Estado de exceção, de defesa ou de sítio fora das hipóteses constitucionais é golpe, diz Moraes

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, disse que um decreto de Estado de exceção, Estado de defesa ou Estado de sítio "fora das hipóteses constitucionais só têm um nome: golpe de Estado". Moraes mencionou documento de planejamento do que se chamou "Operação 142" na sede do Partido Liberal (PL), na mesa de um assessor do ex-ministro Walter Braga Netto.

"Não há nenhuma dúvida, o próprio réu (Jair Bolsonaro) disse que conversou sobre considerandos, da ocorrência de reuniões do réu Jair Bolsonaro com comandantes das Forças Armadas, entre outras pessoas, para discutir a quebra da normalidade constitucional. Esse é um fato incontroverso", disse o ministro.

E declarou: "Não existe previsão constitucional para decretação de Estado de sítio, Estado de defesa ou GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no caso de derrota eleitoral. Não existe. Chame-se como quiser, aqui era uma minuta de golpe de Estado. Você perde as eleições, em que desde meados de junho de 2021 há atos executórios de quebra do Estado democrático de direito e de perpetuação no poder por golpe de Estado, e a partir disso tenta trazer as Forças Armadas para uma intervenção militar? Por quê? Porque perdi as eleições, porque foram fraudadas."

Moraes rejeitou o argumento de decretação de um Estado de sítio por causa de uma "confusão no País", uma vez que era o próprio Bolsonaro "quem estava coordenando a confusão no País" e atuando nas discussões golpistas.

A defesa do ex-presidente argumenta que a decretação do Estado de defesa ou Estado de sítio estão previstas na Constituição. O próprio Bolsonaro já reconheceu publicamente a discussão sobre essa possibilidade, mas negou ter levado adiante, uma vez que o Conselho da República, que conta com participação de diversos atores políticos dos Poderes da República, não foi convocado.

"Quem pretende dar um golpe, dá um golpe, como se pretendeu aqui, não conversando com Legislativo, com conselheiros da República, mas conversando e pedindo lealdade dos comandantes das Forças Armadas", argumentou Moraes.

O ministro reforçou que o ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior "salientou que isso (prisão de autoridades) foi discutido" pela cúpula do então governo.

"Em relação a essa previsão de prisões, não há previsão constitucional de estado de sítio e de defesa que decrete prisões arbitrárias de ministros do STF", disse Moraes.

Em outra categoria

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que, nas circunstâncias atuais, mesmo que os frutos do mar japoneses sejam exportados para a China, não haverá mercado para eles, segundo a mídia estatal Xinhua News. A porta-voz fez essas declarações em uma coletiva de imprensa regular nesta quarta-feira, ao responder a uma pergunta relacionada à suspensão da importação de frutos do mar japoneses.

Mao observou que o Japão já havia se comprometido a cumprir suas responsabilidades regulatórias em relação às exportações de frutos do mar para a China com o intuiro de garantir sua qualidade e segurança, o que é um pré-requisito para que os frutos do mar japoneses sejam exportados para a China.

"No entanto, o Japão ainda não forneceu os materiais técnicos prometidos", disse Mao, segundo a Xinhua News. Ela prosseguiu dizendo que, recentemente, as declarações retrógradas e errôneas da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre questões importantes, como a questão de Taiwan, também provocaram uma enorme reação negativa do público chinês.

A decisão da China escala as tensões com o Japão desde que a nova premiê japonesa fez comentários sobre Taiwan. A primeira-ministra japonesa classificou um eventual ataque chinês a Taiwan como uma "situação de crise existencial" para o Japão, o que poderia justificar o uso de força. Na sequência, Pequim fez recomendações para que os chineses evitem viagens para o Japão, o que pesou nas ações de empresas de varejo e turismo na Bolsa de Tóquio.

A justiça argentina determinou, nesta terça-feira, 18, a apreensão de mais de 100 propriedades, contas bancárias, empresas e fazendas ligadas à ex-presidente Cristina Kirchner e a outras oito pessoas condenadas por corrupção em projetos de obras públicas durante o mandato da líder peronista. A estimativa é que o montante desviado chegue a US$ 500 milhões. Os bens já haviam sido congelados após as condenações dos envolvidos.

Kirchner está em prisão domiciliar em Buenos Aires, pena que começou a cumprir em junho deste ano após o trânsito em julgado da sentença de seis anos, à qual foi condenada por administração fraudulenta no final de 2022. Ela também foi permanentemente proibida de ocupar cargos públicos.

O caso de corrupção que levou à prisão da também ex-vice-presidente envolve irregularidades detectadas em 51 licitações, de acordo com a Justiça. Foram identificados desvios para a construção de rodovias e estradas nacionais na província de Santa Cruz entre 2003 e 2015, período que compreende a presidência de Néstor Kirchner, seu falecido marido, e o que Cristina foi presidente.

Segundo o tribunal, ocorreu um "esquema fraudulento extraordinário" que prejudicou os interesses da administração pública. O desfalque foi estimado em cerca de 85 bilhões de pesos (cerca de US$ 70 milhões na época), valor posteriormente atualizado por especialistas do Supremo Tribunal de Justiça do país.

Entre os outros réus afetados pela decisão estão Lázaro Báez, empresário próximo aos Kirchner que se beneficiou de contratos de obras públicas, um ex-secretário do departamento e ex-funcionários da autoridade rodoviária.

O tribunal que os considerou Kirchner e os outros oito culpados deixou a critério dos réus determinar a porcentagem dos bens que cada um receberia pela confiscação. Mas nenhum deles acatou a medida e entraram com recursos que foram rejeitados por instâncias superiores.

A ex-presidente, que afirma ser vítima de perseguição judicial orquestrada por setores conservadores para afastá-la da cena política, não comentou a nova decisão. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, finalizaram uma série de acordos para aprofundar a parceria estratégica entre os países, segundo comunicado da Casa Branca desta terça-feira, 18.

Mohammed bin Salman prometeu que a Arábia Saudita aumentará seus compromissos de investimento nos EUA para quase US$ 1 trilhão. No âmbito de defesa, Trump aprovou um grande pacote de futuras entregas de jatos F-35 e garantiu que a Arábia Saudita comprará quase 300 tanques americanos, disse a Casa Branca.

"As principais conquistas incluem ainda o Acordo de Cooperação Nuclear Civil, avanços na cooperação em minerais críticos e um Memorando de Entendimento sobre Inteligência Artificial - todos os quais destacam o compromisso dos Estados Unidos em garantir acordos que beneficiem diretamente o povo americano", acrescentou o governo.