Planalto cede e CPI terá Renan como relator

Política
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A CPI da Covid definiu seus principais cargos e deve iniciar os trabalhos na próxima semana. Com minoria na comissão, o Palácio do Planalto jogou a toalha e aceitou o acordo fechado por senadores independentes e de oposição. O presidente da CPI será Omar Aziz (PSD-AM), a vice-presidência ficará com Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a relatoria, com Renan Calheiros (MDB-AL).

Com receio de perder o controle da CPI, o Palácio do Planalto chegou a pressionar aliados para tirar Renan do cargo de relator dos trabalhos. Articuladores do presidente Jair Bolsonaro queriam emplacar o senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo, na vaga de Renan. O Planalto não queria o senador do MDB como relator, uma função estratégica na CPI, porque, além de ser crítico de Bolsonaro, ele apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após um dia de negociações, no entanto, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), telefonou para Renan e disse que o Planalto não iria mais interferir. Fez isso porque o MDB havia ameaçado romper o acordo firmado anteriormente com governistas.

A pressão do Planalto foi tanta que até o senador Nelsinho Trad (MS), líder do PSD, foi acionado por integrantes do governo. Ministros queriam que ele tirasse da CPI Otto Alencar (BA), crítico do governo, e colocassem no lugar um senador do PSD mais alinhado. O pedido foi considerado a gota d'água para uma rebelião. "O governo não tem que aceitar nada. Renan será o relator. A CPI tem autonomia", disse Randolfe, que ocupará o cargo de vice-presidente. "Não sei que raiva o governo tem de mim. Houve mesmo muita pressão", afirmou Renan.

Os seis senadores independentes e de oposição - que hoje têm maioria na CPI - já haviam fechado o acerto que previa Aziz no comando da CPI, Randolfe na vice-presidência e Renan como relator. Na última hora, no entanto, o Planalto viu que poderia sofrer mais um revés em uma CPI convocada para investigar atos e omissões do governo federal na condução da pandemia de covid-19. Declarações de Aziz com críticas a Bolsonaro assustaram o gabinete presidencial. Mas, apesar da pressão, o governo não conseguiu mudar a composição da CPI.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), anunciou ontem que a CPI será instalada no próximo dia 22, após o feriado de Tiradentes, ou 27. A sessão de abertura será presencial. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) já começou a montar um plano de trabalho para discutir com seus pares.

Inicialmente com foco apenas nas ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro, a CPI teve seu escopo ampliado para Estados e municípios após pressão de governistas. Dos 11 integrantes, porém, o governo é minoria, com quatro senadores declaradamente aliados, dois de oposição e 5 com atuação considerada independente.

"Não tem governo, seja de direita, centro ou esquerda, que não tenha cometido equívocos nessa pandemia. Em todos os Estados, está tendo morte. O João Doria é 100% contrário ao pensamento do Bolsonaro. São Paulo, por acaso, está vivendo um mar de rosas?", questionou Aziz, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A escolha do presidente e do vice da CPI é feita pelo voto. Normalmente, há acordo de lideranças para essa definição, mas somente a eleição oficializa os nomes. O presidente da CPI, após ser eleito pelos integrantes do colegiado, designa o relator e pauta um cronograma de trabalho para votação. A tarefa do relator é estratégica em uma CPI porque, além de inquirir testemunhas e ouvir suspeitos, a comissão pode quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados de investigados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, concordaram com a necessidade de paz duradoura em ligação realizada na terça-feira (18) para discutir a guerra na Ucrânia, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Leavitt disse ainda que a ligação entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, realizada nesta quarta-feira, 19, foi "fantástica", ecoando comentário similar feito pelo chefe do Executivo americano mais cedo.

"Nunca estivemos tão perto da paz", disse a representante da Casa Branca em coletiva nesta quarta-feira. Leavitt disse que será discutido um cessar-fogo amplo em relação ao Mar Negro.

De acordo com a porta-voz, Zelenski aceitou um cessar-fogo nos ataques contra alvos de energia, enquanto agradeceu ao apoio dos Estados Unidos e pediu reforços para o campo de batalha.

Leavitt disse ainda que os EUA pretendem continuar com as deportações em massa.

Em relação aos processos judiciais contra Trump, a representante afirmou ainda que juízes do país estão agindo de maneira errada para desacelerar a agenda de Trump.

Milhares de manifestantes protestam do lado de fora da casa do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em Jerusalém nesta quarta-feira, 19, após uma grande manifestação em frente ao Parlamento israelense, a Knesset. Os protestos ocorrem por conta da retomada dos combates na Faixa de Gaza e a tentativa de Netanyahu de demitir Ronen Bar, chefe do Shin Bet, o serviço de Segurança interna de Israel.

Os manifestantes entraram em confronto com a polícia e tentaram entrar na casa de Netanyahu. Os israelenses que participam do protesto acusam Netanyahu de priorizar a sua sobrevivência política em detrimento da volta dos reféns israelenses que seguem na Faixa de Gaza - 59 sequestrados ainda estão no cativeiro do Hamas, mas apenas 24 são considerados vivos.

A manifestação fechou a rodovia principal para Jerusalém durante a manhã, em uma cena que lembrou as manifestações semanais contrárias à reforma do Judiciário em Israel. Na época, o governo israelense afirmou que a divisão interna do país havia contribuído para a vulnerabilidade de Israel e encorajado seus inimigos.

Yair Lapid, um dos líderes da oposição de Israel, convocou as pessoas para o protesto em uma publicação nas redes sociais na manhã desta quarta-feira. "A única solução é a unidade, não uma unidade silenciosa, submissa ou falsa, mas a unidade de uma nação inteira se unindo e dizendo: Chega!" Ele acrescentou: "Este é o nosso momento, nosso futuro, nosso país. Vamos para as ruas!"

A manifestação em Jerusalém ocorre após um grande protesto em Tel-Aviv na terça-feira, 18. Cerca de 40 mil pessoas se juntaram às manifestações contra a volta da guerra em Gaza.

Bombardeios em Gaza

Na noite de segunda-feira, 17, Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza após afirmar que o grupo terrorista Hamas não está disposto a seguir negociando a continuidade do cessar-fogo e a libertação de reféns. De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis de terroristas, mais de 400 pessoas morreram por conta dos bombardeios.

Netanyahu afirmou que o ataque foi "apenas o começo" e que Israel seguirá com a campanha militar. O Exército de Israel também ordenou o deslocamento da população que mora no leste de Gaza, indicando que Israel poderia iniciar novas incursões terrestres no território.

O retorno aos bombardeios impulsionou Netanyahu politicamente, já que o partido de extrema direita liderado por Itamar Ben-Gvir retornou ao governo com a quebra da trégua. Um alto funcionário do Hamas afirmou à Associated Press (AP) que o retorno de Israel à guerra equivale a uma "sentença de morte" para os reféns israelenses.

Segundo informações do governo israelense, 24 reféns israelenses ainda estão vivos. Por meio de relatos de reféns libertados, famílias de pelo menos 13 sequestrados receberam sinais de vida de seus entes queridos. Alguns reféns apareceram em vídeos publicados pelo Hamas, como Evyatar David e Guy Gilboa-Dalal, que foram levados a "cerimônia" de libertação de outros sequestrados durante a primeira fase da trégua, em um sinal claro de tortura psicológica.

O grupo terrorista também publicou um vídeo de despedida dos irmãos argentinos Eitan e Yair Horn antes da libertação de Yair no dia 15 de fevereiro. O Estadão entrevistou o pai dos argentinos, Itzik Horn, para uma reportagem especial de um ano da guerra entre Israel e Hamas.

Demissão do chefe do Shin Bet

A população israelense também protesta contra a possível demissão de Ronen Bar, chefe do Shin Bet. No domingo, 16, Netanyahu anunciou a intenção de demitir Bar por "falta de confiança". Os dois já discordaram em diversos momentos da guerra em Gaza sobre o futuro do conflito e a estratégia de Israel para o fim da guerra.

"A qualquer momento - especialmente durante uma guerra existencial como esta - deve haver total confiança entre o primeiro-ministro e o diretor do Shin Bet", disse Netanyahu.

Críticos da medida alegam que Netanyahu está tentando prejudicar a independência do serviço de Segurança Interna de Israel. Em uma carta, Gali Baharav-Miara, a procuradora-geral de Israel, apontou que Netanyahu não tinha permissão nem para começar o processo de demissão até que uma determinação fosse feita sobre a legalidade da medida. Ela disse que havia preocupações de um possível conflito de interesses para Netanyahu na demissão de Bar.

Segundo informações do portal israelense Ynet, Netanyahu deseja realizar uma reunião de seu gabinete na quinta-feira, 20, para votar a medida. Qualquer decisão de remover o chefe do Shin Bet provavelmente também seria levada à Suprema Corte. (Com agências internacionais).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o Irã deve parar de enviar imediatamente equipamentos militares e suporte geral para os Houthis, em publicação na Truth Social, nesta quarta-feira, 19 Na postagem, no entanto, o republicano reconhece que os iranianos diminuíram a intensidade do envio de suprimentos. "Deixe os Houthis lutarem por si mesmos. De qualquer forma, eles perdem, mas dessa forma eles perdem mais rápido", escreveu Trump.