Deputado contesta lista do PL com assinaturas para urgência de anistia e manda retirar seu nome

Política
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Após o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciar nesta quinta-feira, 10, que conseguiu reunir as assinaturas necessárias para levar o projeto ao plenário, o deputado Paulo Foletto (PSB-ES) contestou a lista e retirou seu nome. Segundo a assessoria do parlamentar, "houve um equívoco da equipe legislativa" e o deputado mantém a posição de ser contrário à proposta.

O Placar da Anistia do Estadão - levantamento exclusivo para identificar como cada um dos deputados se posiciona sobre o tema - mostra que parte dos deputados que assinaram o requerimento de urgência para o projeto de lei que anistia envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro não garantiram apoio à proposta e são até mesmo contrários a ela.

Ao todo, 258 deputados haviam assinado o requerimento até a manhã desta sexta-feira, 11. Considerando o erro da equipe de Paulo Foletto, a petição possui agora o número exato de assinaturas necessárias. O regime de urgência permite que a proposta seja votada diretamente, sem passar pelas comissões permanentes. Para que seja aprovado, é necessário um total de 257 assinaturas na petição.

Apesar do apoio, outros 35 parlamentares que também aderiram ao requerimento preferiram não se manifestar sobre o projeto no Placar da Anistia do Estadão, enquanto 31 não deram retorno.

O deputado Mersinho Lucena (PP-PB) também consta entre os parlamentares que assinaram o pedido de urgência. O parlamentar era contra o projeto da anistia, mas informou que mudou de ideia após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux pedir vista sobre o caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar "perdeu, mané" na estátua em frente à Corte.

O magistrado classificou como "exarcerbada" a pena sugerida, sinalizando, para o deputado, a possibilidade de discussões e conciliações sobre o tema. Apesar de assinar o requerimento de urgência, o deputado não se disse a favor do projeto.

"Assinei o requerimento de urgência do PL da anistia para que possamos iniciar o debate sobre o mérito da proposta. Existe uma maioria na Câmara que defende a discussão desse projeto. Quero deixar claro o meu posicionamento: aqueles que vandalizaram o patrimônio público, atentaram contra a democracia ou financiaram movimentos golpistas devem ser punidos de forma exemplar. No entanto, casos menos graves, de cidadãos que apenas participaram das manifestações devem ter penas compatíveis com seus atos", afirmou o parlamentar.

O PL lidera o número de apoios ao requerimento de urgência, com 89 assinaturas. No entanto, entre os deputados da legenda, seis se recusaram a responder ao placar e outros seis não retornaram. O União Brasil aparece na sequência com 39 assinaturas, dos quais 10 são parlamentares que não quiseram se posicionar e cinco não responderam.

O PP tem o terceiro maior número de apoios. Entre eles, 12 preferiram não se manifestar quando questionados se são a favor da anistia.

A assinatura do requerimento de urgência não significa necessariamente apoio ao projeto. Segundo o Placar da Anistia do Estadão, 201 deputados federais se dizem favoráveis à concessão de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, enquanto 127 são contrários e 105 preferiram não responder.

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O Conselho de Melhoria de Licenciamento Federal dos EUA anunciou nesta sexta, 18, que irá acelerar o licenciamento de 10 projetos de mineração nos EUA - em resposta à uma ordem executiva do presidente Donald Trump de medidas para aumentar a produção mineral no país.

"Esse é o primeiro uso da autoridade de transparência do Conselho de Licenciamento, e esperamos mostrar os muitos benefícios que ele pode trazer para projetos de infraestrutura essenciais como parte da ordem do presidente Trump", disse Manisha Patel, diretora executiva em exercício do Conselho de Licenciamento.

A mudança impulsiona propostas como a mina de antimônio e ouro em Idaho da Perpetua Resources, uma mina de cobre no Arizona da Rio Tinto e uma de cobre e prata em Montana da Hecla Mining.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira, 17, um instrumento liberando a pesca comercial no Monumento Nacional Marinho das Ilhas Remotas do Pacífico (PRIMNM, na sigla em inglês), onde até então era proibida.

O próprio instrumento menciona que o PRIMNM "foi estabelecido para proteger e preservar as terras e o ambiente marinho ao redor das Ilhas Wake, Baker, Howland e Jarvis; os Atóis Johnston e Palmyra; o Recife Kingman; e os objetos históricos e científicos neles contidos", incluindo peixes, aves, mamíferos marinhos, corais e a biodiversidade geral dos ecossistemas locais.

"Como parte da gestão do PRIMNM, a pesca comercial está atualmente proibida dentro de seus limites", menciona a resolução assinada por Trump na quinta-feira, 17. "Considero que uma pesca comercial devidamente gerida não colocaria em risco os objetos de interesse científico e histórico que o PRIMNM protege", completou.

No documento, o presidente norte-americano afirma que proibições à pesca comercial fizeram as frotas pesqueiras de seu país perderem acesso a quase metade da Zona Econômica Exclusiva dos Estados Unidos nas Ilhas do Pacífico.

"Isso levou os pescadores americanos a pescarem em águas internacionais mais distantes da costa para competirem com frotas estrangeiras pouco reguladas e altamente subsidiadas. Isso impõe desvantagens aos pescadores comerciais honestos dos Estados Unidos e prejudica territórios americanos como a Samoa Americana, cuja economia do setor privado depende em mais de 80% da indústria pesqueira", justificou Trump, na resolução.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o país está pronto para mediar e auxiliar nas negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos. "Estamos prontos para ajudar, mediar e desempenhar qualquer papel que, do ponto de vista do Irã, seja útil e aceitável para os Estados Unidos", disse Lavrov, durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, 18, ao lado do ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi.

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Araghchi elogiou o papel da Rússia no acordo nuclear de 2015 do Irã com potências mundiais, que culminou no levantamento das sanções em troca da imposição de limites por Teerã às suas atividades nucleares. "Estamos esperançosos e esperamos que a Rússia continue apoiando qualquer novo acordo", disse.

O acordo nuclear de 2015 fracassou com a saída unilateral do presidente americano Donald Trump, enquanto o Irã abandonou todos os limites ao seu programa nuclear e enriqueceu urânio com até 60% de pureza - próximo aos níveis de 90% para armas nucleares.

Segundo a agência de notícias russa Interfax, Lavrov contou ter discutido detalhadamente com Araghchi o Plano de Ação Conjunta Abrangente sobre o programa nuclear iraniano. "Partimos do fato de que a única opção para um acordo, como o ministro (iraniano) acabou de dizer, é um acordo exclusivamente sobre questões nucleares", destacou Lavrov.

O ministro russo também disse que Araghchi se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, na quinta-feira, em conversas que "enfatizaram a dinâmica sem precedentes do diálogo político" entre Moscou e Teerã. Ele não deu detalhes, apenas disse que Putin estava "muito satisfeito" com as negociações.

Já em Paris, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, expressou esperança de que as negociações com o Irã sejam "frutíferas e que possam levar a algo". "Todos nós preferimos uma resolução pacífica e duradoura", afirmou.