Nobel de Economia, Paul Romer diz a brasileiros que não aceitem interferências de big techs

Política
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O economista Paul Michael Romer, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2018, aconselhou os brasileiros a não aceitarem interferências das big techs americanas nas suas vidas e nos sistemas político e judiciário brasileiros.

"Eu tenho dois conselhos para os brasileiros. O primeiro é para que saibam que o setor público existe para trabalhar para os cidadãos. Agora, o segundo conselho que eu daria para o povo do Brasil é para não deixar que os monopólios tecnológicos, os gigantes da tecnologia dos Estados Unidos, tirem vantagem do País e destruam seus sistemas políticos. Ou seja, não transformem os brasileiros em servos sob a frágil supervisão dessas empresas", disse o Nobel de Economia.

De acordo com ele, se fosse nos EUA, proibiria o modelo de publicidade das gigantes americanas de tecnologia. "Se fosse no meu país, eu proibiria o modelo de publicidade ou, melhor ainda, taxaria até que ela deixasse de existir".

"Esse não é o usual modelo de publicidade. Isso é publicidade direcionada e baseada em vigilância e conhecimento, conhecimento detalhado de manipulação, e manipulação da informação em nome de pessoas que fazem pagamentos de terceiros. Isso não é um mercado competitivo. Isso não é um sistema que tem algum valor", disse o economista.

"Eu acho que nós deveríamos simplesmente taxar até que deixasse de existir. Vocês realmente deveriam descobrir quanto os brasileiros de fato enviam para os gigantes da publicidade digital, Facebook, Meta, Google, e cada vez mais a Microsoft e a Amazon. É um punhado de firmas. Eu acho que vocês ficariam espantados com quanto dinheiro vocês enviam para essas firmas", apontou Romer.

Ainda de acordo com o economista, é importante que os brasileiros tenham em mente que "se vocês estão cientes dos problemas, é essencialmente em uma equação de custo-benefício". "Porque renda é diferente de receita e custo. E você não pode dizer onde a renda acontece. É uma equação de receita-custo-benefício em diferentes locais. Então, a renda se move para encontrar a menor restrição tributária. E isso é muito difícil de fazer. Mas você não precisa taxar a renda. Mas tem que taxar a receita destas firmas por estarem exibindo anúncios no Brasil", concluiu.

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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que, nas circunstâncias atuais, mesmo que os frutos do mar japoneses sejam exportados para a China, não haverá mercado para eles, segundo a mídia estatal Xinhua News. A porta-voz fez essas declarações em uma coletiva de imprensa regular nesta quarta-feira, ao responder a uma pergunta relacionada à suspensão da importação de frutos do mar japoneses.

Mao observou que o Japão já havia se comprometido a cumprir suas responsabilidades regulatórias em relação às exportações de frutos do mar para a China com o intuiro de garantir sua qualidade e segurança, o que é um pré-requisito para que os frutos do mar japoneses sejam exportados para a China.

"No entanto, o Japão ainda não forneceu os materiais técnicos prometidos", disse Mao, segundo a Xinhua News. Ela prosseguiu dizendo que, recentemente, as declarações retrógradas e errôneas da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre questões importantes, como a questão de Taiwan, também provocaram uma enorme reação negativa do público chinês.

A decisão da China escala as tensões com o Japão desde que a nova premiê japonesa fez comentários sobre Taiwan. A primeira-ministra japonesa classificou um eventual ataque chinês a Taiwan como uma "situação de crise existencial" para o Japão, o que poderia justificar o uso de força. Na sequência, Pequim fez recomendações para que os chineses evitem viagens para o Japão, o que pesou nas ações de empresas de varejo e turismo na Bolsa de Tóquio.

A justiça argentina determinou, nesta terça-feira, 18, a apreensão de mais de 100 propriedades, contas bancárias, empresas e fazendas ligadas à ex-presidente Cristina Kirchner e a outras oito pessoas condenadas por corrupção em projetos de obras públicas durante o mandato da líder peronista. A estimativa é que o montante desviado chegue a US$ 500 milhões. Os bens já haviam sido congelados após as condenações dos envolvidos.

Kirchner está em prisão domiciliar em Buenos Aires, pena que começou a cumprir em junho deste ano após o trânsito em julgado da sentença de seis anos, à qual foi condenada por administração fraudulenta no final de 2022. Ela também foi permanentemente proibida de ocupar cargos públicos.

O caso de corrupção que levou à prisão da também ex-vice-presidente envolve irregularidades detectadas em 51 licitações, de acordo com a Justiça. Foram identificados desvios para a construção de rodovias e estradas nacionais na província de Santa Cruz entre 2003 e 2015, período que compreende a presidência de Néstor Kirchner, seu falecido marido, e o que Cristina foi presidente.

Segundo o tribunal, ocorreu um "esquema fraudulento extraordinário" que prejudicou os interesses da administração pública. O desfalque foi estimado em cerca de 85 bilhões de pesos (cerca de US$ 70 milhões na época), valor posteriormente atualizado por especialistas do Supremo Tribunal de Justiça do país.

Entre os outros réus afetados pela decisão estão Lázaro Báez, empresário próximo aos Kirchner que se beneficiou de contratos de obras públicas, um ex-secretário do departamento e ex-funcionários da autoridade rodoviária.

O tribunal que os considerou Kirchner e os outros oito culpados deixou a critério dos réus determinar a porcentagem dos bens que cada um receberia pela confiscação. Mas nenhum deles acatou a medida e entraram com recursos que foram rejeitados por instâncias superiores.

A ex-presidente, que afirma ser vítima de perseguição judicial orquestrada por setores conservadores para afastá-la da cena política, não comentou a nova decisão. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, finalizaram uma série de acordos para aprofundar a parceria estratégica entre os países, segundo comunicado da Casa Branca desta terça-feira, 18.

Mohammed bin Salman prometeu que a Arábia Saudita aumentará seus compromissos de investimento nos EUA para quase US$ 1 trilhão. No âmbito de defesa, Trump aprovou um grande pacote de futuras entregas de jatos F-35 e garantiu que a Arábia Saudita comprará quase 300 tanques americanos, disse a Casa Branca.

"As principais conquistas incluem ainda o Acordo de Cooperação Nuclear Civil, avanços na cooperação em minerais críticos e um Memorando de Entendimento sobre Inteligência Artificial - todos os quais destacam o compromisso dos Estados Unidos em garantir acordos que beneficiem diretamente o povo americano", acrescentou o governo.