposta ignora o sofrimento da Ucrânia, ignora a realidade e dá a Vladimir Putin o espaço político para continuar com a guerra", disse Zelenski em referência à proposta na Assembleia Geral da ONU, no ano passado.

Xi voltou a dizer que cerca de 110 países endossaram a proposta sino-brasileira, elaborada pelos conselheiros presidenciais Celso Amorim e Wang Yi. No entanto, somente 13 assinaram uma declaração a respeito dela no ano passado.

Leia abaixo a Declaração conjunta Brasil-China sobre a crise na Ucrânia:

1 - O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo Presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodmir Zelenski no mesmo sentido.

2 - Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito.

3 - O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.

4 - Comprometidos com esse objetivo, em maio de 2024 o Brasil e a China conclamaram todas as partes a criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro, lançaram nas Nações Unidas o Grupo de Amigos da Paz, que congrega países do Sul Global.

5 - O Brasil e a China seguem à disposição, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para pôr fim ao conflito.

A Suprema Corte da Argentina encontrou documentação associada ao regime nazista entre seus arquivos, incluindo material de propaganda que foi usado para difundir a ideologia de Adolf Hitler no país sul-americano, disse uma autoridade judicial do tribunal à Associated Press no domingo, 11.

Funcionários do tribunal encontraram o material ao trabalharem na criação de um museu com documentos históricos da Suprema Corte, disse a autoridade judicial, que pediu anonimato devido a políticas internas.

Entre os documentos, foram encontrados cartões postais, fotografias e material de propaganda do regime alemão. Parte do material "tinha a intenção de consolidar e propagar a ideologia de Adolf Hitler na Argentina, em meio à Segunda Guerra Mundial", disse o funcionário.

Acredita-se que as caixas estejam relacionadas à chegada de 83 pacotes a Buenos Aires em 20 de junho de 1941, enviados pela Embaixada da Alemanha em Tóquio a bordo do navio a vapor japonês Nan-a-Maru.

Na época, a missão diplomática alemã na Argentina havia solicitado a liberação do material, alegando que as caixas continham pertences pessoais, mas a Divisão de Alfândega e Portos o reteve.

O presidente da Suprema Corte, Horacio Rosatti, ordenou a preservação do material e uma análise minuciosa.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, desembarcou na manhã desta terça-feira, 13, na Arábia Saudita, sua primeira parada em uma passagem de quatro dias pelo Golfo, a primeira grande viagem ao exterior de seu segundo mandato.

Trump foi recebido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que governa de fato o país. O presidente pretende usar a viagem para pressionar os países ricos do Golfo a injetar bilhões em novos investimentos nos Estados Unidos.

Trump revelou a assessores que pretende chegar a acordos de U$ 1 trilhão.

O príncipe Mohammed já prometeu investir US$ 600 bilhões nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, um valor que, segundo economistas, é altamente improvável de se concretizar, já que a Arábia Saudita enfrenta uma crise de liquidez. Os Emirados prometeram US$ 1,4 trilhão em investimentos nos EUA ao longo de 10 anos.

Além das questões comerciais, Trump se vê enfrentando uma série de crises geopolíticas que devem ser tratadas durante a viagem.

A portas fechadas, o príncipe herdeiro, o emir do Catar, Sheik Tamim al-Thani, e o presidente dos Emirados, Mohammed bin Zayed, tentarão entender como Trump pretende prosseguir na resolução da guerra em Gaza, lidar com o rápido progresso do programa nuclear do Irã e abordar as tensões entre a Índia e o Paquistão.

Trump também deve discursar na tarde de terça-feira em um fórum de investimentos organizado pelo governo saudita. O czar das criptomoedas da Casa Branca, David Sacks, e outros líderes empresariais americanos, incluindo os presidentes-executivos da IBM, BlackRock, Citigroup, Palantir e Qualcomm, uma empresa de semicondutores, devem comparecer. (com agências internacionais).