Ivo Herzog critica anistia a presos do 8 de janeiro

Política
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Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog e filho mais velho do jornalista assassinado pela ditadura em 1975, criticou propostas de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Em participação no programa Roda Viva na segunda-feira, 20, ele avaliou que uma pacificação do País "passa por um processo de justiça".

"A gente tem que pacificar, mas a pacificação passa por um processo de justiça. O País tem que ter justiça", afirmou. "A anistia significa perdão, né? Sempre entendendo que a gente perdoa quem admite que fez alguma coisa errada. É complicado você falar em perdão de quem nem admite que fez coisa errada", disse sobre os envolvidos nos atos golpistas.

A proposta de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro tramita na Câmara dos Deputados sob regime de urgência e foi designada ao relator Paulinho da Força (Solidariedade). O deputado defende uma redução das penas e apelidou o projeto de "PL da Dosimetria". Ele ainda não apresentou seu parecer.

Segundo Ivo, a possibilidade de anistia estimula novos atentados à democracia: "Desde que se tornou uma República o Brasil já teve mais de uma dezena de tentativas de golpe ou golpes. O que essas ações têm em comum é a participação dos militares e o perdão, ou seja, esse perdão é um passaporte para eles continuarem tentarem tentando fazer rupturas".

Ele lembrou a tramitação da ADPF 320, ação que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revisão da Lei de Anistia de 1979 e está sob relatoria do ministro Dias Toffoli há mais de oito anos. Para Herzog, a demora no julgamento "é uma continuidade dessa cultura de impunidade". "Continua convidando aqueles que imaginam alguma maluquice de rompimento ou algum assalto contra o Estado que a gente tem hoje", disse.

A revisão, proposta pelo PSOL, pede que a Lei da Anistia não se aplique a crimes de graves violações de direitos humanos cometidos por agentes públicos civis ou militares. Também defende que não seja aplicada aos autores de crimes continuados ou permanentes, como o desaparecimento.

Questionado sobre se acredita que a democracia brasileira é frágil ou robusta, ele afirmou que a trama golpista mudou sua opinião sobre o tema. "Eu acreditava uma coisa até dois, três anos atrás, mas a gente viu como no 8 de janeiro a gente chegou muito próximo de uma ruptura", opinou.

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Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, concluiu nesta segunda-feira, 20, o tratamento de radioterapia contra um câncer de próstata. O democrata, de 82 anos, que desistiu de sua candidatura à reeleição em 2024 por motivos de saúde, revelou em maio ter sido diagnosticado com uma forma considerada "agressiva" da doença.

Ashley Biden, filha do ex-presidente, divulgou em seu perfil no Instagram uma foto do pai tocando um sino, gesto tradicional entre pacientes que finalizam o tratamento oncológico. "Papai tem sido muito corajoso durante todo o tratamento. Grata. Obrigado aos incríveis médicos, enfermeiros e equipe da Penn Medicine. Somos muito gratos!", escreveu.

De acordo com informações médicas, o câncer de Biden foi classificado como grau 9 na escala de Gleason, com metástases ósseas. O tratamento foi realizado na Clínica de Rádio-Oncologia da Universidade da Pensilvânia. Em comunicado anterior, a equipe médica explicou que, apesar de agressiva, a doença "parece ser sensível a hormônios, o que permite um tratamento eficaz".

Em setembro, Biden também passou por uma cirurgia de Mohs para retirar lesões de câncer de pele na testa. Há dois anos, ainda durante o mandato, ele já havia removido um carcinoma basocelular, um tipo comum de câncer de pele, do peito.

No próximo domingo, 26, Biden participará de um evento no Instituto Edward M. Kennedy, em Boston, onde será homenageado com o Prêmio de Realização Vitalícia, que celebra a trajetória do ex-presidente no serviço público e sua liderança política ao longo de mais de cinco décadas. A cerimônia também marca o 10º aniversário do instituto.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que somente se encontrará com líderes democratas do Congresso se as atividades do governo federal forem retomadas. "O governo precisa reabrir para esse encontro acontecer. Eles não estão negociando sobre o orçamento, estão tentando recuperar as coisas que perderam na negociação anterior", disse, em comentários a repórteres no Salão Oval da Casa Branca nesta terça-feira, 21.

Mais cedo, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou ter entrado em contato com Trump para agendar uma reunião com o objetivo de discutir o impasse orçamentário. Aos repórteres, o presidente insinuou que a reputação do senador democrata "provavelmente está acabada".

Trump ainda falou brevemente sobre as eleições municipais de Nova York, onde o democrata Zohran Mamdani lidera pesquisas de intenção de voto. "Parece que teremos um prefeito comunista em Nova York, mas isso nunca funcionou na história. E ele precisa passar pela Casa Branca primeiro, tudo passa", afirmou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a expressar confiança de que conseguirá um acordo de cessar-fogo para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia, em comentários a repórteres no Salão Oval da Casa Branca nesta terça-feira, 21. O republicano afirmou que os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, querem "terminar o conflito". "E acho que terminará", acrescentou.

Ao ser questionado, Trump disse que ainda não definiu quando será seu encontro com Putin, afirmando que não quer ter uma "reunião desperdiçada".

O presidente americano negou ter intenção de aplicar restrições adicionais contra a Índia, que, segundo ele, não comprará mais petróleo russo. "Estamos trabalhando em grandes acordos com a Índia", afirmou, sem revelar detalhes. "Tenho ótima relação com o primeiro-ministro Narendra Modi".

Em relação a Pequim, Trump evitou responder diretamente se aplicaria sanções adicionais sobre a compra de petróleo russo. "Bom, a China terá tarifa de aproximadamente 155% a partir de 1º de novembro, mas isso não é sustentável para eles", disse, sinalizando que as negociações sobre comércio em geral continuam em andamento.

O presidente também repetiu que espera uma grande receita das tarifas americanas, capaz de reduzir o nível da dívida dos EUA.