Entenda os próximos passos caso Eduardo Bolsonaro vire réu

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para aceitar a denúncia contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no curso do processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe. A votação ocorre no plenário virtual e ainda seguirá aberta por sete dias. Alexandre de Moraes, relator, foi acompanhado por Flávio Dino e Cristiano Zanin. O voto de Cármen Lúcia ainda não foi registrado.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Eduardo atuou nos Estados Unidos para pressionar o Supremo por meio da articulação de sanções do governo Donald Trump, entre elas, aumento de tarifas, suspensão de vistos e aplicação da Lei Magnitsky. Para Moraes, há "indícios suficientes e razoáveis de autoria" e uma "grave ameaça" dirigida a ministros do STF, amplamente exposta nas redes sociais do deputado. O deputado classificou a ação como uma "gambiarra jurídica".

Caso Eduardo vire réu, o filho do ex-presidente, que está nos EUA desde fevereiro, irá enfrentar uma série de etapas regimentais, incluindo a possibilidade de um pedido de extradição.

Quais são os próximos passos após o recebimento da denúncia?

Ao receber a denúncia, o STF transforma Eduardo em réu, reconhecendo que há materialidade dos fatos e indícios mínimos que justificam a continuidade da ação, embora isso não represente qualquer juízo de culpa.

O primeiro passo após o recebimento é a abertura de prazo para que a defesa apresente a chamada resposta à acusação, uma peça preliminar na qual podem ser levantadas alegações como inexistência de crime, prescrição ou questionamentos sobre a própria imputação.

O professor Marcelo Crespo, coordenador de Direito da ESPM, explica que essa fase permite ao tribunal reavaliar o caso antes da instrução. "O Supremo pode até encerrar o processo se entender que a defesa trouxe elementos suficientes. Mas, mantido o recebimento da denúncia, inicia-se o rito completo", diz.

Com a denúncia mantida, o processo entra na fase de instrução, quando PGR e defesa colhem provas, apresentam documentos, arrolam testemunhas e realizam diligências. O interrogatório do acusado é a última etapa dessa fase.

Segundo o advogado criminalista Rafael Paiva, para comunicar formalmente os atos do processo a Eduardo, o STF pode usar a carta rogatória, mecanismo pelo qual um tribunal brasileiro solicita a cooperação de autoridade estrangeira. "É um instrumento que depende de resposta dos Estados Unidos", explica. "Eles podem cumprir, demorar ou simplesmente não responder".

Pela regra processual, quando o réu não é localizado para citação, o processo deveria ser suspenso. No entanto, Moraes entendeu que Eduardo tomou conhecimento da ação ao comentar publicamente a denúncia nas redes sociais.

Em tese, o STF pode pedir a extradição instrutória para garantir a presença do réu durante o processo ou, futuramente, a extradição para execução da pena. Porém, Crespo destaca que isso exigiria uma medida prévia mais robusta. "Sem um pedido de prisão preventiva ou uma condenação, é muito difícil falar em extradição. Ela precisa de base concreta. E hoje não há um fato novo que justifique uma prisão."

Além disso, a decisão dependeria da disposição do governo Donald Trump, que já sancionou ministros do STF. "Há um componente político evidente", afirma.

Para o advogado criminalista Rafael Paiva, o processo deve mostrar como está a relação de Eduardo Bolsonaro com a gestão Trump, que tem demonstrado interesse em se aproximar do governo Lula nos últimos meses.

Concluída a instrução, o caso vai para alegações finais - primeiro a PGR, depois a defesa. Eduardo é atualmente representado pela Defensoria Pública da União, já que não constituiu advogado.

Depois disso, a Primeira Turma decide se ele será condenado, absolvido ou se parte da acusação será arquivada. O julgamento pode ocorrer presencialmente ou no plenário virtual.

Em outra categoria

Antes da revelação de um escândalo de desvio de fundos e subornos de milhões de dólares envolvendo a empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia trazer seu nome à tona, Tymur Mindich era uma presença sombria - navegando em acordos e movendo-se nos bastidores com influência invisível, conhecido por muitos, mas raramente mencionado.

Mindich estava ligado a crescentes temores sobre sua influência crescente nas indústrias lucrativas do país, seu acesso facilitado por seus laços com o presidente Volodimir Zelenski. Os dois foram parceiros de negócios e a influência de Mindich se expandiu sob o mandato de Zelenski.

A extensão total dessa influência foi exposta esta semana quando os órgãos de fiscalização anticorrupção da Ucrânia divulgaram os resultados de uma investigação de 15 meses sobre um esquema de desvio de US$ 100 milhões envolvendo altos funcionários e a empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, acusando Mindich de ser o mentor por trás do plano.

Mindich fugiu do país, com qualquer processo criminal contra ele provavelmente sendo realizado à revelia. Dois ministros do governo renunciaram.

Autoridades ucranianas, especialistas e ativistas afirmam que a ascensão de Mindich ao poder está intimamente ligada ao seu relacionamento privilegiado com o presidente e o círculo íntimo de Zelenski.

A investigação não implica Zelenski em si, e ele tem apoiado abertamente o trabalho das agências anticorrupção enquanto sancionava Mindich, uma vez que os resultados foram revelados. Escrevendo no X no sábado, o presidente disse que a liderança das empresas estatais de energia será renovada e suas finanças auditadas.

"O que estávamos ouvindo apenas como rumores agora tem algumas evidências", disse a ativista Tetiana Shevchuk do Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia. "Por muito tempo ouvimos que Tymur Mindich é um controlador sombrio do setor de energia." Fonte: Associated Press.

Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu dois perdões relacionados à investigação sobre o motim de 6 de janeiro de 2021, incluindo o de uma mulher condenada por ameaçar atirar em agentes do FBI que estavam investigando uma denúncia de que ela poderia ter estado no Capitólio, disseram autoridades neste sábado, 15.

Em um caso separado, Trump concedeu um segundo perdão a um réu de 6 de janeiro que permaneceu preso, apesar da ampla concessão de clemência para os manifestantes do Capitólio, devido a uma condenação separada por posse ilegal de armas de fogo.

É o exemplo mais recente da disposição de Trump em usar sua autoridade constitucional para ajudar apoiadores que foram examinados como parte da enorme investigação de 6 de janeiro do governo Biden, que levou a acusações contra mais de 1.500 réus.

Suzanne Ellen Kaye foi libertada no ano passado após cumprir uma sentença de 18 meses em seu caso de ameaças. Depois que o FBI a contatou em 2021 sobre uma denúncia indicando que ela poderia ter estado no Capitólio em 6 de janeiro, ela postou um vídeo nas redes sociais citando seu direito da Segunda Emenda de portar uma arma e ameaçou atirar nos agentes se eles fossem à sua casa. Um funcionário da Casa Branca disse que Kaye sofre de "convulsões induzidas por estresse" e teve uma quando o júri leu seu veredicto. A Casa Branca disse que este é "claramente um caso de discurso político desfavorecido da Primeira Emenda sendo processado e uma sentença excessiva".

Em um caso separado, Trump perdoou Daniel Edwin Wilson, de Louisville, Kentucky, que estava sob investigação por seu papel no motim quando as autoridades encontraram seis armas e cerca de 4.800 cartuchos de munição em sua casa. Devido a condenações anteriores por crimes, era ilegal para ele possuir armas de fogo. Wilson, que estava programado para permanecer na prisão até 2028, foi libertado na noite de sexta-feira após o perdão, disse seu advogado no sábado. Fonte: Associated Press.

Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O presidente do Líbano, Joseph Aoun, pediu neste sábado, 15, ao ministro das Relações Exteriores do país, Youssef Rajji, para trabalhar na apresentação de uma queixa contra Israel por construir um muro dentro do território libanês. Um comunicado divulgado pelo gabinete do presidente disse que Aoun pediu ao ministro para incluir na queixa uma declaração emitida pela força de paz das Nações Unidas, conhecida como Unifil, que está implantada ao longo da fronteira com Israel.

Na sexta-feira, a Unifil disse em um comunicado que o exército israelense ergueu um muro a sudoeste da vila libanesa de Yaroun, cruzando a linha de fronteira e tornando mais de 4.000 m² de território libanês "inacessíveis ao povo libanês". A Unifil informou que comunicou suas descobertas ao exército israelense e solicitou que removam o muro.

A construção do muro viola a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que encerrou a guerra de 14 meses entre Israel e Hezbollah com um cessar-fogo mediado pelos EUA em novembro do ano passado. A Unifil acrescentou que o muro viola "a soberania e a integridade territorial do Líbano".

O exército israelense disse que o muro, cuja construção começou em 2022, faz parte de um plano mais amplo de reforços da barreira física ao longo da fronteira norte. Israel enfatizou que o muro não cruza a Linha Azul, a fronteira com o Líbano delineada pela ONU monitorada e patrulhada pela Unifil.

A guerra entre Israel e Hezbollah começou quando o Hezbollah começou a disparar foguetes através da fronteira em 8 de outubro de 2023, um dia após uma incursão mortal liderada pelo Hamas no sul de Israel ter desencadeado a guerra em Gaza. Israel respondeu com bombardeios e ataques aéreos no Líbano, e os dois lados ficaram presos em um conflito crescente que se tornou uma guerra total no final de setembro de 2024. Fonte: Associated Press.

Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado